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ENSINO DA MATEMÁTICA NO ESTUDANTE .DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Por:   •  1/3/2018  •  6.877 Palavras (28 Páginas)  •  361 Visualizações

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sendo os autistas considerados oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país, dentre elas a educação, esse artigo visa responder o seguinte questionamento: Quais as práticas pedagógicas o professor utiliza no ensino da matemática com o estudante diagnosticado com TEA no Ensino Fundamental I?

Nesse contexto, parte-se da hipótese de que conhecendo e aplicando práticas pedagógicas o estudante será capaz de compreender os conceitos matemáticos.

O artigo se justifica devido ao aumento de estudantes diagnosticados com TEA. Segundo Aampara (2014), em resposta aos dados epidemiológicos em Curitiba a prefeitura de Curitiba informou, que o Brasil, de acordo com o Censo de 2000, possui de um a dois milhões de brasileiros que preenchem critérios do TEA, sendo de quatrocentos a seiscentos mil com menos de vinte anos e destes cento e vinte a duzentos mil menores de cinco anos – fato que demonstra a importância de ações públicas voltadas a esta população.

Ainda de acordo com Aampara (2014) capacitação, apresenta-se bastante incipiente quando se leva em consideração as proporções da cidade de Curitiba, que conta com 1.776.761 hab. (IBGE, 2013). Dados epidemiológicos mais recentes sugerem que um índice de 60/10.000 (0,6%) da população mundial possuem TEA, portanto, segundo esta estatística, teríamos em Curitiba, aproximadamente, 10.660 pessoas com transtorno do espectro autista. (BRASIL, 2014).

Com base na lei 12.764, que ampara o processo de inclusão, vimos a necessidade de saber como acontece o ensino da matemática em estudantes diagnosticados com TEA na rede pública de ensino, no município de Curitiba.

É de suma importância que profissionais de educação estejam preparados para acolher o aluno de inclusão, conhecendo seriamente a deficiência desses alunos para obter um melhor desenvolvimento em seu quadro clínico e pedagógico, propiciando uma melhor qualidade de vida.

Diante disso, temos como objetivo geral, pesquisar práticas pedagógicas, que auxiliem o professor a trabalhar o ensino da matemática em alunos diagnosticados com TEA. Os objetivos específicos desse artigo são: a) Definir o TEA e suas características; b) Pesquisar os recursos pedagógicos que o professor utiliza no ensino da Matemática em estudantes diagnosticados com TEA; c) Analisar materiais didáticos utilizados por professores de sala de recursos multifuncionais na rede pública de ensino.

Para o desenvolvimento desse artigo, foram realizadas pesquisas bibliográficas, documentais, artigos, relato de experiência e averiguação de materiais didáticos em escola da rede pública no município de Curitiba.

2 TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA

O autismo encontra-se inserido em um grupo denominado Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), também conhecido como Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), englobando cinco tipos clínicos de TGD que são: Transtorno do Autismo; Transtorno de Asperger; Transtorno de Rett; Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtornos Globais do Desenvolvimento sem outras especificações (COSTA, 2015).

Conforme o DSM-V o TEA é caracterizado por déficits na comunicação social, em diversos contextos, déficits na reciprocidade sócio-emocional, comportamentos não verbais de comunicação e déficits em desenvolver, manter e compreender relacionamentos (COSTA, 2015).

Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, incluindo movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos, insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal, interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco e hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. (COSTA, 2015, p.51).

Vale ressaltar, que não há mais subcategorias, no momento são todos tratados como TEA.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento humano que começou a ser estudado a partir do século XX, surgindo desde o nascimento ou nos primeiros anos de vida, procedente de causas biológicas desconhecidas, assim, gerando muitas indagações (CUNHA, 2015).

Além da ligação da genética, acredita-se que o TEA possa ser causado por problemas gerados na gestação ou no ato do parto, não desprezando a hipótese de que as crianças com predisposição genética também estão sujeitas a fatores ambientais. Assim não se pode dizer que o autismo é um transtorno definido, pois o conhecimento sobre o TEA carece de pesquisas e estudos a respeito de sua origem, pois se manifesta em níveis distintos de gravidade em cada pessoa (COSTA, 2015).

A palavra autismo em si remete-se a figura de uma criança que vive em seu próprio mundo isolada de tudo e de todos, porém esta é uma visão estereotipada da sociedade, onde o autista se faz presença ausente (COSTA, 2015).

Ainda segundo o autor, a expressão autismo foi utilizado pela primeira vez por Bleuler em 1911, para relatar sintomas da esquizofrenia.

Em 1943, Kanner escreveu um artigo relatando onze casos de crianças autistas com graves problemas de desenvolvimento. Poucos meses depois Hans Asperger em 1944, publicou um artigo descrevendo causas de crianças com psicopatia autista, o mesmo, não obtinha conhecimento do artigo de Kanner em relação ao autismo, porém apontavam características semelhantes. Kanner relatou características que eram reincidentes nas onze crianças que são: déficits nas relações sociais, na comunicação, na linguagem e mudanças de comportamentos rotineiros e repetitivos, e considerava como principal sintoma do autismo o isolamento autístico, ou seja, a dificuldade de se relacionar com outras pessoas e situações (COSTA, 2015).

O autismo num primeiro momento (1943-1963), foi identificado como Transtorno Emocional causado pela carência afetiva dos pais, especialmente a mãe em relação a criança (COSTA, 2015).

Nesse sentido a autora afirma,

[...] Podemos atestar que essa hipótese é completamente absurda, já que vemos, em nossa prática clínica, que as mães de crianças com autismo são extremamente afetuosas e, muitas vezes, dedicam a vida àquele filho [...]. (SILVA et al., apud COSTA, 2015, p.160).

Nos anos de 1963 – 1983 a hipótese dos pais culpados foi abandonada, pois

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