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Resenha de Olhares das Ciências sobre as crianças

Por:   •  26/1/2018  •  3.453 Palavras (14 Páginas)  •  430 Visualizações

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Falar sobre a infância remete, certamente, falar sobre a escola. A criança logo que começa a se socializar com o mundo onde vive, passa a conhecer e convier com as pessoas a partir do momento que tem a oportunidade de entrar em uma instituição escolar, já que lá ela pode conhecer novas crianças, brincar, aprender entre outros vários fatores. Nesse sentido, falar sobre a infância, fazendo um breve histórico, consequentemente, leva a se indagar em pensar sobre a educação infantil, afinal, toda a infância de uma criança passa, praticamente, por uma memória escolar.

As instituições destinadas à educação infantil para crianças de 0 a 6 anos tiveram início no continente europeu no final do século XVIII. Estas foram criadas para atender às crianças pobres, onde as mães exerciam uma profissão e eram exclusivamente educacionais. Após a abolição da escravatura, na segunda metade do século XIX, teve início um grande fluxo migratório para as cidades. Foi neste contexto, que iniciou-se no Brasil a Educação Infantil, oferecendo serviços majoritariamente assistenciais a crianças pequenas em creches, asilos e instituições de atendimento infantil. Em pleno século XX, os objetivos da educação infantil para crianças pobres e da elite ainda eram vários: o objetivo da educação oferecida às crianças pobres é assistencial e às crianças ricas, educacional. Nos anos 80, começou a surgir movimentos operários e feministas, reivindicando a melhoria e o aumento do atendimento educacional. Entretanto, nessa época, entendia-se que a creche era um direito da mulher que trabalhava, não havendo, ainda um papel educacional. Foi no decorrer do governo militar, que teve início uma nova fase da educação infantil, que teve seus marcos concretizados em seguida pela Constituição Federal de 1988 e pela LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) de 1996. A legislação brasileira passou a reconhecer as creches e as pré-escolas para crianças de 0 a 6 anos como a primeira fase da educação básica. Hoje, com a crescente inserção da mulher cresceu a busca por creches e escolinhas por todas as classes sociais, sendo estas de caráter educativo e não mais exclusivamente assistencial. A Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1993) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) consideram que a Educação Infantil faz parte da educação básica, da mesma maneira que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, devendo atender crianças de zero a seis anos de idade em creches e pré-escolas. Portanto a Educação Infantil não é vista como assistência social, mas como uma etapa da educação básica, considerando que a creche e a pré-escola integram os papéis de cuidar e educar as crianças ao mesmo tempo.

O Referencial Curricular de Educação Infantil (1998, p. 13) traz como eixo do trabalho pedagógico, [...] o brincar como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil e a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma. Desta maneira, o desafio é a ‘inclusão da diferença’, significando garantir o atendimento às necessidades básicas, de desenvolvimento intelectual, físico e sócio-afetivo, garantindo a vantagem na construção do conhecimento, diante dos procedimentos didáticos e estratégias metodológicas corretas, às necessidades de todas as crianças. Em se tratando da pedagogia para Educação Infantil, esta destaca o direito de ser criança, podendo brincar, viver experiências de modo lúdico e o direito de ir à escola e aprender de maneira mais sistematizada. Tratar do assunto que abrange a Educação Infantil é muito mais do que abordar uma instituição, suas qualidades e defeitos, é tratar da criança em si, de um ser humano tão pequenino. Dessa forma, uma instituição educacional voltada a crianças pequenas tem a função de acolher, de ser o lugar do encontro e, de, principalmente, estar aberta ao novo, ao criativo. Ultimamente, notou-se no país a expansão da Educação Infantil, celebrada pela participação da mulher no mercado de trabalho e também das mudanças na organização e estrutura das famílias, dando consciência à sociedade do valor da educação na infância e motivando demandas pela educação institucional para crianças de zero a seis anos de idade. A Educação Infantil é avaliada como a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos de idade, devendo estar integrada a padrões de qualidade, estando acessível a qualquer criança.

BRINCAR E CRIAR

Para a autora LOPES “brincar é para as crianças, ação e vida, pensamentos e descobertas, palavras e gestos, alegrias, emoção, tensão e liberdade”. O prazer causado pela curiosidade e pelo desafio está sempre presente, é razão em si do ato de brincar.

O brincar é decisivo na construção da autonomia e consequentemente da interação entre pares, propicia períodos de aprendizagem e formulação de hipóteses sobre as coisas a conhecer.

Para Picasso "todo ato de criação é, antes de tudo, um ato de destruição." Esse sentido coopera para o nosso entendimento sobre a ressignificação que as crianças atribuem aos objetos e aos brinquedos enquanto brincam, assim como, a importância das brincadeiras com sucata, que proporcionam inúmeras possibilidades criativas por ser um material desestruturado e que ao ser manuseado toma outras formas e significados. Quando uma criança experimenta diversas maneiras de uso dos objetos, ela evolui da imitação até o uso criativo de objetos à medida que procura expressar suas ideias de como vê o mundo a que pertence.

Na educação infantil é indispensável um ambiente acolhedor e desafiador, que apresente por objetivos, produzir conhecimento e aprendizagem, através de vivências lúdicas.

“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação.” (Winnicott)

Pelo brincar a criança irá perceber o mundo ao redor, testar habilidades físicas como correr, saltar; sociais como ser médico, cozinheira, enfermeiro, professora; aprender as normas e limites e com isso favorecer o entendimento do lado positivo e negativo de suas ações, como ganhar, perder, cair. Brincar é criar, partir para a ação, é descobrir valores, aprender a conviver, trabalhar a autoestima, a autonomia e a participação.

Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio desta ação que a criança pode reproduzir o seu dia-a-dia, num mundo de fantasia

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