A CONSTRUÇÃO DO EU NA MODERNIDADE
Por: Juliana2017 • 12/12/2018 • 3.069 Palavras (13 Páginas) • 2.076 Visualizações
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A outra atitude possui cunho mais autocrítico e aparenta ter tido um lugar considerável no Renascimento. Diante do confronto com a verdade do outro, acaba-se por colocar em questão a própria verdade, não para substituí-la, mas para toma-la não mais como única e sim como uma dentre as possíveis ou ambas verdades válidas ou inválidas.
- Por que no Renascimento o homem perdeu suas certezas?
Devido a diversidade culturas. O homem era criado em um mundo totalmente fechado, com regras e juramentos de castigos eternos caso não se comportasse como lhe era imposto. Com o Renascimento isso veio a mudar, o homem já não sabia mais no que confiar, no que ter certeza.
Falta de critérios absolutos pode gerar uma crescente insegurança.
- Como se relaciona a crença da liberdade do homem e a tentativa de submetê-lo a uma ordem disciplinar rígida no século XVI?
Impõe-se ao homem agora escolher seu caminho. Inácio de Loyola havia sido militar, ao se converter trouxe para dentro da religião a disciplina, sendo ele fundador da Companhia de Jesus, imprimiu um traço distintivo dos jesuítas.
Santo Inácio de Loyola parte do mundo Renascentista reconhecendo a liberdade humana, mas constata a perdição do homem e busca mostrar-lhe o caminho do reencontro com a ordem.
Seu procedimento propriamente humanista faz escola até hoje: o homem é livre para ser o que é e parece estar perdido; ele precisa de poder, portanto, dirigir sua livre vontade ao caminho correto para se encontrar. O que ele precisa é de um manual de instruções, uma técnica para dirigir suas ações, logo o homem precisa espontaneamente se submeter as autoridades religiosas, fazendo assim a liberdade do homem ser somente a causa de sua perdição.
“Curiosamente, a salvação implica justamente em abrir mão de forma absoluta dessa liberdade, transferindo-a a autoridade religiosa com toda a boa-vontade e determinação”. A submissão do sujeito deve ser absoluta, esse é o preço a pagar pelo repouso numa certeza sem conflitos”.
- Quais são as semelhanças entre Santo Inácio de Loyola e Maquiavel?
Ainda que Maquiavel afirme o valor do humano e Loyola o retorno de Deus, ambos creem na necessidade de afirmação do sujeito através de procedimentos racionais e estreitos.
Referente a Maquiavel, estamos diante de um mundo sem ideal, no qual a imposição do sujeito se faz necessária por uma concepção naturalista e egoísta do homem: não há apenas o elogio do homem como no Renascimento.
Santo Inácio pensa que seu procedimento é acessível a todos, enquanto Maquiavel, em sua obra O Príncipe, refere-se a afirmação de um único sujeito, em detrimento dos demais, tratando da constituição do Estado, assim com Hobbes no século seguinte.
- Quais poderiam ser as relações entre os “Exercícios Espirituais” e as atuais terapias de auto-ajuda?
Nos exercícios espirituais, são propostos uma série de procedimentos com duração de 28 dias, cujo cumprimento rigoroso deve deverá levar o praticante à iluminação.
Nas terapias de auto-ajuda também são propostas uma série de procedimentos que também podem ser divididos em tópicos, para cada dia, cujo cumprimento deverá levar o praticante a cura.
- Quais são as relações entre a origem da valorização do indivíduo e o ceticismo?
Diante da instabilidade e insegurança de tudo, Montaigne acaba por fazer renascer um dos movimentos do pensamento grego: o ceticismo. Ou seja, chega um momento em que se começa a duvidar de tudo, até mesmo da existência de Deus. Isto é o ceticismo.
Neste momento o homem começa a perceber que ele próprio tem valor independente de Deus, que atua em sua capacidade individual.
- Quais foram as principais críticas dirigidas ao “ eu” já no século XVI?
O homem começa a se valorizar demais. A vaidade do homem e um distanciamento melancólico da experiência imediata. Temos a denúncia da ilusória pretensão do eu que se acostuma a esquecer de sua dimensão mortal.
- Quais são as relações entre a civilização e o auto-controle?
O auto-controle vem da civilização. Se não há civilização é desnecessário outras pessoas, etc. O auto-controle refere-se a flatulências, arrotos na frente de outras pessoas, entre outras.
Essa relação existe uma vez que o homem pela civilização, pelo processo educador, irá controlar seus procedimentos orgânicos, altamente característicos do homem civilizado que seja proibido por auto-controle socialmente inculcado de, espontaneamente, tocar naquilo que deseja, ama ou odeia. Toda modelação de seus gestos vem da civilização.
- Como Descartes escapa ao ceticismo?
Através do discurso de método. Em 1637, quando a sociedade se rompe para o método cientifico, Descartes resolve agir em direção oposta. Passa a estudar os costumes e opiniões e logo percebe que são completamente falíveis.
A partir disso ele começa a analisar os sentimentos e percebe que estes são mais falíveis ainda, então parte para conceitos e fórmulas, que são confiáveis porém não se pode medir tudo na vida, portanto ele começa a analisar os pensamentos e descobre que em cada um existe um universo incontável e que a verdade absoluta é a verdade de cada um. Portanto “Penso, logo existo”.
Descartes afirma que a razão e bom senso andam juntos e estabelece a verdade a partir da dúvida. A evidência do eu como única referência estável dará origem a todo o projeto científico, o homem passa a ter segurança quanto a possibilidade de alcançar um conhecimento objetivo do mundo, a verdade já não será mais procurada em escrituras sagradas ou em iluminações místicas. Só poderá ser considerado verdadeiro algo que tenha passado pelo crivo da observação e racionalidade humana.
- Quais são as relações entre o “eu”, tal como definido por Descartes, e o corpo?
Descartes entende que o “eu” é algo inconsciente, algo impalpável, mas que está dentro de nós. O pensamento, o inconsciente, a razão, são todos frutos do nosso cérebro em ação, sendo este a parte corpórea, palpável e fisiológica.
Nosso corpo responde pelas nossas situações interiores, como no caso de
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