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O CONTINENTE AFRICANO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Por:   •  11/10/2017  •  2.869 Palavras (12 Páginas)  •  415 Visualizações

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O Continente Africano estrutura-se de uma forma complexa, desenvolvendo um sistema de ajuntamentos e experiências dentro de uma construção muita mais complicada do que a imagem construída pelo colonizador ocidental. Um dos exemplos mais fortes é o caso ligado internamente à existência de trocas entre as inúmeras civilizações que formavam e permeavam os vários espaços. Esse processo na sua gênese era realizado em pequena escala pela reduzida quantidade de excedentes e pelas dificuldades de transporte. O que não se pode desprezar é a importância do fortalecimento dessa estrutura comerciais e da fortificação de intensas rotas comerciais que passaram a ligar pontos específicos do continente num comércio onde, diferentemente dos conceitos ocidentalizados europeu, para o autor do texto “África: Unidade e Diversidade” existiam fortes sentimentos de solidariedade e consciência coletiva das comunidades.

Com o aumento das demandas os contatos entre os diversos povos foram se integrando num horizonte geográfico em rotas que com o passar do tempo se tornaram grande fonte de rendimentos e consequentemente foram aos poucos se tornando objeto de disputa entre os Estados, inclusive com o assenhoreamento de fluxos e de circuitos espaciais, aprimorando um contato muito próximo com o Oceano Pacifico, deixando de lado todas as teorias que discutiam e apresentavam o continente como algo fechado, sem contato com o exterior. Na mesma dinâmica encontramos uma estrutura muito sólida que explorava a passagem do Deserto do Saara, diferentemente dos europeus, o tendo como possibilidade e realidade de conquista de riquezas.

Para o autor de África: Unidade e Diversidade o que não se pode negar que dentro do continente africano existiam diferenças incalculáveis, como grupos majoritários, grupos linguísticos, religiões, que poderiam interagir ou disputar espaço através de conflitos. A imagem traçada pela influencia com o exterior pode ser constada com o grande contato com os povos de descendência árabes, onde, mesmo com estes tendo uma influencia grande nos países africanos eles não eram unanimidade, pois sempre existiram grupos que procuravam preservar mais suas raízes, mantendo sua estrutura básica nas questões políticas e principalmente religiosas, que para Márcia Amantino em seu artigo “Caxambu, Cateretê e Feitiçarias entre os escravos do Rio de Janeiro e Minas Gerais no século XIX” permanece constantemente representadas nas reações e representações dentro dos ambientes escravistas que se constituíam mesmo fora dos ambientes africanos.

O constante contato com o Oceano Indico e com o Continente Asiático permitiram surgimento de varias civilizações destinadas ao estabelecimento de ligações, as quais os levam a entender que a África nunca esteve fechada para contatos com o exterior. Ao mesmo tempo em que o desenvolvimento africano acontecia, o contato com as nações européias no continente desprezavam todas as diferenciações étnicas, lingüísticas, religiosas e culturais, existindo diferentes religiões tradicionais, cada uma das quais com um conjunto especifico de saberes e concepções religiosas, alem das grandes religiões estrangeiras, como islamismo, judaísmo e cristianismo que justificam ainda, uma possível dominação pela percepção do analfabetismo, que para o autor foi patrocinado por uma idéia central de destruição de todas as raízes africanas daqueles grupos, fazendo com que seja lhes implantado uma nova forma de aplicabilidade, em essencial pela adoção da oralidade por muitos povos, fazendo com que fossem instrumentalizados pelos europeus como analfabetos.

A partir do processo de apropriação e dominação da África pelos europeus percebemos que os conceitos não se restringem apenas ao continente especifico, tendo importância principalmente nos países de colonização européia e com muitos descendentes de africanos levados a força.

A África dentro de uma perspectiva inovadora possui uma variedade de elementos que devem ser descobertos e principalmente discutida dentro de um contexto mais amplo, visto que através da dinâmica escravista ela atinge uma serie de outras nações e molda também, mesmo que forçadamente a estrutura cultural e social dessas novas sociedades.

A África em seus diversos momentos históricos passou por momentos de profundos contatos com o mundo exterior ao seu território, estando diretamente ligado como já comentamos ao Pacifico e também com o Atlântico. As relações com os povos originários desse foram em sua gênese muito mais conflituosos, principalmente pela grande parcela dos contatos serem em um período de colonização e exploração mercantilista. Esses contatos marcaram o mundo africano e influenciaram a formação da maioria das novas estruturas coloniais que estavam surgindo principalmente no Novo Mundo. Segundo Eliane Garcindo de Sá os constantes contatos entre os colonizadores e colonizados marcaram uma grande formação de novos elementos em todas as estruturas das novas nações, colônias ou ambientes em que estavam sendo inclusos, mesmo que e forma forçada.

Nessas novas estruturas socialmente construías os conceitos de supremacia de raça passam a gerenciar todas as ações, o texto “Mestiçagem Como Problema De Investigação” procura discutir as relações de raças e sua importância no processo e mestiçagem dentro do Novo Mundo. A própria terminologia de raça por si só já supõem que existam duas formas de classe, uma superior e outra supostamente inferior. Dentro de uma sociedade diversificada esse pressuposto indica de modo geral que a inferior possa ser dominada pela superior, conseguindo assim ter uma aproximação ou um distanciamento dependo das relações que se estabelecem.

Dentro dos entendimentos surgidos durante todo o processo mercantilista a escravidão vai aos poucos se tornando uma questão de sobrevivência para o mercado, visto a grande necessidade de se construir meios de justificação para a pratica da escravidão, que num relato de um porta voz de negros Ira Berlim apresenta um conceito de escravidão ligado ao receber o trabalho do outro homem pelo poder “irresistível” e não por seu consentimento, sendo ao contrario a liberdade, uma possibilidade de poder ser retirado do jugo da escravidão e poder colher os frutos do próprio trabalho. A justificação desse processo passa muito pela religião, na qual a salvação das almas, para Eliane Garcindo de Sá, era um argumento para insistir na necessidade da assistência religiosa, e que dentro dos diversos ambientes em que existiam esses grupos sinalizavam-se inúmeras diferenças hierarquizados, sustentadas por critérios de civilização e aparência física.

Renato da Silva Dias afiança

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