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O aluno com transtorno do espectro autista: inclusão escolar e desafios

Por:   •  17/5/2018  •  5.438 Palavras (22 Páginas)  •  602 Visualizações

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A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo foi a pesquisa bibliográfica, por meio de livros impressos e digitais, documentos oficiais do Ministério da Educação e artigos científicos disponíveis em sites confiáveis.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas. (GIL, 2002, p. 44).

Nesse sentido, esta pesquisa bibliográfica se encontra fundamentada teoricamente a partir das contribuições de autores renomados na área da Educação Especial que abordam o tema, tais como: Mello (2007), Belsário Filho (2010) e São Paulo (2005, 2013).

O trabalho está dividido em três tópicos: Transtorno do Espectro Autista: definição e caracterização; A Inclusão do Aluno com TEA na Educação Infantil; e Os Desafios do Professor na Inclusão do Aluno com TEA.

2. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

Segundo Mello (2007, p. 11):

Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.

A criança autista apresenta várias características estereotipadas, como o contato visual, gestos, falta de interação com as pessoas, estresse, entre outros. O grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA) varia muito de criança para criança, uns são mais leves e outros são mais agravados (MELLO, 2007).

De acordo com o Autismo e Realidade – Manual para as Escolas (2015), a criança com TEA apresenta um déficit no desenvolvimento social, comportamental e da linguagem e, por isso, possui a dificuldade de interação. Porém, os alunos com o Transtorno do Espectro Autista têm algumas habilidades, como o excesso de detalhamento, seja visual ou sensorial, facilidade em entender algum conceito, habilidades artísticas, capacidades de resolução de problemas, entre outros.

Para Mello (2007), independentemente do nível cognitivo, a criança com o Transtorno do Espectro Autista tem dificuldades com conceitos linguísticos simbólicos ou abstratos, cada palavra significa apenas uma coisa, para eles é mais fácil entender fatos ou conceitos isolados do que quando agrupados ou ligados a outros significados.

Muitos autistas podem apresentar níveis altos de ansiedade. Geralmente, quando acontece, a ansiedade é causada pelo ambiente, por querer tocar, desenvolver algo ou repetir um padrão comportamental estabelecido (AUTISMO E REALIDADE, 2013).

De acordo com o Autismo e Realidade – Manual para as Escolas:

É fundamental reconhecer que os desafios sociais no autismo são bidirecionais. Eles podem se manifestar como déficits (como a falta de iniciação social) ou como excessos (como conversa unilateral de um aluno altamente verbal com Síndrome de Asperger). Em ambos os casos, a necessidade de apoio e ensino é real. Como em qualquer comportamento social adequado exige a compreensão social. Alguns indivíduos do espectro parecem altamente sociais, iniciando a interação social, mas sem reciprocidade por ser unilateral e autoritária, já que eles são, estão conscientes de sua incapacidade de se conformar e de ser aceito pelos outros. Os indivíduos com autismo de alta funcionalidade e com síndrome de Asperger sofrem freqüentemente a dor da rejeição e da solidão. (AUTISMO & REALIDADE, 2013, p. 47).

As características do TEA variam muito de criança para criança; é de suma importância que logo que algumas delas forem apresentadas, a criança seja levada a profissionais da área da educação e da saúde para que o diagnóstico seja fechado com êxito e as intervenções sejam realizadas, a fim de melhorar a sua vida social, escolar e pessoal.

A Associação Americana de Psiquiatria (APA) apresenta alguns critérios para o diagnóstico da criança com TEA, em que relaciona algumas características como déficit na interação social e comunicação e comportamentos e interesses restritos e repetitivos (APA, 2014).

Há alguns critérios para o diagnóstico do transtorno do espectro autista, que, segundo o DSM 5 (APA, 2014), são:

- Déficits persistentes na comunicação social e nas interações, clinicamente significativos manifestados por: déficits persistentes na comunicação não-verbal e verbal utilizada para a interação social; falta de reciprocidade social; incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento.

- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos seguintes: estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento sensorial incomum, aderência excessiva à rotinas e padrões de comportamento ritualizados, interesses restritos.

- Os sintomas devem estar presentes na primeira infância (mas podem não se manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades limitadas).

- Os sintomas causam limitação e prejuízo no funcionamento diário. (PA, 2014, p. 91).

Para maior certeza do diagnóstico é importante que a equipe toda seja consultada, desde médicos a profissionais da educação, garantindo, assim, olhares diferentes de diversas áreas e eficácia no seu desenvolvimento, pois o TEA não é um transtorno degenerativo, de modo que a aprendizagem e a compreensão continuam se desenvolvendo no decorrer da vida (APA, 2014, p. 97). Cabe aqui salientar que os profissionais, bem como os educadores, poderiam multiplicar o conhecimento sobre o transtorno do espectro autista, uma vez que a família e até mesmo a sociedade não saiba como lidar com o autista.

As causas do Transtorno do Espectro Autista ainda são desconhecidas, acredita-se que essa deficiência está ligada a alguma parte do cérebro relacionada com fatos ocorridos na gestação ou no momento do parto (MELLO, 2007).

Segundo Mello (2007), o diagnóstico é feito através de uma avaliação

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