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Psicologia da educação

Por:   •  16/10/2018  •  2.364 Palavras (10 Páginas)  •  248 Visualizações

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Por volta dessa mesma época, outro psicólogo estava oferecendo suas opiniões sobre o desenvolvimento cognitivo infantil. Lev Vygotsky ofereceu uma alternativa aos estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget. A Teoria Histórico-cultural do Desenvolvimento de Vygotsky tornou-se uma grande influência no campo da psicologia e da educação. Esta teoria afirma que os alunos aprendem através de interações sociais e sua cultura - muito diferente da teoria de Piaget que afirmou que as crianças agem em seu ambiente para aprender. Através dos diálogos, interagimos socialmente e comunicamos com os outros para aprender os valores culturais de nossa sociedade. Vygotsky também acreditava que as atividades humanas ocorrem em ambientes culturais e não podem ser compreendidas além dessas configurações. Portanto, nossa cultura ajuda a moldar nossa cognição.

Como Piaget, Vygotsky acreditava que havia problemas com a compreensão de uma criança. No entanto, em contraste, Vygotsky considerava que, com a devida ajuda e assistência, as crianças poderiam enfrentar um problema que Piaget sugerira estar fora das capacidades mentais da criança. O desenvolvimento da linguagem é considerado um princípio importante da Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky. O idioma de um determinado grupo de pessoas indica suas crenças culturais e seu sistema de valores. Outro aspecto do desenvolvimento do idioma envolve o discurso privado. O discurso privado é audível, mas dirigido ao próprio em vez de ser dirigido a outras pessoas. Este contém informação, assim como comentários autorreguladores. Enquanto Piaget via o discurso privado como egocêntrico ou imaturo, Vygotsky entendeu a importância do discurso autodirigido. O discurso privado é considerado regulação autodirigida e comunicação com o eu, e se internaliza após cerca de nove anos.

Piaget e Vygotsky também diferem em como eles abordam a aprendizagem por descoberta. Piaget defende o aprendizado com pequenas intervenções do professor, enquanto Vygotsky promove a descoberta guiada na sala de aula. A descoberta guiada envolve o professor oferecendo perguntas intrigantes aos alunos e fazendo com que eles descubram as respostas através de hipóteses de teste. Os alunos estão envolvidos no processo de descoberta. No entanto, eles ainda estão recebendo assistência de uma fonte mais experiente.

Eu acredito que tanto Piaget quanto Vygotsky forneceram aos educadores pontos de vista importantes sobre o desenvolvimento cognitivo na criança. Piaget propôs que as crianças progredissem através dos estágios do desenvolvimento cognitivo através da maturação, métodos de descoberta e algumas transmissões sociais através da assimilação e acomodação. A teoria de Vygotsky enfatizou a importância da cultura e da linguagem no desenvolvimento cognitivo.

3 – A partir de Foucault, podemos pensar que a relação professor-aluno é uma relação de poder. Explique de qual poder se trata aí e quais são seus efeitos.

Do ponto de vista de Foucault, um crítico da instituição escolar, os discursos de sala de aula entre professores e alunos representam o poder global e administrativo localizado no nível da sala de aula sob a forma de micro-poderes disciplinares. Uma das idéias mais populares de Foucault era a de um discurso de poder mediado através da linguagem. Em outras palavras, Foucault argumenta que, para entender como o poder funciona, temos que analisar de perto os discursos de poder e as relações em instituições como escolas, universidades e hospitais.

De acordo com sua teoria, o poder disciplinar pressupõe a criação de indivíduos em conformidade com as expectativas de um conjunto de conhecimentos e normas daquela sociedade ou com o contexto imediato em que esses indivíduos estão incorporados.

Por exemplo, no relacionamento professor-aluno, por que um professor mantém o poder sobre o aluno? É o estudante que paga a mensalidade que fornece o salário do professor. No entanto, no sistema educacional, podemos ver claramente um constante desequilíbrio de poder entre professor e aluno. Observe também que não é o professor e o aluno que determinam essa relação. Em vez disso, as relações de poder estão inseridas na instituição da educação.

Para Foucault, a disciplina escolar objetiva o que ele denomina de “docilização do indivíduo” para que este paulatinamente torne-se cada vez mais submisso. Segundo Foucault, a forma como a escola é construída e a disposição das cadeiras das salas de aula favorecem o melhor controle do professor na manutenção da ordem e da disciplina. Tudo é construído e realizado de modo que os professores possam controlar tudo o que acontece neste espaço. As atividades repetitivas são exigidas tanto para aprovação dos alunos quanto para reprovação, castigo ou premiação, bem como os mecanismos para ajustar o aluno, tais como “poder” e “não poder” conversar, ou ficar ou não de pé, ou ir ou não ao banheiro, são os mesmos que o rotulam como disciplinado ou indisciplinado, devendo, tudo o que foge da norma, ser corrigido e punido.

Dessa forma, Foucault vê a relação professor-aluno como uma relação de poder disciplinar que visa tornar o aluno - manipulado e condicionado - plenamente docilizado para suportar sem muito questionar, as opressões sociais que lhe aguardam na vida adulta.

4 – Na sua opinião como a psicanálise contribui para a formação do professor?

Os primeiros encontros entre a psicanálise e educação se estabeleceram através dos transtornos de aprendizagem, quando da análise do efeito da transferência entre professor e aluno. Uma das formas bem simples de se constatar isso se dá quando os alunos chamam os professores de pai, mãe ou tia. Isto é um ato transferencial. No momento em que o aluno chama a professora de mãe, ele transfe a ela as suas necessidades maternas, tais com proteção e carinho. Nesse instante percebe-se a aplicação de conceitos psicanalíticos freudianos na escola. E aí se inicia o estudo da psicanálise com finalidade de aprendizado. Portanto, é a partir da noção de transferência freudiana, que se estabelece a primeira relação do ponto de vista psicanalítico entre o professor e o aluno.

A sexualidade e pulsão, também contribuem para a formação do professor. Freud nos lembra de que o interesse na aprendizagem está ligado à curiosidade sexual, isto é, ao contrário do que muitas vezes é pensado para considerar a sexualidade como um obstáculo à aprendizagem, vemos que não há oposição entre o interesse sexual e cognitivo, ao contrário, há continuidade.

Outra contribuição da psicanálise à formação do

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