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Itinerários Avaliativos_Reforma do Ensino Médio

Por:   •  23/10/2018  •  2.299 Palavras (10 Páginas)  •  234 Visualizações

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uma escola degradada em seus espaços, sem laboratórios, sem auditórios de arte e cultura, sem espaços de esporte e lazer e com professores esfacelados em seus tempos trabalhando em duas ou três escolas em três turnos para comporem um salário que não lhes permite ter satisfeitas as suas necessidades básicas. Um professorado que de forma crescente adoece...( FRIGOTO, 2017)

Assim, como ressalta Gaudêncio Frigoto, o discurso da ampla escolha do aluno fica prejudicada e até mesmo impossibilitada.

Para Müller (2016) a reforma divide o ensino médio em dois grupos de alunos distintos divididos em classe trabalhadora e os representantes da elite. Em seu entendimento há um reforço a teoria do capital humano, onde os desfavorecidos financeiramente serão formados em escolas profissionalizantes e abastecerão o mercado de trabalho. Os mais elitizados terão acesso às escolas particulares com ensino completo e concorrerão com mais oportunidade ao ensino superior.

Quanto à ampliação da carga horária para 1.400 horas anuais, conforme prevista na lei, segundo Afonso, P. (2017) apud Daniel Cara, de nada adianta ampliar a quantidade de horas sem qualidade “...uma carga horária de cinco horas ruim - como já acontece - fica ainda pior se for de sete horas”. Esta afirmação vinculada a uma proposta que não explicita de onde virão os recursos para os financiamentos, agregada à Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos os gastos públicos, deixa um entendimento que os sucessos pretendidos estão comprometidos ou pelo menos pouco articulados. Se a Reforma do Ensino Médio foi sancionada através de medida provisória, não houve tempo de definir a BNCC, fator que impede a definição das disciplinas e conteúdos ministrados. Pela lei, fica determinado que a BNCC deverá se organizar a partir das áreas de linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas.

2.2 Argumentos favoráveis à Lei

Nosso trabalho reconhece que o modelo curricular do Ensino Médio, caso seja bem delineado pelos Sistemas de Ensino, será capaz de oferecer maior tempo de formação para o estudante brasileiro. A questão do Ensino Técnico também é uma realidade importante quando pensamos que existe uma grande parte da população brasileira que logra maiores benefícios em sua vida quando formados e capacitados tecnicamente para o mercado de trabalho. Assim, a possibilidade de inserção qualificada no mercado de trabalho, quando bem discutido, é um ponto positivo quando pensamos em uma realidade que o estudante esteja tão bem formado, amadurecido culturalmente e socialmente que seja capaz de definir escolher que desenhem a trajetória de seu ensino. O ensino médio brasileiro enfrenta sérios indícios de fracassos, como, os altos índices de evasão e reprovações o que justifica uma mudança. O novo ensino médio tem como principais mudanças à ampliação da carga horária e o currículo que será norteado pela base comum curricular (BNCC), onde o principal objetivo é flexibilizar os conteúdos que serão ensinados aos alunos. Um currículo mais atraente aos jovens e com mais autonomia para unidade escolar que passam a ter papel preponderante nas decisões do currículo, é o lema dos defensores da nova conjuntura. O Novo Ensino Médio estabelece também a ampliação gradual da jornada escolar conforme o Plano Nacional de Educação (PNE). Transformando em um ensino de Educação Integral possibilitando aos jovens maior oportunidade de aprender, com oportunidade de cursos de formação profissionalizante. A importância aqui apresentada é que quando se faz ênfases, a uma determinada área você pode agrupar os alunos que tenham habilidades que facilitam o aprendizado naquela vertente. Vai de encontro então a reforma, aos interesses pessoais e aptidão dos alunos o que facilita a motivação. Reconhecemos que a Lei nº 13.415 não deixa de ser uma tentativa de melhora de uma realidade educacional que não está condizendo com necessidades atuais, e sua sanção provoca debates importantes no cenário educacional.

2.3 Posicionamento do grupo GPM 24

Após a apresentação dos cenários acerca da implementação da reforma do Ensino Médio, consideramos que as medidas impositivas do atual governo brasileiro são dissonantes do movimento de busca por uma gestão democrática e participativa dos sistemas educacionais em diversas partes do mundo. Ao contrário das medidas de avaliação e incentivo a carreira docente que estão em movimentação em importantes países (BROOKE, 2011), aqui no Brasil, em nossa opinião, as medidas de reforma impostas pelo atual governo não colaboram efetivamente para a transformação democrática e de valorização da educação almejada pela sociedade.

Para legitimar uma política de governo, estamos presenciando até mesmo a utilização dos meios de comunicação para justificar a necessidade da reforma do Ensino Médio, como algo bom e necessário, com respaldo da população e dos maiores interessados: os próprios alunos. O protagonismo dos envolvidos é uma necessidade e não uma estratégia acessória. Ao longo do tempo, as experiências mostraram que essas políticas não lograram êxito. As reformas são necessárias, mas sem uma ampla discussão transformam-se num caso clássico de desgaste de energia e desperdício de dinheiro público. O grupo entende que chega a ser um paradoxo propor medidas de reforma dando aos jovens a possibilidade de optar por seus itinerários avaliativos, valendo-se de um mecanismo legal impositivo conseguido por medida provisória. O protagonismo juvenil é necessário e urgente, pois se por um lado, os críticos dizem que os jovens desta faixa etária ainda não sabem escolher o melhor itinerário formativo devemos entender que a prática da escuta é pedagógica e necessária na constituição de uma política pública de Estado e não apenas de um projeto de governo. Para Dayrell (2014), o desenvolvimento de aspectos sociais e intelectuais nos leva a almejar uma sólida formação profissional. A preparação para o trabalho nos direciona à capacitação profissional para que possa posicionar-se como um cidadão pleno de seus direitos como consumidor e acesso aos bens culturais da

sociedade.

Ainda observa-se o subfinanciamento e atraso nos repasses dos recursos financeiros às escolas, como um nó que trava as “engrenagens” do sistema educacional. Conforme salientado nos textos estudados, apesar de haver a proposição de ampliação do financiamento das ações educativas do Ensino Médio com recursos oriundos

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