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MÉTODOS PEDAGÓGICOS DE ENSINO DE MODALIDADES COLETIVAS .

Por:   •  25/11/2018  •  4.420 Palavras (18 Páginas)  •  464 Visualizações

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Bayer (1994) afirma coexistir duas correntes pedagógicas de ensino para os jogos desportivos coletivos: uma utiliza os métodos tradicionais ou didáticos, decompondo os elementos (fragmentação), na qual a memorização e a repetição permitem moldar a criança e o adolescente ao modelo adulto.

De uma forma geral, praticamente todos os autores, antes de introduzirem suas propostas metodológicas, realizam uma rápida abordagem dos dois princípios metodológicos que tangeram a história dos Jogos Esportivos Coletivos: o analítico (que previa a fragmentação dos gestos técnicos e o ensino a partir da aplicação de sequências pedagógicas que visavam a aprendizagem dessas técnicas), e o global (o qual preconizava o ensino por meio de jogos, para que, por meio deles, o indivíduo aprendesse não só as técnicas mas também a tática inerente ao jogo).

Garganta (1998), nos estudos sobre pedagogia do esporte, enumera duas abordagens pedagógicas de ensino: a primeira é mecanicista, centrada na técnica, na qual o jogo é decomposto em elementos técnicos: passe, drible, recepção, arremesso. Os gestos são aprimorados, especializados, e suas conseqüências mostram o jogo pouco criativo, com comportamentos estereotipados e problemas na compreensão do jogo, com leituras deficientes do ponto de vista tático.

Esses “novos” métodos, destacados dentre outros que podem ser encontrados na literatura, convergem para uma melhor compreensão de aspectos inerentes à prática pedagógica do processo de ensino, vivência e aprendizagem de uma modalidade coletiva, e podemos notar uma constante preocupação com a compreensão que o indivíduo tem do processo como um todo, e não mais apenas de suas vertentes técnicas.

A etapa de iniciação nos jogos desportivos coletivos é um período que abrange desde o momento em que as crianças iniciam-se nos esportes até a decisão por praticarem uma modalidade. Desta maneira, os conteúdos devem ser ensinados respeitando-se cada fase do desenvolvimento das crianças e dos pré-adolescentes. Sendo assim, optamos por dividir a etapa de iniciação esportiva em três fases de desenvolvimento: a) fase iniciação esportiva I; b) fase de iniciação esportiva II; e c) fase de iniciação esportiva III, sendo que cada fase possui objetivos específicos para o ensino formal e está de acordo com as idades biológica, escolar, cronológica e com as categorias disputadas nos campeonatos municipais e estaduais, diferenciando-se de modalidade para modalidade.

“Vivemos neste início de século 21 um momento importante para uma melhor compreensão e melhor convivência com o fenômeno sociocultural esportivo, no qual o mais importante não é o jogo, mas aquele que joga. E quem joga se movimenta, pensa e tem sentimentos” (PAES, 2008,p. 41, grifo nosso)

Paes (1989) pontua que, no processo evolutivo, essa fase - participação em atividades variadas com caráter recreativo - visa à educação do movimento, buscando-se o aprimoramento dos padrões motores e do ritmo geral por meio das atividades lúdicas ou recreativas. Hahn (1989) propõe, com base nos estudos de Grosser (1981), o desenvolvimento das capacidades coordenação, velocidade e flexibilidade, pois esse é o período propício para o início de desenvolvimento. As crianças encontram-se favorecidas, aproximadamente entre 7 a 11 anos, em função da plasticidade do sistema nervoso central, e as atividades devem ser desenvolvidas sob diversos ângulos: complexidade, variabilidade, diversidade e continuidade durante todo o seu processo de desenvolvimento.

Teodorescu (1984) afirma que os aspectos físicos do desenvolvimento morfofisiológico e funcional podem ser desenvolvidos com as influências positivas do jogo no processo de aprendizagem e prática. Deve-se, então, apropriar-se do aumento da intensidade nas aulas e nos treinamento em relação aos espaços dos jogos, visando ao desenvolvimento da capacidade aeróbia, base para outras capacidades.

Entretanto, alguns autores trouxeram importantes inovações neste conceito de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos, dentre eles: Bayer (1992), quem além de trazer o conceito dos princípios operacionais discute a necessidade de considerar as atividades lúdicas, seja na figura de jogos infantis tradicionais, ou jogos pré-desportivos ou ainda o próprio esporte, contudo com regras reduzidas e simplificadas, permitindo ao professor o aumento gradual das dificuldades e da complexidade das regras (ensino das regras de ação); Greco (1998), quem coloca a importância da redução do jogo para a compreensão técnico-tática do mesmo, levando o aluno a descobrir o “como fazer” e “o que fazer” por meio de “situações problema” (método situacional); Garganta (1995), que por criticar o modelo tecnicista de ensino dos esportes coletivos sugere uma nova proposta de seu processo pedagógico a qual leva em consideração os níveis de relação entre aluno, bola, equipe e adversários, nos quais o jogo sempre se fará presente na tentativa de levar os alunos do “jogo anárquico” ao “jogo elaborado” por meio dos jogos condicionados e sua forma dirigida; Daólio (2002), que baseado na teoria de Bayer (1994), propõe um modelo pendular o qual tem em sua base os princípios operacionais e em sua extremidade as técnicas usuais de cada modalidade, passando pelas regras de ação, e assim mostra que a boa cognição dos princípios de um jogo coletivo leva à compreensão tática do mesmo e à criação de técnicas próprias para lidar com a imprevisibilidade do jogo, que, quando somadas às técnicas tradicionais da modalidade, terminam por ampliar largamente a possibilidade e capacidade de atuação desse indivíduo em meio à tática individual e coletiva; Graça e Mesquita (2002), que trazem definições sobre novas metodologias como o Teaching Games for Understand (TGfU), cujo modelo prevê a adaptação do jogo pelo professor, tanto em suas regras quanto em sua duração (tempo de partida), assim como outros aspectos, a fim de que a atenção seja canalizada para a compreensão tática do mesmo e a criação de formas de atuação; e o Sport Games (SE).

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- CONCLUSÃO

Ao contemplar as possibilidades pedagógicas intrínsecas ao esporte no decorrer de um processo de ensino, vivência e aprendizagem dos Jogos Esportivos Coletivos, estaríamos visando o desenvolvimento de forma integral do indivíduo que participa desse processo, incentivando-o a continuar no esporte (seja por meio da especialização esportiva seja utilizando-o como fonte de lazer) e, principalmente, educando-o para sua vida social,

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