DESAFIOS DA PROFISSÃO DO PSICOPEDAGOGO
Por: YdecRupolo • 22/9/2017 • 3.598 Palavras (15 Páginas) • 548 Visualizações
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Nossas indagações surgem através da investigação sobre como ocorre a pratica dos profissionais que atuam como Psicopedagogos tanto na escola quanto em clinicas. No caso dessa profissão, há diferença entre atuar em clinicas e em instituições escolares. O profissional que escolher trabalhar em clinicas atenderá a:
Crianças, jovens ou adultos, com dificuldades de aprendizagem, tendo a parceria de outros profissionais (Pediatra, Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Psicomotricista, dentre outros) para o caso de haver necessidade de encaminhamento. Neste caso, o profissional atua em uma linha terapêutica, onde diagnostica, desenvolve técnicas remediativas, orienta pais e professores de forma que seu trabalho seja integrado e não individual. (MARICATO, 2013)
Já aquele que optar em exercer seu cargo em escolas dará:
Assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo de ensino-aprendizagem, assim como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Utilizando de técnicas e métodos próprios, possibilita a intervenção Psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar procura construir um espaço adequado às condições de aprendizagem e consequentemente evitando comprometimentos. (MARICATO, 2013)
Desde que iniciamos nossos estudos sobre essa profissão, surgiram algumas dúvidas e a partir destas gostaríamos de saber um pouco mais sobre o assunto e acreditamos que poderemos contribuir futuramente para que o olhar para esta profissão seja diferente, que se possibilite a conquista de um maior reconhecimento desse profissional bem como o entendimento de como se dá esse trabalho.
Juntamente com isso, apresentaremos alguns dos desafios que o psicopedagogo encontra tanto trabalhando em escolas quanto em clinicas e como esse profissional enfrentas essas dificuldades para exercer seu trabalho, para ajudar seu paciente ou aluno no seu processo de aprendizagem.
Essa pesquisa tem como um de seus objetivos demonstrarem a diferença entre a atuação do psicopedagogo na clinica e na escola. Quais são os recursos e métodos utilizados para trabalhar com os pacientes, e quais os principais problemas e casos relatados nos consultórios.
Compreendemos que a escola não pode ser um espaço neutro, mas sim democrático e principalmente político na sociedade.
Nesse aspecto as ideias de Freire contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento do nosso trabalho, pois o autor trata o deficiente como um sujeito critico, reflexivo, autor da sua própria história. Isso ocorre a partir da educação, visando o desenvolvimento da criança ou adulto com deficiência em todos os aspectos que envolvem seu desenvolvimento.
No que se refere a pessoas com deficiência, Vigotsky (1993) afirma que, “muito mais do que o defeito em si, o que decide o destino da personalidade da criança é sua realização sócio-pedagogica.” Assim o trabalho psicopedagogico demonstra extrema importância e o espaço social.
Porto (2011) afirma que “o psicopedagogo sendo um profissional multiespecialista em aprendizagem humana que congrega conhecimento de diversas áreas a fim de intervir nesse processo, com sua intervenção psicopedagogico, pode assumir uma feição preventivo ou terapêutica, relacionando-se com equipes ligadas ao campo da saúde e educação, terapêutica e institucional, respectivamente.
BREVE COMENTARIO SOBRE A ENTREVISTA COM OS PSICOPEDAGOGOS
Conforme relatos descritos pelos profissionais, existem alguns desafios a serem vencidos, e as dificuldades encontradas para realizar o seu trabalho são grandes. O que pudemos perceber com relação ao questionário além das respostas objetivas, conforme solicitado pelos pesquisadores, os entrevistados colaboraram fazendo comentários sobre o assunto, demonstrando assim sua postura com relação ao trabalho realizado.
Uma das questões abordadas foram com relação à profissão, quais são os desafios encontrados, e 50% respondeu que consiste na falta de colaboração dos pais e ausência de reconhecimento profissional, e a outra metade respondeu que são outros fatores que envolvem a questão.
“A “padronização” necessidade de encaixar as crianças em um Distúrbio de Aprendizagem, para explicar o “ Por que” elas não aprendem e a medicalização, isso é assustador . “ (4ª entrevista)
A segunda pergunta foi com relação aos pacientes, quais os principais problemas relatados durante o atendimento. E a maioria respondeu que nenhuma das opções sugeridas, alguns complementaram de maneira descritiva na sequencia apresentam-se alguns relatos.
“Dificuldades de aprendizagem, falta de organização/ rotina e dificuldades comportamentais.(1ª entrevista)”
“Os pais normalmente chegam relatando as dificuldades com o aprendizado. São raras às vezes em que conseguem relacionar esta dificuldade com qualquer motivo ou pessoa. Mas de um modo geral, quando relacionam a escola e/ou professora é sempre a culpada. (3ª entrevista)”.
“Crianças institucionalizadas acreditam que não são capazes de aprender. (4ª entrevista)”
Ao questionarmos sobre a integração entre o Psicopedagogo e Psicólogo a grande maioria respondeu que existe, pois esta parceria é fundamental para que o trabalho ocorra de maneira significativa.
Com a relação aos casos mais comuns que é solicitado a intervenção do psicopedagogo, em suma a maioria relatou que é o TDAH.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que aparece na infância e que na maioria dos casos acompanha o indivíduo por toda a vida. O TDAH se caracteriza pela combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade (inquietude motora) e impulsividade sendo a apresentação predominantemente desatenta conhecida por muitos como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção a prevalência do TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil e de vários países do mundo onde o transtorno já foi pesquisado. Nos adultos estima-se prevalência em aproximadamente 4%. Segundo o DSM-5, levantamentos
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