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Relação entre Modernidade e Sociologia

Por:   •  3/3/2018  •  1.712 Palavras (7 Páginas)  •  439 Visualizações

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NOVOS TEMPOS

Ao longo da Idade Média, tão forte era o poder da Igreja [católica] na organização da vida em sociedade que muitos historiadores se referem à Europa medieval como “Europa cristã”. A importância da religião católica ajuda, assim, a entender a mentalidade da sociedade medieval: Deus era o centro e a explicação de tudo.

Assim, até o tempo pertencia a Deus e os homens não deveriam utilizá-lo em seu próprio interesse. Nessa lógica de tempo divino, cobrar juros seria como cobrar aluguel do tempo que só pertence a Deus. Além disso, emprestar dinheiro não era o mesmo que trabalhar visando à produção de um bem, de algo concreto.

Também, a própria forma de dividir o tempo obedecia ao ritmo da natureza e não dos intervalos regulares de uma máquina como o relógio. O tempo era natural e sagrado.

Acima de tudo, acreditava-se que a natureza pertencia a Deus – não era dada aos homens e mulheres a capacidade de controlá-la, alterar seu curso, contê-la.

Contudo, com a chegada dos “tempos modernos”, deixou-se de priorizar o tempo natural (regulado pela natureza) e abriram-se as portas para o tempo mecânico (marcado pelo relógio). O tempo passou a ser um recurso, ou seja, algo que se pode aproveitar, gastar, perder ou economizar.

Assim, a sociedade dos homens e mulheres passou a ser objeto de explicação de homens e mulheres. A explicação religiosa perdeu centralidade e a explicação científica ganhou cada vez mais relevância [eixo chave da modernidade].

SERES HUMANOS INTERPRETANDO E TRANSFORMANDO O MUNDO

Desde Nicolau Copérnico, a sociedade começou a ser vista como fruto do trabalho e da invenção humana e não mais resultado da criação divina. Se os homens e mulheres fizeram a sociedade, eles podem modificá-la. Além disso, tivemos, na modernidade, o avanço da Medicina e houve a contestação direta ao catolicismo, com a Reforma Protestante (1517).

Assim, a ciência moderna começou a se constituir, por meio do que foi chamado de Revolução Científica, que tem como princípio o uso da razão como meio de alcançar o conhecimento. Este se tornou mais estruturado e prático, ficando excluída qualquer possibilidade de especulação sem um experimento que comprove sua plausibilidade.

O SÉCULO DAS LUZES E AS GRANDES REVOLUÇÕES MODERNAS

Na última década do século XVII, percebeu-se que um novo “Renascimento” estava começando. O movimento intelectual que se iniciou então, e desabrochou no século seguinte, foi chamado de Iluminismo, e é considerado pelos estudiosos o primeiro grande passo na construção de uma cultura burguesa.

O Iluminismo defendia o predomínio da razão sobre a fé. O movimento teve sua expressão máxima na França e o século XVIII ficou de tal maneira a ele associado que recebeu o nome de Século das Luzes.

A aposta na razão tem suas consequências. Ver o mundo como fruto da ação dos homens é diferente de vê-lo como resultado da vontade de Deus. Assim, apostava-se na capacidade de mudar o que era fruto da ação dos próprios homens. Se o homem fez, ele mesmo pode modificar: foi essa ideia que inspirou duas grandes revoluções políticas do fim do século XVIII: a Revolução Americana, de 1776, e a Revolução Francesa, de 1789. As críticas de tais revoluções se dirigiam ao poder centralizado, à manutenção de privilégios excessivos pela nobreza e pelo clero e à exploração dos homens comuns, os plebeus, sem que se pudesse impor ao poder discricionário dos governantes o limite da ação dos governados.

Com tais revoluções, plebeus haviam aprendido com os iluministas que todos os homens eram iguais porque racionais. Os ideais iluministas inspiraram o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O resultado mais proclamado da Revolução Francesa foi romper com a crença de que, nascidos em uma camada, os indivíduos permaneceriam nela até a morte.

Foi em diálogo com o projeto racionalista dos iluministas, sua crença no progresso social e sua utopia de reconstrução do mundo pela vontade humana que a Sociologia surgiu.

A VEZ DA INDÚSTRIA

A Revolução Industrial ampliou os meios de sobrevivência dos homens e das cidades e permitiu uma nova forma de sociabilidade. Sabe-se que a expressão “Revolução Industrial” foi aplicada às inovações técnicas que alteraram os métodos de trabalho tradicionais e, a partir das últimas décadas do século XVIII, propiciaram grande enriquecimento econômico. A essência da Revolução Industrial está, na verdade, na ideia de que a “mudança é a norma”. A validade desse princípio pode ser facilmente percebida até hoje: inventa-se algo e, em pouco tempo, uma nova técnica ou um novo instrumento mais eficiente torna o anterior obsoleto.

Além de alterar a maneira de lidar com a técnica, a Revolução Industrial produziu outras mudanças. A fábrica tornou-se um importante local de trabalho; os capitalistas tornaram-se os detentores dos meios de produção (terra, equipamentos e máquinas); o trabalhador, contratado livremente, passou a receber salário, podendo se deslocar de um emprego para outro.

AFINAL, PARA ONDE A RAZÃO NOS CONDUZIU

A trajetória das sociedades ocidentais que acabamos de descrever de forma resumida não conduziu os homens ao paraíso. Ao contrário, logo surgiram desmandos e outras explorações.

As transformações sofridas pela sociedade moderna nos campos intelectuais, político e econômico acabaram por gerar perguntas que exigiram o esforço de pensadores para poderem responder a elas: se os homens

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