A INCLUSÃO ESCOLAR: UM DESAFIO ENTRE O IDEAL E O REAL
Por: kamys17 • 17/1/2018 • 5.190 Palavras (21 Páginas) • 481 Visualizações
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Altas habilidades: notável desempenho e elevada potencialidade em quaisquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados; capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para as artes e capacidades psicomotoras (MANTOAN, 1997).
Condutas Típicas: manifestações de comportamento típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no relacionamento social em grau que requeira atendimento educacional especializado (MANTOAN, 1997).
Deficiência Auditiva: é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a fala através do ouvido. Manifesta-se como: Surdez leve / moderada-perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, nem de perceber a voz humana, com ou sem a utilização do aparelho auditivo.
Surdez severa / profunda –perda auditiva acima de 70 decibéis, que impedem indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir naturalmente, o código da língua oral. Os alunos portadores de deficiência auditiva necessitam de métodos, recursos didáticos e equipamentos especiais para a correção e desenvolvimento da fala e da linguagem (MANTOAN, 1997).
Deficiência Física: é uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora em geral da fala, como decorrências de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou de más-formações congênitas ou adquiridas (MANTOAN, 1997).
Deficiência Mental: esse tipo de deficiência caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitantemente com limitações associados a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente ás demandas da sociedade, nos aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais; desempenho na família e comunidade; independência na locomoção; saúde e segurança; desempenho escolar; lazer e trabalho (MANTOAN, 1997).
Deficiência Múltipla: é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam atraso no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. As principais necessidades educativas serão priorizadas e desenvolvidas através das habilidades básicas, no aspecto social, de autoajuda e de comunicação (MANTOAN, 1997).
Deficiência Visual: é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho, e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como: - cegueira – Perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no olho melhor, após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com uso de lentes para correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão, que leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e de escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais de educação (MANTOAN, 1997).
Criança de Alto Risco: são as que têm o desenvolvimento ameaçado por condições de vulnerabilidade decorrentes de fatores de natureza somática, como determinadas doenças adquiridas durante a gestação, ou nascimento prematuro (MANTOAN, 1997).
Este é o perfil dos cidadãos a serem incluídos, no sistema educacional brasileiro na rede regular de Ensino de maneira a proporcionar-lhe o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Reconhecendo que a educação brasileira, inspiradas nos princípios greco-romanos, sempre foi uma educação elitista e excludente; é possível afirmar que o grande desafio da educação inclusiva está em vencer as barreiras do preconceito vigente no interior de suas escolas, para que esta possa exercer uma prática pedagógica competente no sentido de proporcionar ao aluno o que for necessário para seu desenvolvimento. É preciso acreditar, que cabe apenas à pessoa portadora de necessidades educativas especiais, o conhecimento do que ela é ou não é capaz de realizar e ou aprender, ficando a escola apenas com o papel de mediadora no processo de construção do seu conhecimento. Assim sendo:
Uma característica fundamental da escola inclusiva é que a escola deve atender à diversidade do seu alunado e deve buscar as respostas individuais para as necessidades educativas de todos os seus alunos. Se antes cabia ao aluno portador de necessidades educativas especiais se adaptar à escola, agora, dentro da concepção da escola inclusiva, é ela quem deve se adaptar (SASSAKI, 2002, p.61.).
Mas apesar de tudo isso, basta um olhar superficial sobre os prédios escolares, para perceber as diversas barreiras arquitetônicas neles existentes. Percebe-se claramente, que não houve nenhum ou pouco tipo de modificação nos mesmos para atender as necessidades de uma pessoa que possa apresentar qualquer tipo de deficiência. É visível a ausência de rampas para acesso de cadeiras de rodas, e também a falta de banheiros adaptados a eles; bem como se percebe a falta de pisos guia ou pisos de alerta para facilitar o acesso com segurança do aluno cego a todas as dependências da escola. Assim estruturados, os prédios escolares apresentam-se como um obstáculo à inclusão, pois não permitem em sua arquitetura a independência necessária ao desenvolvimento e ao bem-estar dos alunos incluídos.
Sassaki (2002, p.95) explicita que “tão presentes quanto às barreiras arquitetônicas, as barreiras pedagógicas no interior das escolas apresentam-se também de maneira bem visível”.
Segundo Lacerda (2003) é possível observar que há falta da formação dos professores para atuarem devidamente com as diversas dificuldades encontradas no cotidiano das escolas, bem como a falta de materiais e recursos didáticos a eles adequados. O grande número de alunos em sala de aula, que hoje se encontra entre 20 e 30 alunos, inviabiliza o atendimento pedagógico necessário ao atendimento às necessidades individuais. A falta de professores especializados para subsidiar e ou complementar a ação do professor da classe regular, empobrece o atendimento ao aluno PNE, podendo citar como exemplo os alunos com reduzida capacidade auditiva, que frequentam as aulas sem a presença de um interprete de LIBRAS.
É muito comum também encontrar no cotidiano das escolas, uma ampla ação pedagógica e administrativa repleta de ideologias que evocam práticas assistencialistas,
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