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ARISTÓTELES E A CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO

Por:   •  10/9/2018  •  4.411 Palavras (18 Páginas)  •  448 Visualizações

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Com a morte de Alexandre, cresceu um sentimento antimacedônico cresceu em Atenas. Com Demóstenes ativando o poder nacionalista e Eurimetode o acusando de impiedade por suas ideias, a situação fica difícil para Aristóteles e ele deixa Atenas, abandonando o Liceu sob a direção de Teofrasto.

Escondido em sua propriedade em Cálcis, de Eubea, morreu aos 62 anos no ano de 322 a.C., no entanto, o Liceu teve continuidade, assim como a Academia de Platão.

Estudiosos acreditavam que Aristóteles tinha a voz débil, pernas magras e olhos pequenos. Costumava vestir-se com elegância, levava anéis e cortava a barba. Acredita-se, também, que tinha bastante carinho com seus familiares, dependentes e alunos, como pode ser sustentado em seu testamento, na cláusula em que ele liberta todos os seus escravos.

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2.2 Pensamentos e Filosofia Aristotélica

Aristóteles descreveu os campos básicos da investigação da realidade e deu-lhes os nomes com que são conhecidos até os nossos dias: lógica, física, política, economia, psicologia, metafísica, meteorologia, retórica e ética.

Apesar de existirem muitos escritos de Aristóteles, a maior parte do seu trabalho foi perdida. A partir dos fragmentos restantes que compõem sua obra pode-se perceber que ele estudou o “ser enquanto ser”, ou seja, o que são e como são as coisas. Em sua metafísica, Aristóteles fala sobre os primeiros princípios, que dizem respeito aos princípios lógicos (Lógica Aristotélica), o princípio de identidade, da não contradição e do terceiro excluído. O princípio de identidade determina que uma proposição é sempre igual a ela. Disto pode-se afirmar que A=A. O princípio da não contradição afirma que uma proposição não pode, ao mesmo tempo, ser falsa e verdadeira. Não se pode propor que um triângulo possui e não possui três lados, por exemplo. O princípio do terceiro excluído afirma que ou uma proposição é verdadeira ou é falsa, e não há uma terceira. Garantindo, assim, as condições que asseguram a realidade das coisas.

Além, dos princípios lógicos, também são necessárias para que as coisas existam, segundo Aristóteles, as quatro causas fundamentais: a causa material, a matéria da qual é feita a essência das coisas; a causa formal, que diz respeito à forma da essência; a causa eficiente, aquela que explica como a matéria recebeu determinada forma; e a causa final, aquela que determina a finalidade das coisas existirem e serem como são. Como exemplo pode-se pensar numa pedra que rola a montanha. A causa material é o minério da pedra, a causa formal é a inclinação da montanha, a causa eficiente é o empurrão feito na pedra e a causa final é a vontade da pedra de atingir o nível mais baixo

Outra questão que Aristóteles buscou resolver em sua Metafísica foi o problema da unidade e multiplicidade das coisas, ou seja, o movimento. Problema este que se originou da disputa entre Heráclito e Parmênides, o primeiro defendendo a transitoriedade e mudança constante de todas as coisas e o segundo afirmando a completa imobilidade e imutabilidade do ser. A explicação está no fato de que, segundo Aristóteles tudo tem ato e potência, é uma relação de causa e efeito. O ato é a atualidade, como as coisas são neste momento, e a potência são as determinações, o que as coisas podem vir a ser. Um exemplo claro desta teoria seria a transformação de semente em árvore. A semente seria o ato (unicidade) com potência para se transformar e árvore (multiplicidade). Aristóteles concebe ainda, a ideia de ato puro ou ato primeiro que seria necessário para originar todas as coisas, que, para São Tomás de Aquino, seria Deus.

Aristóteles deu grande impulso para várias ciências na Antiguidade. Na Física, suas principais contribuições são as ideias sobre o movimento (potência e ato), queda de corpos pesados (corpos caem para chegar ao seu lugar natural/ graves, daí a origem da palavra gravidade) e o geocentrismo (descreve o cosmo como um enorme mas finito círculo onde existem nove esferas concêntricas girando em torno da Terra, que se mantem imóvel no centro delas). Sua lógica dominou os estudos da Física até o final da Idade Média.

Ele pode ser considerado o pai da Meteorologia por ter escrito o livro “Meteorologica”, onde explica fenômenos atmosféricos de uma maneira filosófica e especulativa.

Em Psicologia, Aristóteles traz uma importante contribuição, pois, diferente dos pensadores anteriores, que acreditam que a alma é separada do corpo, ou seja, após a morte a alma dissocia-se do corpo falecido e procura um novo corpo para instalar-se, ele aponta que a alma e o corpo não podem se separar. Para ele, a alma seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui alma, mesmo os animais e vegetais. Os vegetais teriam alma vegetativa, com função de alimentação e reprodução. Os animais teriam alma vegetativa e sensitiva, com função de percepção e movimento. Já o homem teria alma vegetativa, sensitiva e racional, com função pensante.

Outro ponto importante dos estudos de Aristóteles é a retórica, que ele define, não como a arte da persuasão, mas como a arte que permite determinar quais são os meios de persuasão mais adequados a cada caso. A retórica é, portanto, a arte que estuda os meios de persuasão. Contudo, isso não significa que o seu objetivo seja apenas teórico. Aquele que os conhece é também aquele que está em melhores condições para aplicá-los e, por consequência, para ser persuasivo. Por isso, a retórica não é apenas uma arte que visa compreender o discurso persuasivo. É também uma técnica que permite ser persuasivo.

No campo político, Aristóteles defendia a teoria organicista da formação do estado, que é a “reunião de várias partes, que preenchem funções distintas e que, por sua ação combinada, concorrem para manter a vida do todo” (Del Vecchio), ou seja, o estado existe por natureza, é anterior ao indivíduo e este não é autossuficiente. Só consegue não viver em sociedade um deus ou um bruto.

Ele se preocupou com um estudo dos sistemas políticos e leis existentes em sua época, diferente de Platão, que teorizou uma cidade ideal. A política aristotélica é essencialmente ligada à moral, porque a finalidade do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e os meios necessários para isso, e consequentemente a felicidade dos súditos. Porém, a política e a moral se diferem quando esta tem por objetivo o indivíduo e aquela a coletividade.

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