A Importância da filosofia no ensino médio

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A questão, em minha opinião, não se limita apenas a se decidir se a filosofia deve ou não ser ensinada no ensino médio e qual a sua importância. Temos de decidir como ensinar filosofia.

Para tal, torna-se necessário elevar o nível da discussão e tratar a filosofia do jeito que ela deve ser tratada: como uma questão complexa, que envolve a integração de saberes de diferentes áreas do conhecimento humano.

De acordo com Boavida (1991, p. 5), é preciso transformar os modos de se fazer Filosofia,

Especialmente quando se trata de desenvolvê-la com adolescentes que se encontram numa fase com características comportamentais, afetivas e cognitivas muito próprias e de uma complexidade especial, marcada pela busca de autonomia, por um lado e de outro, por instabilidade.

Temos também de dar especial atenção ao fato de que é necessária uma didática diferenciada, adequada às especificidades da filosofia e do adolescente.

Vamos então começar a olhar para esta questão de uma forma mais funcional. Temos de parar de entrar na espiral onde uns fingem que ensinam e os outros fingem que aprendem. Elaborem-se planos de aula realmente eficazes, onde os alunos se sentem motivados a debater e analisar os temas propostos e paremos de simplesmente “forçar” os alunos a lerem aqueles manuais “chatos” onde estão descritos os conceitos estruturais da disciplina.

Tenho certeza que o caminho é longo e a viagem será tudo menos fácil. Acredito que os professores estarão empenhados em levar a cabo essa viagem. Assim como espero que haja vontade e coragem política para a apoiar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

CERLETTI, Alejandro. Ensinar Filosofia: da pergunta filosófica a proposta metodológica. In: KOHAN, W. (org.). Filosofia: caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

BOAVIDA, João. Filosofia do ser e do ensinar: proposta para uma nova abordagem. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1991.