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Fichamento Kapler - Monstros, Demônios e Encantamentos no Fim da Idade Média

Por:   •  4/12/2017  •  2.851 Palavras (12 Páginas)  •  459 Visualizações

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→ Hans Schiltberger (1396)

→ Ruy Gonzáles de Clavijo (1403)

→ Guillerbert de Lannoy (1413), entre outros.

Rotas Marítimas:

- Cada vez mais os viajantes olham para o oeste. Isso não significa que eles tinham em vista o descobrimento de um continente desconhecido, o que eles procuram são ILHAS... de que ouviram falar de ilhas Afortunadas: A descoberta de Açores e das Canárias. Pelo oeste também se procurava uma nova rota para as ÍNDIAS. Objetivo das viagens de:

→ Cristóvão Colombo (1492-1503)

→ João Caboto (1497-1498)

→ Américo Vespúcio (1497-1504)

→ Vasco da Gama (1498-1503)

→ Fernão de Magalhães (1519-1520)

- Narrativa de viagem mais famosa: Jean de Mandeville – Viagem de Ultramar (1356), era um “viajante de gabinete”. Ao que parece, teria viajado a Terra Santa e talvez ao Egito, mas confessa que não foi à Índia:

“Conta-se também que o balsamo cresce na Índia e naquele deserto que Alexandre falou à árvore do sol e da lua. Mas não o vi, pois não fui tão longe, pois muitas são as perigosas passagens a transpor.”

Sua obra teve um sucesso extraordinário: contam-se mais de 300 manuscritos em dez línguas e 90 edições até 1600. O sucesso é explicado em parte pelo caráter seletivo da obra: essa viagem é quase exclusivamente uma coletânea, um concentrado de mirabilia (coisas admiráveis). Talvez o seu sucesso de sua difusão esteja ligado ao fato de o primeiro texto ter sido escrito em língua vulgar:

“E sabei que eu teria feito esse livrinho em latim para narrar com mais brevidade. Mas como muitos entendem melhor o romance que o latim, escrevi-o em romance, para que todos entendam.”

Outro exemplo de sucesso: Giovanni Del Pian di Carpini

- Ao voltar da Tartária, empreendera uma verdadeira turnê de conferencias pela França em 1427: Ele escrevera um grande volume sobre o que vira de notável entre os Tártaros e Alhumes.

Advento e o desenvolvimento da imprensa:

As narrativas de viagem despertavam portanto um interesse apaixonado e o advento e o desenvolvimento da imprensa só fizeram dar-lhes maior difusão. As viagens do passado são prestigiadas como nunca. A imprensa não se presta a apenas difundir as novidades, mas a fixar esquemas e conhecimentos arcaicos.

O verbo cerchier

Segundo Mandeville, os ocidentais nasceram para viajar, ao contrario dos orientais.

O verbo cerchier (investigar) é usado em frases típicas: “investigar terras distantes”, “investigar o mundo”.

As maravilhas

As maravilhas são o grande assunto das narrativas de viagens. As expressões “maravilhar-se”, “ficar maravilhado” são muito freqüentes. Seu sentido é o mesmo do verbo latino mirari, que exprime espanto, surpresa, gosto pela novidade e pelo extraordinário, não pelo belo. As maravilhas são férteis em sensações fortes e nisso está o prazer buscado.

Marco Pólo era apreciado na corte Mongol por seu talento de contador de historias.

“ele sabia contar muitas novidades e muitas estranhas coisas”.

O gosto pelo exotismo reinava tanto no oriente como no ocidente. Mandeville estava consciente do caráter popular de sua obra:

“pois muita gente ai encontra o prazer de falar das coisas estranhas.”

As novidades trazidas de terras estrangeiras dão à vida um elemento de diversidade que a Idade Media prezava de modo especial.

A diferença é motivo de maravilhamento:

O fato de, nas terras distantes, as coisas serem totalmente diferentes das nossas é uma das características mais importantes (e mais procuradas) da viagem:

”eles tem animais e pássaros tão diferentes dos nossos que seria uma maravilha ouvi-los, ainda mais vê-los.”

A diferença também é um aspecto das relações antitéticas existentes entre o nosso mundo conhecido e o mundo descoberto pelos visitantes.

Colombo expressa:

“Durante aquele tempo passeei a sombra de todas aquelas arvores, que são a coisa mais bela de se vê no mundo... Todas as arvores são tão diferentes das nossas quanto o dia é da noite; o mesmo se pode dizer dos frutos, das ervas, das pedras e de todas as outras coisas.”

Todos os viajantes tem a forte sensação de estarem passando para um outro mundo:

Em Roebruck é nítida a sensação de passagem:

“... no terceiro dia encontramos os tártaros e quando os vi e considerei, pareceu-me estar entrando em um novo mundo.”

O contrário das coisas:

Esse mundo não se caracteriza apenas por uma infinidade de diferenças, mas também pelo fato de que muita das coisas lá estão ao contrario do que existem aqui.

Marco Pólo exemplifica:

“na província de Meabar (Malabar) os idolatras mandam retratar e pintar todos os seus deuses e ídolos em negro e os diabos de branco como neve, pois dizem que Deus e todos os santos são negros ... e dos diabos dizem serem brancos.”

Alter mundus

– Na perspectiva de apenas dois mundos possíveis: O nosso e o dos outros, o que é o inverso do nosso.

Mundo virgem

– O outro mundo é um mundo virgem: eles são os primeiros a descobri-lo.

Colombo afirma em sua 3ª viagem:

“essa rota nunca foi seguida por quem quer que fosse e que esse mar é totalmente desconhecido.”

Esse outro mundo só é novo na medida em que nunca foi visitado até então. Pois na realidade

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