FICHAMENTO LIVRO: “ARQUITETURA E POLITICA”
Por: Lidieisa • 26/8/2018 • 1.591 Palavras (7 Páginas) • 581 Visualizações
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no início do século XX, a arquitetura passou a ser mais acessível para as minorias, grupos como feministas, moradores mais frágeis e precários, outros mais conscientizados, comunidades de bairros, entre outros.
Libertação das Estruturas Espaciais
Isso resultou na especialização dos ambientes e desenvolvimento principalmente das casas. Cada cômodo agora tinha determinada função e utilidade, justificados pela higiene física e moral dos moradores.
Michel Foucault foi um dos arquitetos que ganhou destaque no quadro de estratégias de domínio e controle dentro do poder. Ele relatou que durante o processo de evolução do período clássico ao moderno, o novo estilo englobava até as residências, em termos geopolíticos como a arquitetura e o urbanismo. O processo de transformação e especialização resultou em maior e melhor divisão do espaço doméstico, incluindo elementos como corredores, que segregava melhor os cômodos e o acesso de cada cômodo, reservando higiene física e moral aos moradores. Mesmo dentro das residências, existiam o conceito de público (salas, cozinhas, corredores, banheiros, etc.) / privados (quartos).
No início do século XX, a estrutura das casas também passou por várias alterações, tendo em vista que a arquitetura passou a englobar paisagens metropolitanas, infraestruturas de circulação rápida, libertação das ruas da dependência de muros e grades e dissolução da ordem patriarcal e burguesa do interior das moradias. A nova arquitetura conseguiu romper e superar a ordem fachada e hierárquica, experimentando uma liberdade que vai além da tecnologia da construção e configuração de espaços verdes. Os móveis ganharam aspectos mais leves.
A perda da ideia de “peso” e “massa” da arquitetura tem relação direta com elementos da natureza, como o sol, ar e as visitas. Com uma arquitetura mais racionalista, leve e transparente, o ambiente consegue incorporar e se adaptar ao seu entorno, algo contrário ao que acontecia antes desse período. Essas mudanças ocorreram ao mesmo tempo de grandes transformações sociais, lutas da classe operarias, de mulheres, intelectuais, profissionais, consolidadas com pensamentos contemporâneos. Esses processos causaram tamanha libertação, que refletiram até mesmo no espaço arquitetônico. Porém, de certa forma, essas mudanças não foram tão bruscas quanto pareciam, já que a sociedade patriarcal continuava do mesmo jeito, no topo.
A Arquitetura e o Espaço Doméstico
As moradias possuíram papel fundamental no processo de Revolução Industrial e foi base das metrópoles industriais. Os arquitetos europeus conseguiram que a moradia destinada ás massas trabalhadoras, ocupassem o centro do pensamento arquitetônico, tendo em vista a praticidade ao acesso das industrias, os edifícios foram construídos com base no modelo de produção em série, com o objetivo de igualdade entre os cidadãos. Entretanto, o objetivo não foi cumprido da maneira em que os arquitetos planejaram.
Muitos arquitetos tentaram colocar em pratica propostas com objetivo de tornar o espaço doméstico mais funcional, criando espaços flexivos e unitários, relacionando com a cultura e contexto urbano. As mulheres tiveram papel fundamental, já que defendiam a pratica de criação através da experiência e eficiência da organização dos espaços.
A Arquitetura e o Controle
Atualmente, surgiram novas formas de controle, exemplo disso é a visão panóptica, que deixou de ter o foco de vigiar os indivíduos no espaço físico, as câmeras de segurança passaram a assumir esse papel, protegendo a propriedade e controlar os usuários, que muitas vezes são inibidos de fazer determinados atos por estarem sendo filmados.
“Está sendo construída a sociedade de vigilância mais cerrada e injusta da história. Milhares de câmeras nos vigiam e temos de passar por controles policiais estritos, às vezes militares, quando usamos meios de transporte como aviões e trens ou quando entramos em edifícios públicos; porém, como indivíduos, não temos o direito de tirar fotografias desses edifícios ou de obter, como cidadãos informações que deviam ser de domínio público. O olho do controle pode nos vigiar permanentemente, mas não nos é reconhecido o direito de olhar, recolher informações e registrar. E o que é mais terrível: sistemas de controle que surgiram da vontade publica de poder vão sendo privatizados paulatinamente, de modo que ficam fora de todo o controle estatal. Portanto, a maior aberração é a privatização da segurança. O controle já não é supervisionado pelos organismos público e, consequentemente, não pode ser avaliado por processos democráticos. ”
A Função do Arquiteto
No contexto do capitalismo, a função do arquiteto se tornou ambígua. Ele tendeu a se transformar num servente de interesses do poder privado e da ideologia do poder público, ou seja, seguir ordens do que deve ser feito. Esse fato anula as possibilidades da cultura critica possibilitada pela profissão, já que fazer isso é arriscar-se a ficar sem sua fonte de renda. Algumas práticas da profissão se tornaram incompatíveis com o exercício da crítica. Isso gera certa crise na profissão por consequência dos desajustes entre a cultura e formação do arquiteto, em que os novos arquitetos
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