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Noam Chomsky – O Fim do Sonho Americano

Por:   •  25/11/2018  •  2.044 Palavras (9 Páginas)  •  291 Visualizações

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2. Moldar a ideologia: Chomsky cita o Memorando de Powell e o Primeiro Grande Relatório da Comissão Trilateral, cujo título é “A Crise da Democracia”, como evidências dos esforços da Elite e dos Plutocratas para manter o povo pacífico e às margens da política.

Durante os anos de 1960 e 1970 houve um grande crescimento da participação da população na política nos EUA, principalmente as minorias. Jovens, estudantes, negros, feministas, ambientalistas e homossexuais se juntaram em grandes movimentos políticos e de certa forma, civilizadores. Isto assustou os ricos e a elite dos EUA que pretendiam manter a plutocracia, desta forma começaram os questionamentos sobre doutrinação, o que era ensinado nas escolas, universidades e igrejas do país a fim de evitar novos movimentos, pacificar e afastar da política as novas gerações formadas pelos jovens da época afinal o povo precisa ser passivo e despolitizado. Definir o modo como os cidadãos comuns devem pensar e agir faz parte da estratégia de dominação das elites.

3. Redesenhar a economia: A partir da década de 70 os EUA começaram a migrar de atividade industrial para atividade financeira. Em 2007 os grandes bancos norte-americanos eram responsáveis por 40% dos lucros corporativos, o que se tornou um perigo para economia do Estado, gerando assim as grandes crises financeiras como a de 2008, obrigando o Estado a intervir e aplicar dinheiro em grandes corporações e instituições financeiras a fim de evitar uma catástrofe na economia e sociedade.

A globalização mudou o comportamento da economia fazendo com que as instituições e leis se adaptassem ao mercado, a elevação do conceito de ‘insegurança do trabalhador’ que deixa os trabalhadores em constante medo de perder o emprego é fundamental para mantê-los em seu devido lugar. Chomsky explica que no ‘neoliberalismo’ o capital é livre, mas o trabalho não. O industrial pode facilmente fechar sua fábrica nos Estados Unidos – onde os custos sociais e trabalhistas são maiores – e transferir a produção para a China – onde o salário mínimo gira em torno de US$1 dólar a hora de trabalho. Para competir com China em termos de Emprego, os sindicatos se viram obrigados a aceitar condições de trabalho mais precárias e instáveis.

4. Dividir o fardo: deslocar o fardo de sustentar a sociedade para os pobres e classe média; menos impostos para os ricos; fazer com que a maioria do povo arcasse com os custos básicos da sociedade. No pós-guerra, tanto os ricos quanto os pobres enriqueceram, porque na época os impostos sobre altos salários de executivos e sobre o lucro e dividendos das empresas era elevado o bastante para distribuir a renda de forma igualitária. No entanto, desde os anos de 1980, os impostos sobre a parcela mais rica da sociedade diminuíram drasticamente e a desregulamentação total do fluxo de capitais permitiu a plutocracia pagar ainda menos impostos – ou simplesmente sonegá-los. Hoje a nova aristocracia é formada pelos super-ricos com acesso a paraísos fiscais e outros mecanismos financeiros reservados à elite econômica global que lhes permite fugir dos impostos.

No Brasil mais da metade da carga tributária é cobrada justamente daqueles que possuem menos, os mais pobres. Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 53,8% do total de impostos arrecadado no país é pago por brasileiros com renda de até três salários mínimos, que representam 79% da população. Na prática são os mais pobres quem sustentam os programas sociais, o SUS e as escolas e universidades públicas. Pois 28,5% da arrecadação vêm da dita ‘classe média’, famílias com renda entre três e dez salários mínimos, enquanto míseros 17,7% vem da classe média alta e da elite: brasileiros com renda superior à dez salários mínimos.

5- Atacar a noção de solidariedade: Do ponto de vista da plutocracia, a solidariedade entre os povos é muito perigosa. Você deve se preocupar somente consigo mesmo. obedecendo a máxima de “tudo para mim, nada para os outros” de Adam Smith, como a educação pública e a previdência social foram atacadas e diminuídas, ainda que largamente usada pelas classes A e B no passado e base de sustentação do desenvolvimento da sociedade americana. Partindo desses exemplos, Chomsky mostra como o capitalismo atua para minar nossa capacidade de sentir empatia e solidariedade com o outro, conquistando nossas mentes e nos fazendo refém do egoísmo mais tóxico e abjeto possível. No Brasil este princípio fez com que uma parcela da classe média fosse contra o Bolsa Família, por exemplo.

6- Controlar os reguladores: Deixar reguladores atuarem em causa própria: o crescimento absurdo do lobby e como as pessoas escolhidas para definir a legislação são as mesmas que usufruem dela em praticamente todas as áreas da economia e da sociedade. Quando o financiamento privado de campanha é permitido por lei, como acontece nos Estados Unidos, as leis são escritas a favor da plutocracia, que através de seu poder econômico elege deputados e senadores alinhados com seus interesses particulares controlando assim os rumos do país. A plutocracia quer um capitalismo de mentirinha, com um ‘Estado-babá’ sempre pronto para socorrê-la nas crises causadas por elas mesmas, enquanto a conta, é claro, fica para a classe média e os pobres.

7. Controlar as eleições: Financiar as eleições: grandes corporações financiando as campanhas presidenciais caríssimas que geram governantes que ficam na mão delas, em um círculo vicioso absurdo. O financiamento privado de campanha cumpre um papel central na estratégia de dominação da plutocracia. Deste modo a concentração de riqueza gera concentração de poder.

8. Manter o povo na linha: o ataque ao sindicalismo e todas as organizações de trabalhadores. De que forma eles eram parte essencial da resistência à exploração e ao abuso e, com o tempo, foram minados, seja diretamente pelo governo, seja pelas próprias organizações, que trataram de demonizar profundamente a atuação sindical, chegando a somente 7% de trabalhadores privados sindicalizados hoje. Até hoje a formação de sindicatos e associações de classe foi a melhor saída encontrada pelos trabalhadores para combater os abusos do capitalismo. Por isso a plutocracia global não vê a hora em regulamentar a terceirização do trabalho em todas as áreas e profissões possíveis e imagináveis. O objetivo é desmobilizar os trabalhadores, deixa-los fracos e impotentes.

Nos anos dourados do sonho americano, nas décadas de 1950 e 1960, um terço dos trabalhadores eram sindicalizados. Atualmente apenas um em cada dez é sindicalizado. Sinal de que a plutocracia

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