Um Olhar sobre a Demografia no Algarve
Por: Juliana2017 • 8/3/2018 • 1.491 Palavras (6 Páginas) • 476 Visualizações
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Respetivamente às continuidades e descontinuidades demográficas, com base no crescimento efetivo, natural e migratório (entre 2001 e 2011), a nível de municípios do Algarve, constatou-se que catorze dos dezasseis municípios apresentaram um crescimento efetivo positivo:
- Albufeira, mais 9114 indivíduos;
- Aljezur, mais 596 indivíduos;
- Castro Marim, mais 126 indivíduos;
- Faro, mais 5916 indivíduos;
- Lagoa, mais 2379 indivíduos;
- Lagos, mais 5357 indivíduos;
- Loulé, mais 11 080 indivíduos;
- Olhão, mais 4575 indivíduos;
- Portimão, mais 11 000 indivíduos;
- São Brás de Alportel, mais 661 indivíduos;
- Silves, mais 3257 indivíduos;
- Tavira, mais 1574 indivíduos;
- Vila Real de Santo António, mais 1517 indivíduos.
Sobre a variação da densidade populacional por município algarvio, constatou-se que o município com mais elevada densidade é Olhão (317, 9 habitantes km2) e o município com menor densidade é Alcoutim (5 habitantes km2).
As regiões urbanas e rurais encontram-se cada vez mais ligadas entre si, ou seja, isto é resultante do processo de urbanização que fez surgir uma massiva reestruturação económica rural e urbana, e o realinhamento geográfico das delimitações entre o rural e o urbano. Até meados do século passado, o rural podia ser considerado o oposto do urbano, mas devido ao crescente processo de urbanização, as estruturas económicas-sociais das regiões rurais e urbanas foram tornando-se iguais. No caso do Algarve, sobre o crescimento da população residente nas zonas urbanas e rurais (entre 2001 e 2011), houve uma capacidade de atração muito maior, em particular nas freguesias predominantemente urbanas, registando um saldo de mais 49 471 residentes; nas freguesias mediamente urbanas, um saldo de mais 5812 residentes, sendo a diferença entre a população perdida e a população ganha, pelas freguesias rurais foi quase nula (igual a menos 17 habitantes).
Segundo a evolução de famílias, alojamentos e edifícios, verificou-se que a dimensão média das famílias, no Algarve, era de 2,42 indivíduos (que em média constituem uma familia), e em relação à redução dos mesmos foi de menos 23% em 2011. A variação no número de alojamentos (entre 2001 e 2011), verificou-se um valor de 2,04% de alojamentos por familia, já o número de edifícios e média de alojamentos por edifício, em 2011, atingiu o valor de 186 456 famílias em 381 086 alojamentos.
Concluindo:
- O Algarve, juntamente com o Alentejo, foram as duas regiões portuguesas com características demográficas mais relevantes em termos de crescimento populacional, despovoamento, densidade populacional e tendência migratória;
- O Algarve cresceu a um ritmo acelerado (entre 2001 e 2011), sendo esta a região que, de todo o país, se destacou por ter uma taxa de crescimento anual médio mais elevada;
- A região algarvia foi a região de todo o país onde a população mais aumentou, pois o número de nascimentos superou o número de óbitos (ocorridos entre 2001 e 2011); os fluxos migratórios foram positivos, influenciados pela imigração; as zonas urbanas revelaram-se ganhadoras em termos populacionais; a transferência de residentes para as zonas rurais fez com que o Algarve conseguisse contrabalançar o êxodo rural que se fez sentir entre 2001 e 2011;
- O Algarve apresenta umas especificidades demográficas caracterizadas por ser uma região dinâmica e acolhedora a nível populacional, originou que (em 2011) a população presente superasse a população residente;
- O crescimento populacional, na região algarvia, favoreceu a concentração e fez com que a densidade populacional aumentasse;
- Entre 2001 e 2011, o Algarve aumentou em 25% o número de famílias, contudo registou uma redução de 23% a dimensão média das famílias;
- Em 2011, o Algarve possuía, em média, dois alojamentos por familia;
- O número de alojamentos por edifício cresceu cerca de 10%, (entre 2001 e 2011) registando a segunda maior taxa de crescimento do número de alojamentos por edifício;
- Em 2011, verificou-se que o litoral algarvio denota uma intensa vitalidade demográfica em relação ao contexto nacional.
Este trabalho foi interessante de ser realizado, pois muitos dos dados que obtive eram-me completamente desconhecidos. O Algarve é uma região que atraiu muitos novos residentes, nacionais ou estrangeiros, devido às condições de trabalho (principalmente no sector turístico e no sector da construção civil) e devido às condições climáticas favoráveis procuradas por muitos estrangeiros reformados, que escolheram viver a sua velhice cá e que fizeram crescer o sector imobiliário, comprando por cá muitas habitações. Devido à crise internacional que surgiu a partir de 2008, o nosso país foi fortemente afetado, afastando os emigrantes que nos anos anteriores chegaram à região algarvia para trabalhar (principalmente trabalhadores da construção civil, que sofreu um forte declínio no Algarve), afastando também para fora do país os algarvios afetados pelo desemprego (muitos que viviam de trabalhos diretamente ligados ao sector turístico), e muitos dos estrangeiros reformados que se viram obrigados a vender as suas casas e a voltar
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