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A INCLUSÃO DE ALUNOS ESPECIAIS NAS REDES DE ENSINO DO MUNÍCIPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO-MT

Por:   •  4/1/2018  •  2.896 Palavras (12 Páginas)  •  501 Visualizações

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A inclusão de estudantes com deficiência no sistema regular de ensino está baseada nessa perspectiva de educação para todos, uma vez que, ao serem feitas adaptações pedagógicas para um aluno que tenha algum tipo de deficiência, leva-se em conta distintas formas de aprender e de ensinar. Pensando em como realizar da melhor maneira as práticas inclusivas para essas pessoas, de forma a desenvolver suas potencialidades, busca-se também a qualidade do ensino para todos os estudantes, independentemente de terem ou não deficiência. O uso de estratégias de ensino adequadas a diferentes tipos de necessidades específicas de aprendizagem só vem a contribuir para o desenvolvimento de todos os estudantes envolvidos no processo, ou seja, indivíduos com diferentes deficiências ou necessidades educacionais específicas, de diferentes origens socioeconômicas e contextos culturais distintos, com habilidades igualmente variadas entre si, poderão beneficiar-se de estratégias didático-metodológicas heterogêneas; afinal, em uma escola que busca cada vez mais tornar-se democrática, não se pode supor que exista uma única forma de ensinar e aprender.

Mas o fato é que muitas vezes os profissionais envolvidos com a educação têm se mostrado apáticos diante da estrutura educacional existente no país, e resistem a mudar sua metodologia de ensino, não vendo saída para alterar sua prática pedagógica cotidiana. Acrescenta-se a isso o fato das classes serem muito numerosas, por vezes com mais de quarenta alunos, piorando a situação. A inclusão não é uma tarefa fácil, porém, sem dúvida, possível. E se a realidade enfrentada é difícil, faz-se necessário buscar formas para modificá-la.

Inclusão Escolar de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (ANEEs)

A educação de ANEEs ocorre por meio de um sistema paralelo de ensino, por sua vez, denominado Educação Especial, com métodos de forte ênfase clínica e currículos próprios. Atualmente, a Educação Especial vem redimensionando o seu papel (que era antes restrito ao atendimento direto dos alunos) para atuarem prioritariamente como suporte à escola regular no recebimento dos mesmos.

A inclusão escolar passa a criar oportunidades contínuas pra todos os alunos aprenderem por meio do uso de estratégias diversificadas de ensino, ao mesmo tempo, tendo a possibilidade de criar bases firmes para a melhoria da escola e para a capacitação contínua dos professores.

As estratégias diversificadas de ensino devem ser elaboradas não levando em conta as limitações, o déficit, as incapacidades destes alunos, mas sim, basear-se no novo modelo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que procura enfatizar a funcionalidade, a capacidade de viver a vida em sua total potencialidade, tornando-os membros ativos, em todos os sentidos, dentre as mais diversas atividades de sua sociedade.

A atenção sobre limitações e desvantagens dos ANEEs na estruturação dos processos de ensino, seguia bem um modelo biológico de corpo escolar, que visava à padronização de desempenho e de desenvolvimento, vendo o corpo como: um corpo formado por partes isoladas e estanques, entre as quais não existem inter-relações, e de que sua utilidade se restringe apenas à funcionalidade, e vendo os corpos deficientes incapazes e ineficazes diante do mundo do trabalho e do espaço da educação. Ser um corpo deficiente, pelo novo paradigma da Organização Mundial da Saúde (OMS), é ser visto, aceito, admirado e aplaudido pelas suas possibilidades e potencialidades.

Este é o novo modelo pedagógico da educação, onde a valorização da individualidade é fundamental, valorizando o convívio entre os corpos diferentes, acreditando no aprendizado não só de conteúdo, mas de valores sociais e humanos, de construção de conhecimento individual e coletivo, estabelecendo o diálogo constante entre professor-aluno, aluno-aluno e de todos com o ambiente escolar e social.

Novos Desafios para o Educador

No presente momento, o maior desafio a ser enfrentado relacionado à formação profissional para que o professor atue no ensino regular ou especializado na área da Educação Inclusiva, está diretamente ligado ao custeio para participar de cursos de capacitação e aperfeiçoamento e à disponibilidade de tempo para se ausentarem do trabalho, casa e cidade, além do desinteresse por parte de muitos. Apesar de o governo disponibilizar verbas para que a escola proporcione aos professores condições de buscarem formação adequada para atuar na educação inclusiva, muitos deixam de usufruir desse privilégio por não terem condições de arcar com despesas de hotel e alimentação por um período médio de cinco dias, deixando filhos e a rotina diária, o que os impede de obterem a formação adequada e satisfatória.

Há a perspectiva de a Educação Inclusiva ser compreendida como aquela capaz de lidar com a diversidade do ser humano, pois é por meio dela que pode - se promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos aqueles que necessitam de cuidados especiais, a partir da inserção dos mesmos em salas de aula comuns, onde é possível atender a diversidade.

Por outro lado, não se pode esquecer que para isso, são imprescindíveis mudanças na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações entre a família e a escola. A escola deve estar primeiramente, disposta a aceitar mudanças, a partir da proposta de inclusão.

O processo de inclusão não deve ter como objetivo tornar todos iguais, mas saber respeitar as diferenças. Isto exige o esforço de professores capacitados e a utilização de diferentes métodos para responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais.

O ensino integrado é, algumas vezes, visto como um passo dado em direção à inclusão, no entanto, sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão integradas. Para que tal processo aconteça com resultados satisfatórios, a escola deve estar aberta ao diálogo e às relações com os professores, alunos, pais e gestores, promovendo um ambiente favorável para a verdadeira formação do ser humano, principalmente porque lida com aqueles que necessitam de cuidados especiais, mas que apesar disso, podem transformar a si e à realidade.

Por isso, é importante ressaltar que a visão que se tem de uma pessoa que necessita de cuidados especiais, está impregnada de preconceitos que permeiam o imaginário social. Ver no sujeito suas potencialidades é requisito essencial para que o professor desempenhe

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