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A SAÚDE DO TRABALHADOR – NUTRIÇÃO E VACINAÇÃO

Por:   •  22/10/2017  •  8.019 Palavras (33 Páginas)  •  487 Visualizações

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- A SAÚDE NUTRICIONAL DOS TRABALHADORES

Muitas pesquisas da atualidade apontam que a melhor qualidade de vida do trabalhador resulta em maiores níveis de produtividade e oportunidades de desenvolvimento. Neste contexto, sabe-se que o aprimoramento da qualidade de vida está totalmente relacionado a uma alimentação adequada, tanto em nível de quantidade como de qualidade.

O conceito de uma alimentação saudável inclui na dieta os nutrientes importantes para o funcionamento do corpo e fornecimento de energia. Entre esses, destacam-se os carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais. Para o alcance desses nutrientes necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos e também sem exclusões.

Sabemos que um dos mais graves problemas de saúde pública mundial da atualidade é a obesidade, que está em crescimento também no Brasil. Em conseqüência desse crescimento, doenças decorrentes da obesidade como o diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, dislipidemias, entre outras, também tem aumentado em todas as classes de trabalhadores. Nesse contexto, a educação alimentar deve ser pensada como um instrumento eficaz para evidenciar a importância da alimentação para a saúde, no intuito de se prevenir o aparecimento desses problemas.

Foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, o programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, que prioriza o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. Este programa, estruturado na parceria entre Governo, empresa e trabalhador, tem como unidade gestora a Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho.

O PAT tem como objetivo melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, com repercussões positivas para a qualidade de vida, a redução de acidentes de trabalho e o aumento da produtividade. Para que isso ocorra, existe o Programa de Educação Alimentar, que visa estimular empresas a adotar um processo educativo permanente destinado a fazer do ato de alimentar-se no contexto do trabalho, uma fonte de saúde, bem-estar e de qualidade de vida e produtividade aos trabalhadores.

As exigências nutricionais estabelecidas pelo PAT são: refeições principais (almoço, jantar e ceia) devem ter no mínimo 1400 calorias, admitindo-se uma redução para 1200 calorias no caso de atividade leve, ou acréscimo para 1600 calorias, no caso de atividade intensa mediante justificativa técnica. As refeições menores (desjejum e merenda) devem ter no mínimo, 300 calorias. O percentual protéico–calórico (NdpCal) em todas as refeições deve ser de no mínimo seis por cento. A composição do cardápio é de:

- 50 a 60% de carboidratos

- 10 a 15% de proteína

- 25 a 30% de lipídeo

Descrição de atividades:

1. Leve: andar, estar em pé parado

2. Moderada: caminhar em superfície plana carregando peso

3. Intensa: caminhar, subir carregando peso

No cardápio estabelecido deve-se levar em consideração, além dos aspectos nutricionais, o aspecto cultural, regional e de apresentação, e por outro lado, uma alimentação adequada requer informações e mudança de hábitos e atitudes que só um processo educativo pode proporcionar. E é isso que todos nós devemos proporcionar aos trabalhadores.

1.1 Alimentação Coletiva no Brasil

Desde a Pré-História, a história da alimentação vem modificando-se progressivamente. O surgimento do fogo, o aperfeiçoamento dos instrumentos de caça e cocção e a emergência do comércio proporcionaram uma maior variedade na alimentação humana. O refinamento da culinária, na Idade Antiga, e a alteração dos hábitos alimentares, na Idade Média, caracterizaram mudanças significativas nos hábitos alimentares dos europeus e americanos.

Segundo Lobo (1999), na Idade Contemporânea, surgiram os conceitos alimentares e de prestação de serviços na área de alimentação que permanecem até os dias atuais. A partir da abertura do primeiro restaurante em Paris, em 1765, esses se espalharam pelo mundo, atualizando-se com as várias fases da gastronomia universal.

Uma das principais alterações na área de alimentação ocorreu no seu processo produtivo. A inovação é uma constante no setor que, segundo Lobo (1999), busca transformar-se num local aprazível e centro de acontecimentos sociais. O sistema de alimentação tradicional caracterizava-se pela pequena escala de produção, produções localizadas e focadas em produtos básicos e uma população agrícola. Já no sistema atual, a produção é feita em larga escala, não localizada, altamente especializada, industrializada e dependente do poder de compra.

Na área de alimentação, a elevação do número de empresas desencadeou uma maior concorrência, resultando numa diminuição dos preços de venda e numa busca acelerada por qualidade, a fim de manter a competitividade das empresas (RIBEIRO, 2002).

Antes da abertura do mercado, na década de 1980, podia-se definir o consumidor brasileiro de alimentos como alguém inexperiente, desinformado e conservador. A partir da década de 1990, com a abertura de mercado e a crescente importação de produtos, o consumidor tornou-se mais exigente, desconfiado e integrado aos processos de consumo; enquanto que as empresas de alimentação perceberam a necessidade de evolução, para acompanhar as tendências mundiais de saúde e prestação de serviços (RIBEIRO, 2002).

Por razões diversas, a alimentação sempre foi uma preocupação do ser humano. Mas a oficialização e o reconhecimento dos serviços de alimentação para coletividades só ocorreram no início do século XX (PROENÇA, 2000).

A autora (2000) também identifica que a substituição de mão-de-obra masculina por feminina nas fábricas, durante a Primeira Guerra Mundial, estimulou o desenvolvimento da alimentação coletiva, haja vista que também por essa razão, as atividades domésticas realizadas pelas mulheres foram compulsoriamente abandonadas.

No início da Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha passou por um período de escassez dos alimentos, fazendo com que seu governo

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