O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Por: YdecRupolo • 6/12/2018 • 12.307 Palavras (50 Páginas) • 396 Visualizações
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Em 1965, os pais de autistas conseguiram que o Estado da Carolina do Norte bancasse esse projeto chamado TEACCH. De todos que estudaram autismo, Schopler abriu as portas para a ideia de que é possível gerar evolução nos alunos. Vários Estados dos Estados Unidos usam essa metodologia.
Lorna Wing é psiquiatra inglesa, responsável por inúmeras pesquisas sobre autismo. Foi responsável pelo termo “Espectro Autista”. Lorna defende a ideia de que o comportamento do autismo surge no decorrer continuo da vida da criança. A palavra Espectro dá oportunidade de não se fechar um único diagnóstico para que a criança seja considerada autista. É como se fosse um grande guarda-chuva que permite que a criança acesse o tratamento mesmo sem ter todos os comportamentos “geralmente” apresentados pelo Autista.
Durante muitos anos a Sindrome de Asperg não entrava como uma doença que estava dentro do DSM (Classificação de doenças da psiquiatria dos Estados Unidos). Com o tempo, a criança com Sindrome de Asperg passa a ser considerado dentro do Autismo.
Para quem trabalha com autismo não faz muita diferença se a titulação do autismo é alto, médio ou baixo, porque é comportamental, logo é mutável. Alguém que é gravíssimo pode alterar para baixo em pouco tempo.
Existe uma corrente nos Estados Unidos que acredita que autismo é epidemia, outra acredita que é uma doença e que precisa ser tratada. A dificuldade etiológica é outra dificuldade que se tem. Sabe-se que a criança nasce autista e não fica autista, mas não se sabe o que ocasiona. A comunidade psiquiatra acredita que é trauma, mas não se tem uma definição exata disso. A comunidade médica defende como biológico e não neurológico.
Em 2017 continuamos com as mesmas dúvidas que tínhamos lá atrás.
MÓDULO 2: O SUJEITO COM TEA
Etilogia, Caracterísitcas, Dimenções e diagnósticas do TEA.
Por interação Social. A interação exige ação e pensa-se sobre fazer a ação sobre o outro. Mas o contrário é recíproco também. A interação gera mudança no comportamento do próximo. A transdisciplinaridade é a possibilidade de frequentar a casa do saber do outro. Logo, as portas do conhecimento não se fecham entre as disciplinas. Visita-se as portas de cada disciplina em busca do aluno autista. Essa é a possibilidade de caminhar entre os diversos saberes. Isso gera maior segurança e melhor resultado na busca pelo conhecimento. Esse processo permite ir além de um pensamento DUAL (de certo e errado, de X ou Y) e visita um pensamento sistêmico dual, aonde a compreensão de toda das informações da situação é relevante e não só o que aparenta ser.
O afetivo tem uma carga cognitiva muito forte. Ele é responsável pelo início do caminho e é o cognitivo quem dá continuidade. Para o autista, no geral, não há compreensão dos aspectos afetivos.
Transtorno do Espectro autista. Hoje em dia, de acordo com a estatística americana, há 01 para cada 80 nascimentos. Há 10 anos atrás era de 01 para 250 nascimentos. Não se sabe ao certo porque aumentou tanto. No geral, acredita-se que não aumentou, apenas começaram a diagnosticar mais os casos. Porém, há quem acredite que trata-se de uma epidemia, ainda sem saber qual a causa. É mais comum em meninos e possui diferentes características entre meninos e meninas. É considerado uma síndrome pelas múltiplas causas e características.
Existe uma autista muito conhecida e viva, a autora chamada Temple Grandin que escreveu o famoso livro O Cérebro Autista.
Dentre as comorbidades, o autismo pode co-ocorrer com outras desordens neurológicas e psiquiatras As crianças com bom desenvolvimento cognitivo corresponde somente há 05% da população autista. Há ainda grandes controvérsias sobre a etiologia (causa) do autismo.
A respeito da fala, a criança autista não para de falar. Ela deixa de evoluir (involução). Muitos pais tem a sensação de regressão. A psicanálise chama isso de autismo regressivo (ou seja, passa a ter comportamentos anteriores). O comportamento autista passa a ser notado a partir dos 18 meses. Aparecimento das características ao longo do desenvolvimento do autista, por isso a palavra Espectro (contínuo).
Aspectos diagnósticos ou dimensões diagnósticos do TEA:
- prejuízo no relacionamento social (ou total desconexão do relacionamento social – vai do pouquíssimo ao muitíssimo);
- prejuízo na comunicação (vai para quem não fala nada até de quem fala muito);
- padrão restrito e repetitivo de comportamentos e interesses;
- processo sensorial distinto (tem a interpretação da sensação de uma forma muito diferente);
- processo cognitivo diferente (ou seja, pensam de uma forma muito diferente – há uma fala de equivalência da lógica cognitiva comparado ao que os “normais” possui).
Comportamento:
- Estereotipias: movimentos repetitivos sem função (flaping – mexer de mãos), escrever no ar, flaping com pulo, rodar, fixação por coisas que rodam, auto lesivas (se morder, se bater, puxar o próprio cabelo, arrancar a própria unha, se beliscar), ficar descalço, andar na sala, ficar debaixo na carteira. A mania é diferente da estereotipia porque a mania você consegue interromper. Quanto maior estereotipia existir, sinal que maior é o ócio, ou seja, sinal de que o autista possui um espaço mental mais desocupado. Quando se tem a estereotipia forte, procura-se dar outra função que supra essa estereotipia que está forte. Geralmente ocorre quando há um stress maior. A estereotipia toma espaço quando não se tem uma organização ambiental. É necessário controlar as atividades para não reforçar a estereotipia. Em via de regra, ela precisa ser diminuída, o que representa um avanço no espaço cognitivo que vinha sendo preenchido pela estereotipia. É comum que o aluno entre na escola sem estereotipia e passe a ter. Isso ocorre porque o processo educacional interacional (social) estressa e a fuga é estereotipia. Sugere-se o processo de EVITAÇÃO, no qual se identifica o que estimula o comportamento e evita-se o estímulo. É provável que se tenha mais de um sinal e por isso precisa estar atento a todos os estímulos.
- Ligação inadequada com objetos inusitados: ter uma relação com um objeto (cabide, pedaço de papel, embalagem, planta, etc). Essa ligação paralisa
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