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AVALIAÇÃO DO CONSUMO DA SOJA COMO ALIMENTO FUNCIONAL

Por:   •  7/6/2018  •  11.903 Palavras (48 Páginas)  •  369 Visualizações

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Key-words: soybeans, functional food, quality of life.

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1. INTRODUÇÃO

Para a Organização Mundial de Saúde a definição de qualidade de vida pode ser compreendida como a manutenção da saúde a nível superior, em todos os aspectos da vida humana (OMS, 1991).

Segundo Ferreira (2009), desde o século V a.C. até os dias de hoje o alimento continua sendo importante para promoção, prevenção e tratamento de doenças conforme citação de Hipócrates (460 – 322 a.C.): “Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento”.

Uma alimentação harmoniosa, balanceada e não apenas para nutrir o organismo, mas sim para promoção e prevenção de doenças, rica em componentes que tenham efeitos metabólicos e fisiológicos levando a qualidade de vida, essas são as características de alimentos funcionais (AMARAL, 2006).

Foi no Japão, na década de 80, que o termo alimento funcional foi citado pela primeira vez. Pois, além de exercer seu papel nutritivo, seus ingredientes auxiliam nas funções do organismo (AGUIAR; CORO; PEDRÃO, 2005).

Para a Secretária de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, a definição de alimento funcional é aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutritivas básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos, e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica (ANVISA, 1999).

Funcionais são alimentos que são utilizados para enriquecer e diversificar a dieta usual, trazendo efeitos metabólicos e fisiológicos e exerce seu papel na promoção e prevenção a saúde (SILVA et al, [2009?]).

Os alimentos funcionais podem ser classificados quanto sua origem (animal ou vegetal) e quanto aos benefícios que oferecem ao organismo. Atuam como antioxidantes no comportamento das funções fisiológicas, no sistema gastrointestinal, no metabolismo de substratos, no sistema cardiovascular, no crescimento e diferenciação celular (MORAES; COLLA, 2006).

A soja é qualificada como alimento funcional devido as suas características químicas e nutricionais. Estudos comprovam que pode ser utilizado como forma terapêutica e preventiva no tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas da menopausa (SILVA et al, 2009).

A soja, entre os alimentos funcionais já identificados, é o mais completo, pois contém componentes que atuam no metabolismo prevenindo e reduzindo riscos de várias patologias como o câncer (YOON, 2001).

A soja é uma leguminosa que já é cultivada há séculos, embora as pessoas desconheçam seus benefícios. É oferecida de variadas formas: como feijão, óleo, molho (shoyo), farinha, leite e o concentrado protéico. A proporção ideal a ser ingerida é de 25g a 50g/dia. Nos estudos a proteína de soja substitui a proteína animal, ocasionando uma diminuição de 9,3% no nível do colesterol total, 12,9% no LDL - colesterol e 10,5% nos triglicerídeos (CUPPARI, 2005).

A soja possui folhas tripartidas pertencentes à família das fabáceas. É uma planta herbácea anual, o seu fruto é uma vagem que contém grãos na forma oval, sua utilização terapêutica está ligada ao seu teor de isoflavonas. As isoflavonas têm ação antioxidante, conforme demonstram estudos, pois tem a capacidade de impedir ou tornar mais lenta a taxa de oxidação do LDL - colesterol, sendo que as mesmas inibem a produção de oxigênio reativo que contribui para a formação de radicais livres (SILVA et al, 2009).

Em sua composição a soja pode ser considerada um alimento completo, pois tem 42% de proteínas, 33% de carboidratos, 20% de lipídeos e 5% de resíduos, além de vitaminas e minerais (MAGNONI, 2002). Os fitoestrógenos são compostos vegetais, não esteróides que agem na soja como fungicida, protegendo contra os raios ultravioletas, regulando os hormônios vegetais, e também atuando como antioxidantes. As isoflavonas são formas mais comuns de fitoestrógenos (BEDANI; ROSSI, 2005). Daidzeina, genisteína e a gliciteína são as principais isoflavonas encontradas na soja que se apresentam nas formas de conjugados glicosídicos (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).

Existem estudos em que as isoflavona protegem contra a oxidação, pois tem função antioxidante (genisteína e daidzeína) (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).

A isoflavona faz parte de um conjunto de substâncias naturais que são retiradas da soja, suas atividades são semelhantes aos hormônios femininos sendo importantes a saúde da mulher, destacando a genisteína e o daidzeína. As isoflavona têm efeito estrogênico, isto é, podem elevar os níveis deste hormônio, pois se o estrógeno estiver em nível anormal no sangue poderá afetar a função reprodutiva, outros órgãos do sistema e a saúde dos ossos. Os isoflavonóides têm função normalizadoras, isto é, podem exercer efeitos estrogênicos, elevando os níveis de hormônios similarmente ao tratamento com hormônios sintéticos (VIEIRA, 2002).

As fibras da soja previnem doenças, auxiliando na manutenção da mobilidade intestinal, prevenindo diverticulite e constipação, e as solúveis agem no controle do DM tipo II e na redução dos níveis sanguíneos e LDL- colesterol (PENHA et al, 2007).

O câncer é a multiplicação incontrolada de células formadoras do tumor, que em certos casos pode se propagar por metástases gerando tumores secundários em outras partes do corpo (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).

A população oriental tem baixa incidência de câncer de mama e próstata devido à ingestão de 28 a 80mg/dia de genisteína dos produtos derivados de soja. A mesma também inibe a agregação plaquetária e o crescimento de células cancerígenas em concentrações fisiológicas (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).

A falta de exercícios, o cigarro, dieta inadequada e o estilo de vida são fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer. Evidências científicas comprovaram que uma em cada três mortes de câncer nos EUA, uma é devida a fatores alimentares, atingindo proporções epidemiológicas. A população brasileira tem se preocupado com a qualidade e quantidade de vida, devido às ações de recuperação e promoção da saúde (AMARAL, 2006).

A administração de genisteína com seus efeitos biológicos contribuíram para a redução da multiplicação e a invasão do adenocarcinoma no colón, comparado com a dieta controle, inibe o câncer em alguns locais (SILVA et

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