Fichamento: A arquitetura neoclássica – 1750-1900
Por: Juliana2017 • 15/11/2018 • 13.503 Palavras (55 Páginas) • 432 Visualizações
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7- Neste capítulo o autor nos mostra como no século XVII , a consciência precoce da relatividade cultural levou Clade Perrrault a questionar a validade das proporções vitruvianas, assim elaborou sua própria tese de beleza positiva e beleza arbritária, sendo que a primeira tinha o papel normativo de padronização e perfeição e a segunda a função expressiva que possa ser determinada por uma circunstância ou característica especial.
8- O abade de Cordenoy codificou essa contestação em sua obra Novo tratado de toda a arquitetura de 1706, e substituiu os atributos vitruvianos da arquitetura: utilidade, solidez e beleza, por sua trindade própria: ordem, distribuição e conveniência. Sendo que as duas primeiras cabiam à proporção correta das ordens clássicas e à sua disposição adequada e a terceira introduzia a noção de adequação, no qual ele alertava contra a aplicação de forma errada dos elementos clássicos às estruturas utilitárias ou comerciais. O autor deixa claro que além de ser crítico em relação ao Barroco, o Tratado de Cordemoy antecipava a preocupação de Jacques-François Blondel com sua fisionomia diferenciada para ajustar-se ao caráter social de diferentes tipos de construção. Já que nessa época tinha de enfrentar a articulação de suma sociedade complicada.
9- Cordenoy insistia na aplicação judiciosa dos elementos clássico, como também com sua pureza geométrica contra dispositivos barrocos como a colunata irregular, os frontões quebrados e as colunas torcidas. Ele também sustentava que muitas construções não pediam nenhum ornamento. Tinha preferência pela alvenaria sem colunas ou pilastras e pelas estruturas ortogonais. Achava que a coluna livre era a essência de uma arquitetura pura, no qual se manifestou na catedral gótica e no templo grego.
10- O abade Laugier, reinterpretou Cordemoy em seu Ensaio sobre a arquitetura de 1753, e propôs uma arquitetura natural universal, consistindo a cabana primitiva e quatro troncos de árvore sustentando um telhado rústico m vertente e afirmou ser essa forma primitiva a base de uma espécia gótica classicizada em que não haveria nem arcos, tampouco pilastras ou pedestais, ou outro tipo de articulação formal e que as colunas deveriam ser fechadas por vidros o quanto possível.
11- Jacques-Germain Souflout visitou em 1750 os templos dóricos de Pesto, queria recriar a leveza, a amplidão e a proporção da arquitetura gótica em termos clássicos e adotou o plano cruz dos gregos, co a nave e as alas formadas por um sistema de cúpulas planas e arcos semicirculares apoiados num peristilo interno contínuo, e assim realizou, construindo essa estrutura translúcida na igreja de Sainte-Geneviève, em Paris, iniciada em 1755.
12- Aqui o autor nos fala sobre como J.F.Blondel integrou a teoria de Cordemoy e o opus Magnum de Souflot à tradição acadêmica francesa, que, após abrir sua escola de arquitetura em 1743, se transformou no mestre da chamada geração visionária de arquitetos, que incluía Étienne-Louis Boullée, Jacques Gondoin, entre outros, sendo que o mais visionário era Claude-Nicolas Ledoux. Blondel expôs seus conceitos fundamentais que se referiam à composição, ao tipo e ao car´ter em seu Curso de arquitetura publicado de 1750 a 1770. E seu projeto de igreja ideal referia-se a Sainte-Geneviève e mostrava com destaque uma fachada representativa, enquanto articulava cada elemento interno como parte de um sistema espacial contínuo cujas perspectivas infinitas evocavam um sentimento sublime e esse projeto de igreja que sugeriam simplicidade e grandeza impregnaram a obra de muitos de seus discípulos, mais notadamente Boullée, que depois de 1772 dedicou sua vida ao projeto de edifícios tão amplos que era incapacitado sua realização.
13- Boullée evocava emoções de terror e tranquilidade com a grandeza de suas criações e também representava o caráter social delas de acordo com os ensinamentos de Blondel. Foi influenciado pela obra de Le Camus de Méziéres, O Caráter da arquitetura ou a analogia dessa arte com nossas sensações de 1780, e começou a desenvolver seu genre terrible, no qual a imensidão da perspectiva e pureza geométrica sem adornos de forma monumental se combinavam de modo a promover a alegria e a angústia. Boullée estava obcecado com a capacidade que tinha a luz de evocar a presença do divino e essa intenção é evidente no diáfano fulgor solar que ilumina o interior de sua Metrópole, que foi parcialmente baseada em Saint-Geneviéve. Essa luz e representada na esfera de alvenaria do cenotáfio que projetou para Isaac Newton, no qual de noite se erguia, para representar o sol, sendo que esse fogo era apagado durante o dia para revela a ilusão do firmamento que era produzida pela luz do dia brilhando através das paredes vazadas da esfera.
14- Apesar de ser republicano, Boullée era obsessivo e imaginava os monumentos de um Estado onipotente, dedicado a adoração de um Ser Supremo e não concordava com as utopias de Morelly ou Jean-Jacques Rosseau. Sua influência na Europa pós-revolucionário foi considerável, principalmente por seu discípulo Jean-Nicolas-Louis Durand, que reduziu suas idéias extravagantes a uma tipologia normativa e econômica da edificação.
15- Nesse parágrafo, o autor nos explica que após quinze anos de desordem, a era napoleônica requeria estruturas úteis, de grandeza apropriadas, desde que fossem mais baratas. Durant, que foi o primeiro professor de arquitetura da École Polytechnique, procurou uma metodologia universal da edificação, já que as estruturas econômicas e apropriadas poderiam ser criadas pela substituição modular de tipos fixos de plantas e elevações alternativas. Sendo assim, a obsessão de Boullée com amplos volumes platônicos foi explorada como meio de conseguir uma representação apropriada a um custo razoável. A crítica de Durant a Sainte-Geneviéve, com suas 206 colunas e 612 metros de paredes, o levou a fazer uma contraproposta para um templo circular com área parecida, que precisaria somente de 112 colunas 3ee 248 metros de paredes, economia aceitável e que conseguiriam um efeito melhor e mais impressionante.
16- Quando sua carreira acabou, Ledoux voltou a criar na prisão o projeto da fábrica de sal que construiu para Luís XVI em 1773/79. Aumentou a forma semicircular desse complexo no núcleo representativo de sua cidade ideal de Chaux. A fábrica de sal é vista como um dos primeiros experimentos de arquitetura industrial, pois uniu unidades produtivas e alojamentos para os operários. Os galpões para a evaporação do sal que ficavam no eixo tinham o teto alto e seu acabamento era de pedras lisas. Enquanto a casa do diretor ficava centralizada, tinha teto baixo e frontões,
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