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RESUMO DO LIVRO A CONSTRUÇÃO DO EU NA MODERNIDADE

Por:   •  17/10/2017  •  2.808 Palavras (12 Páginas)  •  1.025 Visualizações

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A Europa conquistou a América, mas por outro lado deixou de avançar ainda mais, porque ao impor toda sua superioridade, tirava de si mesmo a capacidade de integração com o mundo. E essa vitória de dominação teria se dado a maior habilidade em entender o modo de pensar do outro, através da capacidade de mentir e dissimular, que é o distanciamento entre sua ação e sua intenção, de acordo com seus interesses.

Na pintura, destaca-se Bosch, sua pintura mostra corpos dilacerados em combinações alucinadas, isso porque apesar de ter vivido no renascimento, seus valores eram medievais, e pra ele era o caos; então por isso ele expressa tão bem a fragmentação do século. Outro pintor que trata da fragmentação é Arcimboldo e sua série mais conhecida é a da Quatro estações, onde constrói expressões humanas com elementos típicos de cada época.

A polifonia é típica do renascimento, cada voz canta uma melodia diferente e até mesmo uma letra diferente. Na literatura destacou-se François Rabelais, com o livro Gargantua e Pantagruel , um dos livros mais debochados do século XVI. Trata-se de um mundo de exageros, deboches, excessos, habitados por gigantes. Com Rabelais existe a valorização do riso e de toda forma de prazer corporal, num momento de tendência crescente de só respeitar a seriedade, a contenção e a mente. Umberto Eco escreveu o romance O nome da Rosa, na tentativa de conter o riso, o prazer, existe o esforço de se alcançar o auto-controle durante a idade média.

Com a valorização do ser humano e a imposição de que ele construa e descubra valores segundo os quais viver, impõe-se nesse momento a necessidade de escolher o seu caminho. E essas escolhas implicam na construção da identidade em meio a toda dispersão e fragmentação que acontecia, ou seja, um esforço muito grande. E para orientar a constituição dessa identidade, o mais conhecido é a obra de Dom Quixote de La Mancha, onde se tentava criar uma identidade coesa mesmo que as custas da alucinação.

O pensamento religioso veio se adaptando com o tempo, e Santo Inácio de Loyola criou um manual de Exercícios Espirituais de meditação, que tinham duração de 28 dias, afim de conseguir a iluminação; pois com a liberdade, o homem se encontrava perdido e esse seria um dos caminhos para se resgatar a ordem e trazer o homem de volta a Deus.

O príncipe, foi escrito por Maquiavel sobre a arte de governar. Orientava a necessidade de se impor o poder, o sujeito forte. Através desse governante estabelecer alianças para manter o poder centralizado e forte, assim fazer a afirmação do poder pela força afim de manter os súditos unidos e leais.

Montaigne, diante da instabilidade e insegurança de tudo, faz nascer o ceticismo (no confiar ou acreditar em nada), com 2 correntes: o fideísmo, que mostra a insignificância do homem; e o ceticismo propriamente dito, implica que a crença em alguma referência absoluta é insustentável. Ele se retira da vida social, isola-se e escreve por anos até o fim de sua vida a obra Ensaios, a respeito da formação do Eu que se refere a própria formação do sujeito Montaigne através da introspecção. A introspecção ou auto análise é olhar para si mesmo como se estivesse fora dele, somente para refletir; e assim refletir sobre o próprio mundo interno, a interioridade, privacidade e com isso depois conseguir se auto afirmar.

Outra obra muito importante da época do renascimento foi O Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. A intenção era fazer apelo para reformas na burocratização e hipocrisia da Igreja, mas arrasa o idealismo sobre a bondade humana e seu amor pelos outros. Elogiando outras coisas e não ao homem, descontrói os valores do homem ressaltando a maldade e vaidade humana.

Erasmo de Rotterdam criou um manual de boas maneiras chamado Processo Civilizador. Essas boas maneiras se referem ao controle do corpo, que inibe a expressão de funções corporais e de grande parte dos impulsos. São códigos de conduta para inserção social, para ser possível viver em coletividade, e o não cumprimento dessas condutas excluiriam o sujeito do convívio social.

Hamlet é obra de Willian Shakespeare no limite do século XVI ao XVII. Muito famosa frase “ser ou não ser, eis a questão” representa a principal característica essencial da modernidade, a interioridade. A reflexão traz a consciência de si, e a consciência da vaidade e um distanciamento melancólico da experiência imediata que se acostuma esquecer de sua dimensão mortal.

Descartes nasceu em 1596, num momento em que tentava organizar racionalmente a desordem do século anterior. Nasce um projeto de conhecimento objetivo, independente da subjetividade, ou seja, a ciência. Para isso era necessário a criação de um método para compreensão do mundo na sua totalidade, assim sendo, o mundo deveria ser dividido, analisado e hierarquizado metodicamente.

Descartes escreveu o Discurso do Método, relata a busca incessante por um ponto de referência que fosse confiável para explicar a existência humana. Tudo que encontrava era desordem e dúvida, e mesmo assim procurava por idéias claras e distintas. Nesse caminho, todas as coisas iam se mostrando enganadoras. E assim, depois de duvidar de todas as coisas o que se sabia era que o objeto do pensamento era sempre incerto, mas enquanto duvidava, de fato existia a atividade de duvidar e se havia a dúvida é porque havia o “eu pensante”. Daí vem a frase famosa “penso, logo existo”, assim, o homem era conhecido reconhecido como centro do mundo, agora, ele mesmo tem um centro, sua razão, sua auto consciência.

O que é real no mundo é o ato de pensar, então o ponto de referência para o ser humano é a atividade de duvidar. Essa atividade do ser pensante, do ser que pensa, é a dúvida. Ao duvidar o ser humano vai atrás do conhecimento. O Método Cartesiano de Descartes gera a dúvida sistemática, nesse sentido só será considerado verdadeiro aquilo que passar pelo crivo da observação e experimentação da razão humana.

No século XVII surge a música barroca, altamente intelectualizada e estilizada, expressa-se através da música sacra e a ópera. A pintura barroca trazia figuras realistas e detalhados, e utilizavam a técnica do claro/escuro, Caravaggio e Vermeer faziam a representação fotográfica do tema, sobre a pintura recaia uma luz clara, enquanto o fundo era indefinido, escuro.

A loucura da forma como ela é hoje surgiu no século XVII, antes disso a loucura era considerada como um possesso pelo demônio ou simplesmente como um bobo. Na idade média, Deus era o centro de tudo, era a certeza do mundo, e então mesmo que o homem perdesse a

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