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MÉTODOS PEDAGÓGICOS DE ENSINO DE MODALIDADES COLETIVAS

Por:   •  14/11/2018  •  2.637 Palavras (11 Páginas)  •  337 Visualizações

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Assim, na década de 1980, surgiu uma grande discussão no campo da pedagogia sobre o caráter reprodutor da escola para a transformação radical da sociedade capitalista, absorvida pela educação física, constituindo-se então, gradualmente, uma corrente que no começo foi chamada de revolucionária, mas que logo foi denominada de crítica e progressista.

O quadro das propostas pedagógicas em educação física se apresenta de uma forma bastante diversificada, conforme a seguir:

Principais abordagens pedagógicas da educação física escolar

2.1.1 Abordagem psicomotora – usa o movimento como um meio, valorizando o processo de aprendizagem e descarta a execução do gesto técnico isolado. É considerado um dos primeiros passos do rompimento com o modelo excludente até então predominante. De acordo com Lê Boulch (1982) o objetivo principal desta abordagem é a educação pelo movimento, contribuindo para o desenvolvimento psicomotor do aluno, de quem depende, ao mesmo tempo, a evolução de sua personalidade, como também o sucesso escolar.

2.1.2 Abordagem construtivista-interacionista - interage a formação integral do aluno com a inclusão das dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano. Assim tem influências da psicologia, tendo como base os trabalhos de Jean Piaget, Lê Boulch e Vygotsky. Assim o seu maior idealizador foi o professor João Batista Freire e a obra que melhor representa esta proposta é o livro “Educação de corpo inteiro” (1989). Esta abordagem enfatiza as experiências dos alunos e a sua cultura, pois estes dois itens são os principais aspectos positivos da proposta construtivista. E ainda propõe métodos alternativos e diretivos, permitindo a construção do aluno, a construção por meio do conhecimento e através da interação com o meio, dando-lhes oportunidades para a resolução de problemas na construção do seu próprio modelo de movimento.

2.1.3 Abordagem desenvolvimentista – se destaca pela sua fundamentação teórica e tem a sua essência na utilização do movimento como meio e fim da Educação Física escolar. Esta teoria baseia-se em abordagens associativas da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, propondo uma classificação hierárquica dos movimentos dos seres humanos. Apoia a ideia de que o movimento é o propósito principal da educação física, não tendo como função o desenvolvimento das capacidades cognitivas que auxiliam na alfabetização e no pensamento lógico-matemático, a pesar de que isto possa ocorrer como uma consequência da prática motora. (DARIDO, 1998).

2.1.4 Abordagem crítico-superadora – Nesta teoria a educação física escolar é interpretada como uma disciplina que trata pedagogicamente, de um tipo de conhecimento voltado para a cultura corporal, objetivando desenvolver o ensino da expressão corporal como linguagem. Pode-se contemplar a melhor obra desta abordagem no livro “Metodologia do ensino da Educação Física”, publicado em 1992, escrito por uma coletânea de autores.

2.1.5 Abordagem sistêmica – tem como característica a capacidade de olhar o homem como um ser influenciável e influenciador dentro da sociedade, adaptando sua estrutura e reequilibrando-se num nível mais elevado de complexidade à medida que a sociedade se transforma. Assim a educação física é compreendida como um sistema hierárquico aberto, pois continuadamente, sofre influências da sociedade ao mesmo tempo em que a influência. Pretende garantir a especificidade, considerando o corpo e movimento como meio e fim da educação física escolar e desta forma delimita a finalidade da educação física na escola que conforme Betti (1992), citado por Darido é “integrar e introduzir o aluno de ensino fundamental e médio no mundo da cultura física, formando o cidadão que usufrui e contribuir para transformar as formas culturais da atividade física (jogo, esporte, dança, ginástica...)” (p.63). Esta abordagem é influenciada, assim como a desenvolvimentista, por estudos nas áreas sociologia, filosofia e um pouco, da psicologia. Destaca como princípios fundamentais, o princípio da não exclusão, onde as atividades desenvolvidas não podem excluir ninguém, assim bisca reverter “o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultantes da valorização exagerada do desempenho e da eficiência”. (PCN, p.19) e o da diversidade buscando valorizar as diversas possibilidades de aprendizagem, destacando desta forma as diferentes dimensões: afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos.

CONCLUSÃO

Vários estudiosos já contribuíram ao longo dos anos, na tentativa para que os professores de educação física pudessem cooperar de forma mais incisiva no processo de ensino para aprendizagem na Educação Física Escolar brasileira.

Assim, várias teorias, métodos e abordagens apareceram como esperança de um caminho a ser seguido, como um remédio para curar a falta de identidade da educação física ou até mesmo como um ponto final nesta desgastante guerra pelo conceito que muitas vezes se torna indefinido para a maioria dos docentes.

Infelizmente, muitas vezes as abordagens pedagógicas que fizeram e fazem parte da história da Educação Física mundial e brasileira não conseguem responder qual o verdadeiro papel desta disciplina no contexto escolar e o que devemos esperar dela. Também pode-se perceber que em algumas vezes não se leva em conta as modificações constantes que o ser humano vive, o que serve para hoje, com poucas modificações, não servirá para o futuro e que teremos que transpor este novo obstáculo. Assim, desconsiderar estas modificações, é não levar em conta a evolução tecnológica e principalmente humana, e isto pode ser é a principal falha daqueles que buscam uma única resposta, em um determinado tempo.

Neste contexto, o que ficou claro nas abordagens pedagógicas é que não existe uma única resposta, e sim várias interligadas. Estas respostas, levam os professores a utilizarem as abordagens de forma harmoniosa, desenvolvendo uma prática pedagógica que inter-relaciona atividades específicas da Educação Física com as peculiaridades sociais, tendo como beneficiário final o educando. Nesta lógica o aluno é visto como um ser social que sofre modificações constantes através do meio que o cerca.

As abordagens pedagógicas ainda hoje, recebem questionamento devido a privatização, e individualização, da saúde promovida pelo Estado, que concebe iniciação esportiva sem depender do contexto escolar para desenvolver o esportista.

Sendo

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