A METAFÍSICA DA MODERNIDADE
Por: Juliana2017 • 15/2/2018 • 3.703 Palavras (15 Páginas) • 575 Visualizações
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No percurso realizado por Descartes, nota-se uma incontestável valorização de razão, do entendimento do intelecto. Acentua se no caráter absoluto e universal da razão, que, partindo do cogito, e só com suas próprias forças, descobre todas as verdades possíveis.
Uma consequência do cogito é o dualismo corpo-consciência, segundo o qual o ser humano é um ser duplo, composto de substância pensante (recordar, raciocinar, querer...)e substância extensa (possui massa, alimenta-se, digere...).
O empirismo britânico
A tendência empirista disseminou se principalmente na Grã-Bretanha. De fatos britânicos tinham fortes tradição empirista, que remontava as pesquisas realizadas na universidade de Oxford.
Francis Bacon: saber é poder
De acordo com o espírito da nova ciência moderna, Bacon aspirava a um saber instrumental que possibilitava o controle da natureza, por isso foi um crítico severo da filosofia medieval, por considerá-la desinteressada e compilativa.
Bacon inicia sua reflexão pela denúncia dos preconceitos e das noções falsas que dificultam a apreensão da realidade, aos quais chama de ídolos.
Formigas, aranhas e abelhas.
Francis Bacon criticou os que ao dedicarem-se à ciência procederam como aranhas (racionalistas) ou como formigas (empiristas), pois, segundo este, "os racionalistas, seguindo o exemplo da aranha, tecem quadros a partir da sua imaginação", ou seja, o seu conhecimento não tem qualquer fundamento real. Já em relação aos empiristas afirma "os empiristas, seguindo o exemplo da formiga, amontoam os fatos e apenas usam a experiência adquirida", nomeadamente, obtêm o conhecimento através da experiência, mas não o trabalham, ficando-se apenas pela própria experiência.
Para Bacon devíamos seguir o modelo da abelha para obter conhecimento científico, pois a abelha "colhe o suco do seu mel nas flores dos campos... Mas sabe, ao mesmo tempo, prepará-lo e digeri-lo com uma habilidade admirável", ou seja, deveríamos colher o conhecimento da experiência e trabalhá-lo com a razão de modo a podermos chegar à verdade.
John Locke: A tabula rasa
Ele negava radicalmente que existissem ideias inatas, tese defendida por Descartes. Quando se nasce, argumentava, a mente é uma página em branco (tabula rasa) que a experiência vai preenchendo. O conhecimento produz-se em duas etapas: a) a da sensação, proporcionada pelos sentidos, e b) a da reflexão, que sistematiza o resultado das sensações. Na educação, compilou uma série de preceitos sobre aprendizado e desenvolvimento, com base em sua experiência de médico e preceptor, que teve grande repercussão nas classes emergentes de seu tempo.
A origem das ideias
Locke busca conhecer de modo mais profundo as capacidades da razão humana, o que é próprio da razão e o que não é, busca conhecer melhor quais são as reais qualidades e possibilidades da nossa razão. Existem dois tipos de experiências, as externas, das quais derivam as sensações, e as internas, das quais resultam as reflexões. Nossas ideias estão em nossa mente, mas no mundo externo existe algo que tem a capacidade de produzir em nós essas ideias. Essas ideias estão vinculadas à linguagem que nasce da necessidade que os homens têm de se comunicar. A linguagem é a convenção de sinais que representam ideias que usamos acreditando que eles existem também nas outras pessoas.
David Hume: o hábito e a crença
Para o filósofo David Hume, o nosso conhecimento do mundo se dá por meio de percepções. Ele as subdivide em impressões e ideias. As primeiras, as impressões, são as percepções atuais que temos das coisas e do mundo são, portanto, fortes e mais vivas. Enquanto as ideias são fracas e menos vivas porque geralmente são cópias das impressões. De acordo com Hume, todo o nosso conhecimento é baseado em nossas experiências. Por isso, ele vai dizer que determinadas conclusões que chegamos sobre o mundo e as coisas não são fundamentadas na razão, mas no hábito.
As relações de causalidade
Causalidade, ou relação de causa e efeito, é o vínculo que correlaciona fenômenos diferentes fazendo com que alguns deles apareçam como condição da existência de outros. Na vida cotidiana, a ideia de causa está associada à da ação de alguém que cria algo. Ideia semelhante é inspirada pela observação da natureza: certos acontecimentos são considerados responsáveis pela produção de novos acontecimentos.
O Ceticismo
O posicionamento cético de David Hume apresenta-se como dissolução da pretensão da ciência de obter pela razão um conhecimento universal e necessário.
O filósofo em questão se nega a aceitar a lógica da indução como meio de ampliar o conhecimento. Para ele, é impossível afirmar racionalmente que um efeito sucederá a uma causa, uma vez que ambos são eventos diferentes que nosso hábito se acostumou a perceberem unidos.
Todo um conjunto de exemplos que queiram demonstrar uma causalidade só consegue se aplicar ao passado, não se podendo inferir nada sobre a necessidade daquilo se repetir no futuro.
A crítica à metafísica
A questão epistemológica adquiriu um interesse central no pensamento dos filósofos Descartes, Bacon, Locke e Hume, que estabeleceram métodos para investigar o alcance e limites do conhecimento humano. Por isso, houve o confronto entre as tendências opostas do racionalismo e do empirismo que levou a concepções diferentes da metafísica aceita na antiguidade e na idade média.
A Ilustração: O Século das Luzes
O século XVIII, também chamado de "Século das Luzes", foi um momento histórico em que se aprofundaram as críticas ao Antigo Regime (foi o período em que predominou o capitalismo comercial, o absolutismo, o sistema colonial e a sociedade baseada em escamentos) e em que se propuseram novas formas de organização social, política e econômica.
Kant: O Criticismo
Caracteriza-se por considerar que a análise crítica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional. Constituem-se no ponto de partida da reflexão filosófica. Doutrina filosófica que tem como objeto
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