Psicologia Comunitária
Por: Sara • 13/12/2017 • 2.068 Palavras (9 Páginas) • 364 Visualizações
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Leituras para aprofundamento:
GONZÁLEZ REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson, 2005.
MINAYO, M.C.S. Fase de trabalho de campo. In O desafio do conhecimento. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 2006.
Quando se inicia o trabalho de campo uma série mais ou menos extensa de situações imprevistas devem se oferecer aos pesquisadores/trabalhadores, exigindo adaptações e disposição para o enfrentamento das novidades. Mas nenhuma destas circunstâncias imprevistas se compara com o que haverá de necessariamente novo durante a ação: as relações que se darão entre profissional, participantes e instituição.
A identidade entre profissional e participante, característica do objeto da prática social como a entendemos aqui, vai agora se realizar de fato e será impossível para o profissional se mostrar alheio às aspirações e expectativas dos participantes. No nosso caso, como psicólogos, provocamos demandas de atendimento psicoterápico, de ouvinte para os problemas alheios e, quando não, podemos ser reconhecidos como autoridades sobre o que é certo e errado e, assim, sobre o que pode ser falado pelos participantes. Isto vai exigir do profissional bastante cuidado sobre o manejo de seu lugar, o que vai ser apoiado na instituição e manutenção do “contrato” que balizará o trabalho: seu tema, duração, finalidade.
Estas relações entre profissional e participantes têm efeitos na condução do trabalho de campo e, assim, na elaboração dos entendimentos produzidos durante uma investigação. A preocupação com a sua incidência é determinada pela maneira como, desde já, são elaborados os significados presentes no conjunto dos resultados conseguidos.
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores.
2) Acompanhe o seguinte exercício de fixação:
Escolha a alternativa CORRETA. Em relação à pesquisa de campo, pode-se dizer que:
(a) O "campo", quando se fala em pesquisa de campo, diz respeito especialmente ao ambiente físico no qual vive o sujeito (ou sujeitos) alvo da investigação e no qual a pesquisa vai ser efetivamente realizada.
(b) A escolha dos instrumentos para a coleta e análise de dados deve ser feita a partir de uma série de condições que incluem o paradigma científico ao qual o pesquisador está associado, o tipo de problema que está sendo investigado e as condições institucionais concretas nas quais se dá esta investigação.
(c) No relatório final da investigação devem-se privilegiar aqueles resultados provenientes do trabalho de campo que confirmam as hipóteses dos pesquisadores, desde que um dos princípios fundamentais de uma atividade profissional é confirmar as expectativas daqueles que a realizaram.
(d) Observação participante, entrevistas ou história de vida, são recursos metodológicos utilizados pelo pesquisador na preparação que antecipa sua ida ao campo.
(e) O pesquisador, tendo em vista o paradigma não positivista ou interpretativo na pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, vai a campo com a preocupação exclusiva de observar e relatar todas as informações que possam servir para elucidar os objetivos de sua investigação.
Resposta correta: (b)
Responsabilidade profissional
Leituras indicadas:
CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 51-66.
Leituras para aprofundamento:
GONZÁLEZ REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson, 2005.
MINAYO, M.C.S. Fase de trabalho de campo. In O desafio do conhecimento. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 2006.
Os efeitos da ação em campo sobre os participantes podem ser de diferentes naturezas, mas jamais serão neutros. Se as relações envolvidas numa ação profissional produzem consequências importantes sobre os significados que serão construídos ao seu final, estas relações também são importantes quanto às modulações que elas produzem sobre as compreensões dos próprios participantes que reescrevem estes entendimentos enquanto participam da ação.
Desta forma, quando tratamos de uma prática profissional numa perspectiva crítica, o trabalho de campo não poderá ser considerado apenas como oportunidade de coletar informações / produzir efeitos. Se entendermos que esta ação está em última instância a serviço da coletividade que se dispôs a revelar seus entendimentos e perspectivas sobre determinada questão, a ação de “conhecer” é também momento de instalação de novos entendimentos e de uma relação de confiança que se verifica na expectativa sobre os benefícios que aquela investigação pode trazer para seus membros.
Nesta perspectiva, o trabalho do profissional ganha outros contornos o situa como potente para uma intervenção junto a determinado grupo. Sua responsabilidade fica assim ampliada e põe à vista a importância de seus compromissos com uma prática social transformadora.
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores.
2) Considere a seguinte situação: um psicólogo estuda a identidade social de um grupo de profissionais que atuam junto a mulheres profissionais do sexo. Como uma investigação sobre este tema poderia resultar em benefícios para o grupo participante?
MODULO 3
Entrevista e Observação
A prática da entrevista psicológica
Textos básicos:
(a) FRIZZO, K.R. Diário de campo: reflexões epistemológicas e metodológicas. In SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. Introdução à Psicologia Comunitária, p. 169-187.
(b) BLEGER, J. A entrevista psicológica. In Temas de Psicologia:
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