Fichamento do livro Construção do sentido na arquitetura
Por: eduardamaia17 • 18/8/2018 • 1.799 Palavras (8 Páginas) • 382 Visualizações
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“Opções idênticas podem garantir aos espaços internos outras características, seja numa pequena residência ou num grande palácio. Tratá-los em função de sua finalidade e do volume que apresentam é tarefa do arquiteto. ” (Página 25)
“Muitas vezes o arquiteto sente a necessidade de ampliar, visualmente, um espaço interno, e para isso reveste uma das paredes com espelho ou a faz desaparecer com a cor adequada. O mesmo ocorre quando uma parede, interna ou externa, interfere visualmente, como um obstáculo, na sua arquitetura, o que pode ser resolvido fazendo a curva junto ao piso e usando o mesmo material de revestimento. ” (Página 27)
“Numa composição arquitetural não existem apenas os espaços externos e internos, mas também o espaço próximo e distante, a terceira dimensão. ” (Página 28)
SOBRE O ENSINO DA ARQUITETURA
“E insistia na ideia de que o ensino da arquitetura não se deve limitar à arquitetura propriamente dita. Mas invadir todos os setores de cultura que a meu ver se entrelaçam e completam. ” (Página 31)
A LEVEZA ARQUITETURAL
“A leveza arquitetural que hoje o concreto armado possibilita e sugere é coisa muito mais complexa do que, num raciocínio primário, diríamos ser pura fantasia. Reflete, isto sim, o avanço da técnica, o apuro que ela é conduzida. Não é coisa recente tampouco. Basta abrir um livro de arquitetura e ver as velhas pontes de Millart para sentir como nelas a preocupação da leveza estrutural está presente. E isso não representava economia nem necessidade construtiva. Era o apuro da técnica e a procura da beleza. Apenas isso. ” (Página 33)
TÉCNICA E ARQUITETURA
“Antes relutante, o engenheiro passou a seguir com entusiasmo o traço arquitetural mais audacioso que surgia. Seu trabalho assumiu outra dimensão, sentindo, confiante, que na arquitetura se incorporava, que nas formas diferentes que antes o surpreendiam estava o caminho inovador desejado. ” (Página 35)
“Com isso mostrava decisão na minha defesa dos nossos projetos; e mais, a convicção de que, se os do velho mundo possuem uma tradição mais rica e importante, entre nós, por isso mesmo, atuamos com maior liberdade no campo da arquitetura, resistindo desinibidos a esse sentimento de inferioridade que muitos aceitam submissos e devemos contestar e reprimir. ” (Página 36)
PASSADO E PRESENTE
“Sem argumentos diante da realidade, os eternos saudosistas passaram então a falar de uma arquitetura mais simples, como se isso não contestasse a grandeza da nossa arquitetura, os novos espaços que cria e crescem em função da vida atual. ” (Página 38)
A UNIDADE URBANA
“Um dos problemas mais graves do urbanismo e da arquitetura atuais é a unidade urbana. Essa harmonia de prédios, de volumes, alturas e espaços livres que constitui a arquitetura de uma cidade. ” (Página 40)
“Ao projetar seus edifícios o arquiteto esquece a relação que deveria existir entre eles e o ambiente no qual serão inseridos e a ideia do show arquitetural prevalece e a unidade urbana, já tão defendida, ainda mais se agrava. ” (Página 41)
MÉTODO DE TRABALHO
“Primeiro tomo o contato com o problema, o terreno, o programa, o ambiente onde a obra vai ser construída. Depois, deixo a cabeça trabalhar e durante alguns dias guardo comigo no inconsistente o problema em equação, nele me detendo nas horas de folga e até quando durmo ou me ocupo de outras coisas. ” (Página 42)
“Se faltam argumentos, alguma coisa deve ser acrescentada. E faço a maquete que tudo confere. ” (Página 43)
O PRÉ-FABRICADO E A ARQUITETURA
“Não sou favorável aos conjuntos pré-fabricados que visitei na Europa, apesar do avanço técnico que apresentam. Seus objetivos são de total economia, o que explica os aspectos monótonos e repetidos que os arquitetos locais são os primeiros a contestar. ” (Página 45)
“É claro que o pré-fabricado representa uma limitação e só deve ser aplicado quando problemas de economia e rapidez o reclamam. De outra forma seria fantasia desnecessária, um obstáculo à própria imaginação do arquiteto. ” (Página 47)
FACHADAS DE VIDRO
“É evidente que me agrada o uso de fachadas de vidro, os arquitetos começaram a procurar soluções diferentes, incluindo nelas elementos pré-fabricados com o intuito de quebrar a monotonia, de tão repetidas. ” (Página 48)
“Mas, se as fachadas de vidro me atraem, agrada-me também, em certos casos, uma solução onde os espaços cheios dominam ou, se o tema sugere, adotar a fachada cega como melhor opção. ” (Página 48)
“Às vezes uma janela é a solução adequada, contando na sala como um quadro, a pintura de uma paisagem que muda de cor e movimento. ” (Página 49)
O ARQUITETO E A SOCIEDADE
“Convocavam-me porque gostavam da minha arquitetura e da honestidade pessoal que demonstrava. Minha posição de esquerda, tão declarada, não interessava a eles. ” (Página 50)
“Na minha vida pessoal, as declarações radicais que dava à imprensa não os incomodavam. Achavam que eu era um comunista incorrigível. E até admiravam minha coerência política. ” (Página 51)
“Mas os que tentavam paralisar-me, deram-me sem querer a melhor oportunidade. E minha arquitetura se fez conhecida pelo velho mundo e tão louvada que o crítico italiano Bruno Zervi, antes contraditório à liberdade plástica que preferimos, declarou a meu amigo, arquiteto italiano, Massimo Genari: ‘Para mim, a Praça do Havre Oscar Niemeyer está entre as dez melhores obras da arquitetura contemporânea. ” (Página 53)
RESUMO:
NIEMEYER, Oscar. Conversa de Arquiteto. Rio de Janeiro: Editora Revan e Editora UFRJ, 1993.
Em “Conversa de Arquiteto” (1993), mais um dos seus livros, o arquiteto Oscar Niemeyer fala sobre como nasce a arquitetura de um simples traço, que é a sua marca e como as ideias surgem e serão lapidadas. A seguir, o autor fala sobre os caminhos tomados pela arquitetura
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