Resumo Cap 5 - Desenvolvimento Latino -Americano
Por: Ednelso245 • 1/12/2017 • 1.898 Palavras (8 Páginas) • 576 Visualizações
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Comparando o desenvolvimento da economia mundial do meio séculos pós termino da Primeira Guerra Mundial com o meio século anterior, Furtado observa diferenças de grande significação do ponto de vista dos países subdesenvolvidos. A fase anterior foi marcada pela formação do sistema de divisão internacional do trabalho permitindo concentrar em certas áreas as atividades produtivas que mais se beneficiavam do progresso tecnológico, bem como utilizar mais ampla e racionalmente os recursos abundantes como a terra e o trabalho. Analisando mais detalhadamente este processo, o autor logo constata duas modalidades de desenvolvimento: o dos centros industriais, apoiado no progresso tecnológico e na rápida acumulação de capital; e o das chamadas regiões periféricas, apoiadas nas modificações da demanda global efetuadas através do setor externo.
A primeira modalidade do desenvolvimento “acarretava mudanças na quantidade relativa dos fatores, acrescentando a dotação de capital por unidade de mão de obra, e também na qualidade desses fatores, exigindo uma melhoria progressiva do fator humano e envolvendo processos produtivos cada vez mais complexos”.
A segunda modalidade era quase sempre de caráter extensivo, ou seja, permitia aumentar a produtividade econômica dos fatores disponíveis sem exigir modificações significativas nas formas de produção. Por exemplo, substituindo a produção de milho (agricultura de subsistência), por uma de café (agricultura de exportação), poderia aumentar o produto global sem exigir alterações significativas nas técnicas de produção. O desenvolvimento periférico tinha a capacidade transformadora reduzida, no que diz respeito as técnicas tradicionais de produção. “Contudo, exigindo a modernização das infraestruturas e de parte do aparelho do Estado, ele abria um processo histórico que trazia em si mesmo um novo horizonte de possibilidades”.
- SIGNIFICAÇÃO PARA A AMERICA LATINA DA CRISE DE 1929
Introdução
As mudanças vieram após a Primeira Guerra Mundial, entretanto, suas características foram definitivas em questão de mudanças, apenas em 1929. Neste momento vivia-se um momento “favorável” quanto ao desenvolvimento dos países europeus após a guerra, pois, importavam grandes quantidades de mercadorias, principalmente produtos primários. Com o passar dos anos decaía a importação das mercadorias e os produtos primários aos países europeus, pois, já estavam quase que completamente recuperados das consequências da Primeira Guerra, portanto, neste momento os EUA começaram a estocar os produtos, pois, a compra desses produtos por outros países já não era na mesma proporção.
Grande parte das empresas que produziam todas essas mercadorias que eram importadas tinham ações na bolsa de valores, ações essas que começaram a se desvalorizar e com essa desvalorização houve uma correria dos investidores que pretendiam vender suas ações. As ações desvalorizaram ainda mais em poucos dias, deixando esse período conhecido por “Grande Depressão”, pois, muitas pessoas ricas passaram a se tornar pobres da noite para o dia, muitas empresas foram à falência e também a influencia em outros países foi muito forte, devido aos EUA terem relações com muitos países, como europeus, latinos americanos, entre outros.
No Brasil os efeitos da crise foram fortes, pois, os EUA eram os principais importadores de café do Brasil, que neste período diminuiu consequentemente as importações de café devido à crise instaurada em 1929. Para que não houvesse uma desvalorização gigantesca do preço do café no Brasil, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café, diminuindo a oferta do produto e conseguindo manter o seu preço. Entretanto, foi de certa forma algo positivo para o Brasil, pois, muitos produtores de café passaram a investir no ramo industrial, assim ajudando a alavancar a industrialização brasileira.
Sobre o texto
Segundo Celso Furtado, neste período de “Grande Depressão” o volume físico (quantum) das exportações mundiais reduziu-se em 25 por cento, entre 1929 e 1933, e o nível geral de preços dessas exportações, em 30 por cento, o que acarretou uma baixa de mais de 50 por cento no valor do comércio mundial.
A Inglaterra, os Estados Unidos e a França, que em 1928-30 exportavam conjuntamente uma média anual de 3,3 bilhões de dólares, sob a forma de capitais a curto e longo prazo, em 1931-2 foram importadores líquidos de 1,6 bilhão como média anual.
Na América Latina a crise assumiu dimensões catastróficas, pelo fato mesmo de que dentre as regiões subdesenvolvidas era ela uma das que mais se haviam integrado no sistema de divisão internacional do trabalho. Todo o setor monetário das economias latino-americanas estava ligado ao comércio exterior. No México, cerca de 30 por cento do capital reprodutível existente no país era controlado por grupos estrangeiros, e na Argentina, mais de 40 por cento. A situação não seria muito distinta nos demais países latino-americanos.
Durante todo o decênio que se seguiu à crise, a capacidade para importar foi fortemente reduzida, não tanto em razão do declínio no quantum das exportações, mas principalmente como reflexo da evolução adversa dos termos de intercambio, conforme os dados abaixo:
Quantum das exportações
Termos do intercâmbio
Capacidade para importar
1930-4
-8,8
-24,3
-31,3
1935-9
-2,4
-10,8
-12,9
América Latina: índices de intercâmbio externo (Base: 1925-9 = 100)
O impacto principal da crise concentrou-se no setor público, em razão da dependência do intercâmbio externo em que, na época, estavam ligados aos sistemas fiscais (cobrança de impostos, taxas, etc.); e também como reflexo do aumento relativo da significação financeira da dívida pública externa. Todos os países, com exceção da Argentina, suspenderam o serviço da divida externa por períodos mais ou menos longos, o que traria dificuldades adicionais à obtenção de financiamentos externos, indispensáveis para
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