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Os diferentes Métodos e Abordagens de Ensino de Modalidades Coletivas

Por:   •  13/9/2018  •  3.517 Palavras (15 Páginas)  •  349 Visualizações

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O objetivo destes jogos, entendidos basicamente como pré-esportivos, no currículo traduziam-se numa forma de familiarizar o aluno com o esporte. No planejamento do ensino, muito frequentemente, eram distribuídos por bimestres: voleibol no primeiro bimestre, atletismo no segundo, e assim por diante.

Por conta disso formou-se a cultura esportiva na Educação Física, respaldada no prestígio e importância social, política e econômica do esporte, a própria população brasileira atribuía este status a essa forma de metodologia da disciplina, pois a prática do esporte poderia significar forma de ascensão para os alunos que se destacassem.

Nos anos 80, no período da democratização da sociedade brasileira, constituiu-se, um movimento, denominado movimento renovador, que se caracterizou por uma forte crítica à função atribuída até então à Educação Física no currículo escolar e que provocou uma mudança radical do entendimento do conteúdo da disciplina.

O movimento renovador da Educação Física brasileira defendeu que o corpo não poderia mais ser entendido somente como uma dimensão da natureza (em nós) e sim, principalmente, como uma construção cultural, portanto, simbólica. O corpo e suas práticas expressam a sociedade na qual estão inseridos, ou seja, são construções históricas, assim como, a própria noção de natureza. As diferentes práticas corporais (ou atividades físicas, como eram chamadas) foram construídas pelo homem em determinado contexto histórico-cultural e com sentidos próprios, passou-se, então, a serem utilizadas as expressões cultura corporal, cultura de movimento e cultura corporal de movimento para expressar o objeto/conteúdo de ensino da Educação Física.

Tornou-se fundamental compreender o conteúdo da Educação Física como uma dimensão da cultura e não mais da natureza no sentido de submetida apenas às suas leis próprias, indica também uma mudança de sentido para a própria escola, que deixa de submeter os alunos a uma atividade física, apenas, com o objetivo de desenvolver o corpo em força e agilidade, mas passou a desenvolver as habilidades esportivas.

Atualmente, principalmente no Brasil, a prática dos esportes coletivos passou a tomar lugar de maior destaque ainda, pois passaram a significar possibilidades de integração, solidariedade, desenvolvimento de trabalho de equipe, entre outros valores importantes para a sociedade. Para que se construísse essa visão, os métodos e as abordagens para ensiná-los abarcaram diversas concepções.

Abordagens do método de ensino nos esportes coletivos

O processo de ensino na educação física e no treinamento desportivo, como qualquer outra disciplina escolar, precisa de metodologia, entretanto, muitos dos estudos desenvolvidos em relação a elas e ações pedagógicas utilizadas pelos professores na atualidade contemplam ainda o ensino dos esportes com abordagem tradicional, sobretudo, nos esportes coletivos como o futebol.

O termo método a partir de um olhar didático é usado como sinônimo de estilo de ensino, técnica de ensino, recurso de ensino e estratégia de ensino (DELGADO, 1994). Foram diversas as abordagens que se sucederam e que, inclusive, convivem na prática de muitos professores, atualmente.

Estilo tradicional: apresenta as modalidades de mando direto e a atribuição de tarefas. O primeiro refere-se ao professor tomando todas as decisões e emitindo ordens e o aluno limitando-se à execução (MOSSTON & ASHWORTH, 1996). O esquema da aula apresenta a seguinte ordem: demonstração, explicação, execução, avaliação. No segundo caso, consiste em propor tarefas por parte do professor em forma passiva. Neste estilo cada aluno trabalha a seu ritmo e a organização da aula pode ser livre, segundo as circunstâncias.

Estilo pela participação do aluno: é constituído por ensino recíproco, grupos reduzidos e micro-ensino. No caso do primeiro, o ensino é realizado em duplas, permitindo que um aluno execute o exercício e o outro observe e corrija os erros. No segundo caso, formam-se equipes de trabalho, destacando que uma equipe executa os exercícios, duas equipes observam e uma última anota; no terceiro caso, é utilizado quando a turma é numerosa e formam-se equipes de 10-15 membros com um responsável. O professor explica aos responsáveis e estes, por sua vez, aos membros da equipe.

Estilo pelo desenvolvimento cognitivo: apresenta-se de através de três metodologias diferentes, o desenvolvimento guiado, resolução de problemas e a criatividade. O primeiro método, refere-se ao desenvolvimento tanto físico, como mental, em que o aluno deve descobrir conceitos básicos, movimentos ou princípios gerais (CONTRERÁS, 1983). Assim, também o aluno decide sobre a organização, tempo e ritmo de execução dos exercícios e participa na tomada de decisões dos problemas formulados (VICIANA & DELGADO, 1999), estando aptos para ensinar habilidades específicas isoladas. No segundo método, os alunos refletam e generalizem seus conhecimentos para diferentes situações e podendo ser utilizados jogos esportivos reduzidos, tentando resolver os problemas formulados. O terceiro método facilita a livre expressão do sujeito, permitindo a exploração espontânea de novos movimentos (DELGADO, 1991) assim como a inovação tanto do professor, como dos alunos.

A técnica de ensino consiste em selecionar o modo mais adequado de transmitir as habilidades e conhecimentos aos alunos (DELGADO, 1994), bem como a atuação do professor na hora de dirigir as atividades (aula), mantendo a motivação, propiciando “feedback” e evitando o fracasso. Para isso se executam duas técnicas: a instrução direta e a indagação. A instrução direta consiste em apresentar a informação (modelo) ao aluno com uma prévia demonstração e com clareza, sendo o professor o protagonista do processo de ensino. No entanto, a indagação permite que o papel do aluno seja ativo, tornando-se descobridor de sua própria aprendizagem e, portanto, protagonista do processo de ensino-aprendizagem.

O método como recurso de ensino

Refere-se ao conjunto de meios didáticos que facilitam a comunicação do processo de Ensino, permitindo a adaptação ao repertório e à idade do aluno. Delgado (1991) considera como recursos didáticos os materiais como fotos, vídeos, entre outros meios não-verbais. Assim, também a organização dentro da aula (distribuição do material, colocação do professor e dos alunos) permite um controle adequado da aula.

O método como estratégia de ensino.

A estratégia

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