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A Educação de uma criança com o Transtorno do Espectro Autista

Por:   •  5/12/2018  •  10.573 Palavras (43 Páginas)  •  292 Visualizações

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No segundo capítulo serão descritas as manifestações, características comuns, etiologias, diagnósticos e tratamento. Mesmo após vários anos de pesquisas e estudos não se sabe as causas do autismo, o diagnóstico é clínico e se baseia na observação do comportamento. Buscar-se-á trazer conhecimentos aos docentes quanto á síndrome para que estes busquem conhecer as singularidades do transtorno.

No terceiro capítulo será abordado o Transtorno do Espectro Autista e a Inclusão Escolar. Muito se fala em educação inclusiva, ou seja, inserir crianças que apresentem algum tipo de deficiência no ensino regular, e para isso é necessário instrumentalizar o professor, para que tenha conhecimentos e saiba lidar com esses alunos.

Serão descritas a legislação vigente, pois o ingresso de uma criança autista em escola regular é um direito garantido por lei. Houve muitas mudanças nas políticas inclusivas que reconhecem a educação como direito de todo ser humano, diante disso é necessário a preparação dos espaços e dos profissionais para um ensino que contemple as diferenças existentes no espaço escolar.

Serão explicitados aos leitores no terceiro capítulo os métodos que ajudarão o autista a desenvolver as áreas afetadas pela síndrome como: A Análise Aplicada do Comportamento (ABA), O TEACCH (Tratamento e Educação de crianças Autistas e com desvantagens na comunicação) e PECS (Sistema de Comunicação por Figuras), são métodos muito utilizados atualmente.

No quarto capítulo será abordado o papel da intervenção pedagógica no desenvolvimento e aprendizado da criança com TEA. Torna-se relevante nesta pesquisa mostrar a importância de inserir o aluno com TEA no contexto escolar e a mediação docente no seu processo de ensino aprendizagem. Também serão abordadas orientações aos professores para o manejo comportamental em sala de aula visando responder as dúvidas dos docentes de como atuar e intervir na educação dos alunos com TEA.

Em suma tais alunos requerem novas práticas pedagógicas, uma intervenção pedagógica mediadora, pela quais professores poderão contribuir com o sucesso escolar do aluno com TEA. Contudo não se pretende aqui colocar receitas prontas ou como se a educação do aluno no espectro autista fosse um roteiro ou um manual a ser seguido, e nem seria possível, pois cada indivíduo é único em suas particularidades. E cabe lembrar a grande variabilidade dos sintomas do TEA.

Nesse contexto da educação inclusiva a escola tem que estar preparada para a inclusão da criança com TEA no contexto escolar e o professor aliar sua prática e conhecimentos já adquiridos, buscar capacitar-se para atender os alunos com capacidades diferentes dos demais de modo que este intervenha de maneira eficiente que contribua com o desenvolvimento integral do aluno.

A inclusão não é só aceitar a matrícula, mas adaptar o ambiente e capacitar os envolvidos com seu desenvolvimento para que sejam garantidos os direitos por lei a eles conferida. Professores, gestores e familiares são elementos importantes no caminhar escolar dessa criança.

Acredita-se na relevância desse tema pela necessidade de conhecer as características apresentadas pela criança autista e a importância do educador na sua aprendizagem e socialização, possibilitando um melhor acolhimento e inclusão dessa criança no contexto escolar.

No final do trabalho, denominado Considerações Finais, algumas conclusões obtidas durante o percurso dessa pesquisa. E por fim, as referências bibliográficas nas quais foram fundamentadas nesse trabalho.

2-TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA: CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Devido a uma gama enorme de fundamentos acerca da temática em questão, optou-se para fins didáticos e de compreensão, dividir o referido capítulo em itens para melhor elucidar alguns pontos chaves.

2.1Um Breve Histórico do Autismo

Ao revisar a literatura deparou-se com várias expressões para referir ao quadro clínico variável da síndrome sendo: Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), Transtorno Invasivo (pervasivo) do Desenvolvimento (TID) e por último na mais recente classificação do DSM-5, Transtorno do Espectro Autista (TEA), esta última terminologia abarca um conjunto de transtornos definidos como um distúrbio do desenvolvimento neurológico que apresenta déficits nas dimensões sociocomunicativa e comportamental. Com isso, para uma melhor compreensão do autismo e das terminologias empregadas, torna-se essencial uma perspectiva histórica sobre o autismo até os dias atuais.

Segundo Orrú (2012) a palavra autismo é de origem grega (autós), que significa por si mesmo. O termo autismo foi cunhado pela primeira vez pelo médico Eugen Bleuler (1911), para descrever um dos sintomas da esquizofrenia.

Em 1943, foram feitas as primeiras publicações sobre o autismo, pelo psiquiatra austríaco Léo Kanner, que utilizou o mesmo termo, tomado emprestado de Bleuler, para descrever o caso de crianças acompanhadas por ele, que apresentavam um conjunto de comportamentos peculiares nunca vistos em nenhuma outra patologia até então.

Leo Kanner (1943 apud ORRÚ, 2012, p. 18[1]), publicou um informe: “Alterações autistas do contato afetivo”, após o estudo do comportamento de onze crianças (oito meninos e três meninas) que os descrevia como estranhos e peculiares. Relatou um quadro de “autismo extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia”, nomeando-o “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.

O artigo escrito por Kanner descrevia um conjunto de sintomas comuns a esse grupo de crianças, sendo estas, incapazes de estabelecer relações interpessoais, atrasos e alterações na aquisição e uso da linguagem, obsessões em manter o ambiente intacto, além de não responderem a nenhum estímulo externo como se não estivessem no mundo, mantendo-se em um isolamento rígido e peculiar. Kanner em 1949 refere-se ao quadro com o nome de Autismo Infantil Precoce.

Para ele, o traço mais marcante do autismo, é a inabilidade dessas crianças para relacionar-se normalmente com as pessoas desde os primeiros meses de vida. Tal comprometimento fazia-se evidenciar pela ausência de uma atitude antecipatória que indicasse ao adulto a vontade de ser pego no colo, de aconchegar-se nos braços, do olhar para o rosto materno.

“Desde o início há uma extrema solidão autista, algo que, na medida do possível, desconsidera, ignora ou impede a entrada de tudo o que chega á criança de fora. O contato físico direto e os movimentos ou ruídos que ameaçam romper

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