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Trabalho sobre Espectro Autista

Por:   •  27/10/2018  •  5.784 Palavras (24 Páginas)  •  334 Visualizações

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Os sujeitos com TEA podem aprender alguns poucos gestos funcionais, contudo, o repertório é menor. Eles costumam fracassar no uso de gestos expressivos, que implicam espontaneidade na comunicação. Para orientar o julgamento de dificuldades em desenvolver, manter e compreender relações, é necessário que se levem em conta padrões relativos à idade, ao gênero e à cultura da pessoa.

O interesse social pode estar ausente, sendo mais evidente em crianças pequenas (e.g. falta de jogo social e imaginação compartilhados – como brincar de fingir de forma flexível e adequada à idade). Posteriormente, apresenta-se a insistência em brincar seguindo regras muito fixas. Pode-se, também, ter preferência por atividades solitárias ou por interações com pessoas muito mais velhas ou muito mais jovens.

Há comportamentos estereotipados ou repetitivos. As estereotipias motoras simples podem se dar pelo abanar de mãos e/ou estalar de dedos. O uso repetitivo de objetos é visto pelo girar de moedas e/ou enfileiramento de objetos. Ecolalia – que é o habito ou mania de rimar palavras –, repetição atrasada ou imediata de palavras, uso do pronome “tu” para se referir a si mesmo, uso estereotipado de palavras, frases ou padrões de prosódia – que são padrões de acentuação – caracterizam a fala repetitiva.

Nota-se forte adesão a padrões restritos de comportamentos e rotinas, sendo manifestada por excessiva resistência a mudanças. Também se veem padrões ritualizados de comportamentos verbal e não verbal. Reações extremadas ou tais rituais são comuns, via de regra, envolvendo o gosto, o cheiro e/ou a aparência da comida, ou o excesso de restrições alimentares. Essas podem ser a forma de apresentação do transtorno.

Os critérios diagnósticos do TEA podem ser atendidos quando os padrões limitados e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades estiverem claramente presentes na infância ou em algum outro momento passado, mesmo que os sintomas não estejam mais presentes.

- Características associadas que apoiam o Diagnóstico

Muitos sujeitos apresentam, em comorbidade com o TEA, comprometimento intelectual e/ou de linguagem (e.g. atraso na fala, compreensão da linguagem aquém da produção). Mesmo aqueles com inteligência média ou alta costumam ter um perfil irregular de capacidades. Os déficits motores também se fazer frequentes, incluindo-se marcha atípica e/ou falta de coordenação, além de outros sinais motores anormais, como caminhar nas pontas dos pés.

- Prevalência

As frequências do TEA, relatadas nos Estados Unidos e em outros países, alcançam 1% da população, com estimativas similares em amostras de adultos e crianças

- Desenvolvimento e Curso

Em primeiro lugar, devem-se observar a idade e o padrão de início dos sintomas no sujeito com suspeita de diagnóstico. Os sintomas costumam ser reconhecidos entre os 12 e os 24 meses de idade. Podem-se identificar sinais do transtorno antes dos doze meses, o que implica atrasos graves no desenvolvimento. Por outro lado, indícios que aparecem após os 24 meses de idade costumam resultar em sintomatologia mais sutil.

Quando se perdem habilidades, pais ou cuidadores devem relatar a história de deteriorização, especificando se foi gradual ou repentina. Muito mais incomum é a perda de habilidades (como o desaparecimento do autocuidado, do controle de esfíncteres e/ou de habilidades motoras), somada aos prejuízos da comunicação social, ou, ainda, as perdas que ocorrem após o segundo ano de vida.

- Fatores de Risco e Prognóstico

Os melhores fatores prognósticos para o transtorno se baseiam na presença ou ausência de deficiência intelectual e comprometimento da linguagem associados. Além disso, consideram-se fatores de risco ambientes e genéticos e fisiológicos.

Fatores Ambientais: incluem-se a idade dos pais, o baixo peso ao nascer e a exposição fetal ao ácido valpróico – também chamado de valproato ácido, é um anticonvulsivante e estabilizador de humor, muito usado no tratamento de epilepsia, convulsão e transtorno bipolar.

Fatores Genéticos e Fisiológicos: para o transtorno, estimativas de herdabilidade variam de 37% a 90% (baseando-se em taxas de concordância entre gêmeos). Até 15% dos casos podem estar associados a uma mutação genética já conhecida.

- Questões Diagnósticas relativas à Cultura

Fatores culturais e socioeconômicos têm a possibilidade de influenciar a idade de identificação ou de diagnóstico (e.g. nos EUA, o diagnóstico pode ser tardio ou há chances de haver um subdiagnóstico, como é corriqueiro entre crianças afrodescendentes).

- Questões Diagnósticas relativas ao Gênero

O TEA é quatro vezes mais frequente no sexo masculino do que no feminino. Em se tratando de comorbidade, no entanto, a partir de amostras clínicas, pessoas do sexo feminino têm mais propensão de apresentar deficiência intelectual concomitante.

- Consequências Funcionais

Em crianças pequenas, é comum haver ausência de capacidades sociais e comunicacionais, o que limita a aprendizagem, em especial, por imitação. Em casa, é corriqueira a insistência por rotinas e a aversão à mudança. Também se nota forte sensibilidade a estímulos sensoriais, que, juntos, podem interferir na alimentação e no sono, tornando os cuidados de rotina extremamente difíceis – cortes de cabelo e escovação dentária caracterizam desafios.

Os sujeitos com TEA, comumente, estão abaixo do QI médio para sua idade. Também é trivial existirem dificuldades extremas para planejar, organizar e enfrentar mudanças inerentes à vida escolar, causando-se impactos negativos na carreira acadêmica, mesmo em alunos com inteligência acima da média.

Em sujeitos adultos, demonstram-se dificuldades de estabelecimento da independência devido à rigidez e aos contínuos obstáculos frente o novo/inesperado.

- Diagnóstico Diferencial

O TEA possui sintomatologia semelhante à de muitos outros transtornos. Assim sendo, o olhar do clínico sobre o problema deve ser atento e minucioso, a fim de que se estabeleça o correto diagnóstico e, consequentemente, a melhor terapêutica. Os transtornos inclusos na categoria de diagnóstico diferencial são: Síndrome de Rett, Mutismo seletivo, Transtornos da linguagem e transtorno

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