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Fichamento do livro Construção do sentido na arquitetura

Por:   •  18/8/2018  •  1.799 Palavras (8 Páginas)  •  372 Visualizações

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“Opções idênticas podem garantir aos espaços internos outras características, seja numa pequena residência ou num grande palácio. Tratá-los em função de sua finalidade e do volume que apresentam é tarefa do arquiteto. ” (Página 25)

“Muitas vezes o arquiteto sente a necessidade de ampliar, visualmente, um espaço interno, e para isso reveste uma das paredes com espelho ou a faz desaparecer com a cor adequada. O mesmo ocorre quando uma parede, interna ou externa, interfere visualmente, como um obstáculo, na sua arquitetura, o que pode ser resolvido fazendo a curva junto ao piso e usando o mesmo material de revestimento. ” (Página 27)

“Numa composição arquitetural não existem apenas os espaços externos e internos, mas também o espaço próximo e distante, a terceira dimensão. ” (Página 28)

SOBRE O ENSINO DA ARQUITETURA

“E insistia na ideia de que o ensino da arquitetura não se deve limitar à arquitetura propriamente dita. Mas invadir todos os setores de cultura que a meu ver se entrelaçam e completam. ” (Página 31)

A LEVEZA ARQUITETURAL

“A leveza arquitetural que hoje o concreto armado possibilita e sugere é coisa muito mais complexa do que, num raciocínio primário, diríamos ser pura fantasia. Reflete, isto sim, o avanço da técnica, o apuro que ela é conduzida. Não é coisa recente tampouco. Basta abrir um livro de arquitetura e ver as velhas pontes de Millart para sentir como nelas a preocupação da leveza estrutural está presente. E isso não representava economia nem necessidade construtiva. Era o apuro da técnica e a procura da beleza. Apenas isso. ” (Página 33)

TÉCNICA E ARQUITETURA

“Antes relutante, o engenheiro passou a seguir com entusiasmo o traço arquitetural mais audacioso que surgia. Seu trabalho assumiu outra dimensão, sentindo, confiante, que na arquitetura se incorporava, que nas formas diferentes que antes o surpreendiam estava o caminho inovador desejado. ” (Página 35)

“Com isso mostrava decisão na minha defesa dos nossos projetos; e mais, a convicção de que, se os do velho mundo possuem uma tradição mais rica e importante, entre nós, por isso mesmo, atuamos com maior liberdade no campo da arquitetura, resistindo desinibidos a esse sentimento de inferioridade que muitos aceitam submissos e devemos contestar e reprimir. ” (Página 36)

PASSADO E PRESENTE

“Sem argumentos diante da realidade, os eternos saudosistas passaram então a falar de uma arquitetura mais simples, como se isso não contestasse a grandeza da nossa arquitetura, os novos espaços que cria e crescem em função da vida atual. ” (Página 38)

A UNIDADE URBANA

“Um dos problemas mais graves do urbanismo e da arquitetura atuais é a unidade urbana. Essa harmonia de prédios, de volumes, alturas e espaços livres que constitui a arquitetura de uma cidade. ” (Página 40)

“Ao projetar seus edifícios o arquiteto esquece a relação que deveria existir entre eles e o ambiente no qual serão inseridos e a ideia do show arquitetural prevalece e a unidade urbana, já tão defendida, ainda mais se agrava. ” (Página 41)

MÉTODO DE TRABALHO

“Primeiro tomo o contato com o problema, o terreno, o programa, o ambiente onde a obra vai ser construída. Depois, deixo a cabeça trabalhar e durante alguns dias guardo comigo no inconsistente o problema em equação, nele me detendo nas horas de folga e até quando durmo ou me ocupo de outras coisas. ” (Página 42)

“Se faltam argumentos, alguma coisa deve ser acrescentada. E faço a maquete que tudo confere. ” (Página 43)

O PRÉ-FABRICADO E A ARQUITETURA

“Não sou favorável aos conjuntos pré-fabricados que visitei na Europa, apesar do avanço técnico que apresentam. Seus objetivos são de total economia, o que explica os aspectos monótonos e repetidos que os arquitetos locais são os primeiros a contestar. ” (Página 45)

“É claro que o pré-fabricado representa uma limitação e só deve ser aplicado quando problemas de economia e rapidez o reclamam. De outra forma seria fantasia desnecessária, um obstáculo à própria imaginação do arquiteto. ” (Página 47)

FACHADAS DE VIDRO

“É evidente que me agrada o uso de fachadas de vidro, os arquitetos começaram a procurar soluções diferentes, incluindo nelas elementos pré-fabricados com o intuito de quebrar a monotonia, de tão repetidas. ” (Página 48)

“Mas, se as fachadas de vidro me atraem, agrada-me também, em certos casos, uma solução onde os espaços cheios dominam ou, se o tema sugere, adotar a fachada cega como melhor opção. ” (Página 48)

“Às vezes uma janela é a solução adequada, contando na sala como um quadro, a pintura de uma paisagem que muda de cor e movimento. ” (Página 49)

O ARQUITETO E A SOCIEDADE

“Convocavam-me porque gostavam da minha arquitetura e da honestidade pessoal que demonstrava. Minha posição de esquerda, tão declarada, não interessava a eles. ” (Página 50)

“Na minha vida pessoal, as declarações radicais que dava à imprensa não os incomodavam. Achavam que eu era um comunista incorrigível. E até admiravam minha coerência política. ” (Página 51)

“Mas os que tentavam paralisar-me, deram-me sem querer a melhor oportunidade. E minha arquitetura se fez conhecida pelo velho mundo e tão louvada que o crítico italiano Bruno Zervi, antes contraditório à liberdade plástica que preferimos, declarou a meu amigo, arquiteto italiano, Massimo Genari: ‘Para mim, a Praça do Havre Oscar Niemeyer está entre as dez melhores obras da arquitetura contemporânea. ” (Página 53)

RESUMO:

NIEMEYER, Oscar. Conversa de Arquiteto. Rio de Janeiro: Editora Revan e Editora UFRJ, 1993.

Em “Conversa de Arquiteto” (1993), mais um dos seus livros, o arquiteto Oscar Niemeyer fala sobre como nasce a arquitetura de um simples traço, que é a sua marca e como as ideias surgem e serão lapidadas. A seguir, o autor fala sobre os caminhos tomados pela arquitetura

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