Fichamento Comentado Iniciação á Filosofia - Marilena Chauí
Por: Ednelso245 • 10/9/2017 • 1.956 Palavras (8 Páginas) • 922 Visualizações
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A verdade não é mais algo inalcançável, revelado por divindades. A verdade agora está ao alcance do homem.
“Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: fim do século VII a.C. e início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor, na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto” (pág. 30)
“Ao nascer, a filosofia tem dívidas com a sabedoria dos orientais, (...) Os gregos, porém, imprimiram mudanças profundas ao que receberam do Oriente e das culturas precedentes. Dessas mudanças, podemos mencionar quatro, que nos dão uma ideia da originalidade grega:
- Com relação aos mitos (...)
- Com relação aos conhecimentos (...)
- Com relação à organização social e política (...)
- Com relação ao pensamento (...) (pág. 30)”
Os povos do oriente contribuíram com a filosofia, pois foi através do contato com essas culturas que os gregos elaboraram a sua mitologia. Os gregos, porém, realizam mudanças nesses pensamentos precedentes, humanizaram os deuses e deram aos mitos um caráter racional. Eles transformaram em ciência sabedorias do dia-a-dia utilizadas pelos egípcios, pelos caldeus, babilônios. Foram eles que inventaram a política, já que nas outras sociedades não havia distinção entre o poder privado ou o poder religioso. Criaram a ideia de leis e justiça e a ideia de democracia. Eles também nos deixaram a ideia que a racionalidade deve seguir um processo sistemático, com regras, normas e leis.
“Os estudiosos chegaram à conclusão de que as contradições e limitações dos mitos para explicar a realidade natural e humana levaram a filosofia a retomá-los, porém reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa explicação inteiramente nova e diferente.” (pág. 32)
Os mitos deixavam dúvidas e questionamentos sobre alguns fatos que eram narrados. Então, os estudiosos começaram a indagar as contradições e limitações deixadas pela mitologia. O homem começa a perceber, a partir daí, que os mitos diziam coisas que na realidade pareciam ser diferentes. A filosofia e o mito divergem, conseguimos notar suas diferenças e, diversas comparações, como: enquanto o mito tenta explicar o passado de forma fabulosa, a filosofia busca explicar como as coisas são na perspectiva do passado, presente e futuro.
“Dizer que a filosofia é tipicamente grega não significa, evidentemente, que outros povos, tão antigos quanto os gregos ou mais antigos do que eles, como os chineses, os hindus, os japoneses, os árabes, os persas, os hebreus, os africanos ou os índios da América não possuam sabedoria, pois possuíam e possuem. Também não quer dizer que todos esses povos não tivessem desenvolvido o pensamento e formas de conhecimento da natureza e dos seres humanos, pois desenvolveram e desenvolvem.” (pág. 34)
Dizemos que a filosofia é grega porque possui características, formas de pensamento, linguagem, técnicas, ações que são inerentes a ela e diferentes de qualquer outra forma de conhecimento produzido por outros povos e cultura. Porém, isso não quer dizer que outros povos não desenvolveram técnicas para buscar o conhecimento sobre os mesmos assuntos que a filosofia trata. As diferentes civilizações desenvolveram e desenvolvem formas de conhecimento sobre o mundo e o ser humano.
CAPÍTULO 4 – PERÍODOS E CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO DA FILOSOFIA GREGA
“É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte. Desse modo, ao explicar a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos” (pág. 41)
No período pré-socrático ou cosmológico, os pensadores afirmam o surgimento dos seres e de todas as coisas por um princípio natural. Apropriando-se do termo physis, que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir, os filósofos explicavam a existência do homem e as suas transformações a partir de uma causa natural. A physis tem caráter contínuo, imperecível e imutável, porém, os seres gerados por ela são perecíveis ou mortais e mutáveis.
“Que diziam e faziam os sofistas? Diziam que os ensinamentos dos filósofos cosmologistas estavam repletos de erros e contradições e que não tinham utilidade para a vida da pólis. Apresentaram-se como mestres de oratória ou de retórica, afirmando ser possível ensinar aos jovens essa arte para que fossem bons cidadãos.” (pág. 43)
Para os sofistas, a teoria cosmológica, começa a ficar insuficiente, já que agora o que mais importa é explicar a vida na cidade, na pólis. Eles dedicaram-se a ensinar aos jovens a arte da persuasão. Através de técnicas ensinava a juventude de Atenas a defender uma determinada posição e uma opinião, posicionando-os da melhor forma naquele novo complexo de relações que surgia a partir do artesanato e do comércio, ou seja, formando-os para exercer o papel de cidadão na pólis.
“É feita, pela primeira vez, uma separação radical entre, de um lado, a opinião e as imagens das coisas, trazidas pelos nossos órgãos dos sentidos, pelos hábitos, pelas tradições, pelos interesses, e, de outro lado, os conceitos ou as ideias. As ideias se referem à essência invisível e verdadeira das coisas e só podem ser alcançadas pelo pensamento puro, que afasta os dados sensoriais, os hábitos recebidos, os preconceitos, as opiniões.” (pág. 45)
As ideias de Sócrates, assim como a dos sofistas, também contribuíram para o período antropológico, mas de forma diferente, já que ele discordava dos sofistas por causa da forma como eles faziam o erro e a mentira valerem tanto quanto a verdade. Sócrates vai induzir as pessoas a pensarem. Fazia isso de forma autêntica, voltando-se para as questões humanas e colocando as opiniões próprias em confronto com as dúvidas e questionamentos sobre um determinado assunto, fazendo sempre uso do pensar.
“Cada saber possui um campo próprio, um objeto específico, procedimentos específicos para sua aquisição e exposição, formas próprias de demonstração e prova. Cada campo do conhecimento é uma ciência (em grego, epistéme). Antes que se constitua esse conjunto de fatores para um conhecimento, porém, Aristóteles afirma que é preciso conhecer os princípios e as leis gerais que governam o pensamento, independentemente do conteúdo que possa vir a ser pensado.” (pág. 46)
Aristóteles é
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