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Desafios da Educação Contemporânea

Por:   •  23/10/2018  •  4.038 Palavras (17 Páginas)  •  250 Visualizações

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Ketzer (2007) alerta que muitas vezes confunde-se a noção de interdisciplinaridade com justaposição, quando docentes de diferentes disciplinas atuam em um projeto datado e focado, sem que o planejamento, a execução e a avaliação sejam tratados em conjunto. Um dos objetivos da interdisciplinaridade seria desenvolver no aluno uma habilidade que o torne capaz de buscar uma nova solução diante de novos desafios do conhecimento da realidade.

A interdisciplinaridade visa a garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não seria suficiente. Seria preciso, como sustenta Fazenda (1979, p.8), uma atitude, isto é, uma postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento. Rocha Filho, Basso, Borges (2007, p. 90) defendem que: [...] o autoconhecimento focado nas qualidades internas contribui para que nossas ações expressem o que temos de melhor em nós.

Assim, a busca pelo autoconhecimento é um processo interdisciplinar que envolve a reflexão sobre valores. Cabe neste momento citar: Quanto mais se interiorizar, mais certeza vai se adquirindo da ignorância, da limitação, da provisoriedade. A interioridade nos conduz a um profundo exercício de humildade (fundamento maior e primeiro da interdisciplinaridade). [...] do conhecimento de mim mesmo ao conhecimento da totalidade (FAZENDA, 2000, p. 15). Para Flickinger (2007), o diálogo interdisciplinar não apenas nos abre os olhos para enxergar melhor o que se passa em outras áreas como nos torna cada vez mais especialistas na nossa disciplina de origem. Cada encontro com outra disciplina, cada descoberta da legitimidade do olhar alheio e as tentativas de compreendê-lo força o cientista a repensar os pressupostos e os critérios delimitadores de sua própria disciplina.

Morin (2007) faz uma comparação metafórica que muito auxilia no entendimento do termo interdisciplinaridade, dizendo que ela é mais ou menos como a ONU (Organização das Nações Unidas), na qual as nações estão associadas umas às outras, cada uma conservando sua autonomia, tentando colaborar, mas, com frequência, entrando em conflito. Ele defende que é necessário e útil fazer 40 pesquisas interdisciplinares.

O que é muito mais importante, porém, é a multidisciplinaridade, ou seja, a união de diferentes disciplinas num conjunto coerente, que leva por si mesma à transdisciplinaridade. Santomé (1998, p. 70) apresenta a hierarquização dos níveis de colaboração e integração entre as disciplinas propostas por Piaget: a) Multidisciplinaridade: o nível inferior de integração. Ocorre quando, para solucionar um problema, busca-se a informação e ajuda em várias disciplinas, sem que tal interação contribua para modificá-las ou enriquecê-las. Esta costuma ser a primeira fase da constituição de equipes de trabalho interdisciplinar, porém não implica que necessariamente seja preciso passar a níveis de maior cooperação; b) Interdisciplinaridade: o segundo nível de associação entre disciplinas, em que a cooperação entre várias disciplinas provoca intercâmbios reais; isto é, existe verdadeira reciprocidade nos intercâmbios e, consequentemente, enriquecimentos mútuos; c) Transdisciplinaridade: é a etapa superior de integração. Trata-se da construção de um sistema total, sem fronteiras sólidas entre as disciplinas, ou seja, de uma teoria geral de sistemas ou de estruturas, que inclua estruturas operacionais, estruturas de regulamentação e sistemas probabilísticos, e que una estas diversas possibilidades por meio de transformações reguladas e definidas.

Teixeira (2007) chama multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade de fenômenos que traduzem a necessidade indispensável de encontrar princípios e vínculos de unidade entre as diferentes ciências e disciplinas. Já Flickinger (2007) os chama de modelos novos de cooperação e diálogos científicos, constatando que o enfoque está claro à medida que está se intensificando o debate em torno da possível reconstrução de pontes entre as disciplinas, no intuito de fazer jus à complexidade crescente dos problemas e que uma só expectativa de questionamento não consegue mais abarcar. Silva (2007, p. 33), entrevistando Edgar Morin em seu apartamento em Paris, na França, registrou a posição do autor: As palavras importam muito, e ao mesmo tempo, pouco. No caso de multi, inter e transdisciplinaridade, cada um desses termos tem uma contribuição a dar, mas nenhum se basta.

O importante mesmo é a atitude epistemológica. A interdisciplinaridade junta disciplinas diferentes; a multidisciplinaridade as articula; só a transdisciplinaridade, porém, supera a particularidade, conjuga os saberes e faz com que aportes diferentes trabalhem por um mesmo fim. Ainda segundo Morin (2007, citado por SILVA, 2007, p. 33), a inter e a multidisciplinaridade são importantes, mas podem ser utilizadas de modo simplificador. Para haver transdisciplinaridade, no entanto, é preciso complexidade. 41 Em outras palavras, a transdisciplinaridade é a passagem do simples ao complexo. Ela comporta a inter e a multidisciplinaridade, sem as quais não consegue se realizar complexamente. ( OS TEMAS TRANSVERSAIS NA MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, TEORIA OU PRÁTICA? MELLO, 2009)

Temas Transversais

O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da Orientação Sexual.

Tempo Didático

Os objetivos devem ser claros, ou seja, estabelecer o que se quer ensinar, observando a forma de como cada aluno aprende.

Inclusão

Na verdade, inclusão é hoje para nós professores a evolução de um direito. Uma conquista que trará as demais.

É uma possibilidade de aprimoramento da educação regular, que objetiva beneficiar e auxiliar todos os alunos. Estar junto é se aglomerar com pessoas que não conhecemos. Inclusão é estar com, é interagir com o outro; Capacidade que temos de entender e reconhecer o outro e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. (MANTOAN, 2005, p. 26);

Tem como finalidade assegurar a todos os discentes, sem exceção, a igualdade de oportunidades

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