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ASPECTOS MÉDICOS: EPILEPSIA

Por:   •  19/12/2018  •  9.299 Palavras (38 Páginas)  •  324 Visualizações

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Crises epilépticas não provocadas são crises isoladas ou agrupadas dentro de um período de 24 horas, que ocorrem na ausência de um fator clínico precipitante e em uma pessoa sem histórico prévio compatível com epilepsia. O risco de novas crises após uma primeira crise não-provocada está em torno de 33% a 50%. Após uma crise desencadeada por um fator precipitante, a depender deste fator, pode-se então desenvolver a predisposição permanente do indivíduo a apresentar crises. (FISHER et al., 2005)

Uma crise é denominada reflexa quando sua ocorrência está claramente relacionada a um estímulo externo ou a uma atividade do indivíduo. O estímulo pode ser simples (lampejos luminosos, p.ex.) ou elaborado (uma música, p.ex.) e a atividade também pode ser simples (um movimento, p.ex.), elaborada (ler, jogar xadrez, p.ex.) ou ambas (ler em voz alta, p. ex.).

A estimativa de risco de 60% de recorrência de crises epiléticas é determinada mediante a análise dos resultados do estudo MESS – Multicenter Trial for Early Eplepsy and Single Seizures (Ensaio Multicêntrico para Avaliar Crises Epilépticas Iniciais e Crise Epiléptica Única). O objetivo dessa análise foi decidir quem teria benefício com o início de medicações antiepilépticas imediatamente após a primeira crise. O estudo levou a concluir que aqueles com risco de recorrência de crises elevado e médio se beneficiam do início imediato de medicações após a primeira crise. O mesmo não ocorre com aqueles com risco baixo podendo, portanto, se prorrogar o início de medicações antiepilépticas. (MARSON et al., 2005).

A epilepsia é considerada resolvida naqueles indivíduos que tiveram uma epilepsia relacionada a uma determinada faixa etária e que agora ultrapassaram essa idade ou naqueles que tiveram a última crise há mais de 10 anos e estão há pelo menos 5 anos sem usar medicações antiepilépticas. (FISHER et al., 2014)

2.2 Etiologia

A Epilepsia é proveniente de danos cerebrais, por exemplo: infecções como meningite, abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, e por vezes, algo que ocorreu antes ou durante o parto, AVE (Acidente Vascular Encefálico) e outros distúrbios vasculares, doenças degenerativas, tumores, lesões no córtex, isquemias ou traumatismos seguidos de hemorragias, infecções extra encefálicas, pancadas bruscas na cabeça, neurocisticercose (causada pelo parasita Taenia Solium, presente na carne de porco) ou mesmo, por causas desconhecidas.

Os tipos de epilepsia são denominados conforme o reconhecimento ou não da causa da doença. Para Acharya, Hattiangady e Shetty (2008), denomina epilepsia idiopática ou primária, quando a causa não é óbvia, e as atribui muitas vezes a fatores genéticos; epilepsia criptogênica, quando não se encontra a causa e, epilepsia sintomática ou secundária, quando a causa é conhecida, após um dano cerebral.

Em 2010, a Comissão da Liga Internacional contra a Epilepsia organizou as causas da epilepsia em: genéticas, estruturais/metabólicas e desconhecidas.

Uma causa da epilepsia pode estar ligada a outras, assim como um tipo de epilepsia pode apresentar característica de outras, assim sendo, qualquer etiologia pode ser vista como uma contribuição para outras. Por exemplo, a deficiência de transportador de glicose 1 (GLUT1) é uma etiologia genético-metabólica que tem uma grande variedade de apresentações clínicas, incluindo a epilepsia com crises mioclônica-atonicas, epilepsias de ausência começando desde a infância até a vida adulta jovem, epilepsias focais e epilepsias genéticas generalizadas. (SHEFFER et al., 2014).

Ao passo que as designações tendem ser comprimidas, encontram-se ainda as classificações das síndromes, que separam as epilepsias como crises generalizadas (epilepsia generalizadas) daquelas chamadas, crises parciais (epilepsias relacionadas à localização, parciais ou focais). As crises generalizadas acontecem no tálamo, envolvendo-se em forma de circuito talâmicos, de formas bilaterais, nos dois hemisférios, gerando descargas elétricas difusas. E, as crises parciais ou focais são precipitadas no nível cortical, envolvendo parte de um hemisfério cerebral.

Em seguida distinguiram-se entre epilepsias sintomáticas ou “secundárias” (etiologia ainda desconhecida) das idiopáticas (suposta causa hereditária) e das criptogênicas (provavelmente sintomáticas, mas sem etiologia conhecida). (MARCHETTI; NETO, 2010)

As crises parciais apresentam evidências clínicas e/ou eletroencefalográficas de início local (foco), enquanto as crises generalizadas, não apresentam qualquer evidência. Também são consideradas para definição das síndromes a idade de início das crises e a topografia das regiões cerebrais envolvidas nas manifestações eletroclínicas.

De acordo com Yacubian (2010), os sintomas de uma crise dependem das partes do cérebro acometidas na disfunção. Assim, perda de consciência pode ocorrer quando as estruturas do sistema reticular ativador ascendente, são acometidas pelo processo epiléptico. Quando isso não ocorrer, o indivíduo se mantém consciente durante todo o processo da crise. Portanto há dois tipos importantes de crises epiléticas: as crises generalizadas e as crises focais. A autora ainda afirma, que as crises epilépticas cursam com diferentes graus de envolvimento muscular. Tal evento consiste de um aumento ou diminuição de contração muscular. O primeiro podendo ser do tipo tônico (significando contração muscular mantida com duração de poucos segundo á minutos), clônico (cada contração muscular é seguida de relaxamento originando abalos musculares sucessivos) ou mioclônicos (contrações musculares muito breves, semelhantes a choques), já a diminuição da contração muscular caracteriza-se por mioclônias negativas e crises atônicas.

Já para Guerreiro et al. (2006), as causas das crises epiléticas podem ser divididas em dois grupos: agudas ou remotas. E também as causas variam conforme a faixa etária. Sabe-se que a crise epilética é "transitória”, por ter tempo determinado, com um início e fim característicos. O término de um ataque epilético, muitas vezes é menos evidente do que é o início. O estado epilético é uma circunstância especial com crises prolongadas ou recorrentes; no entanto, análises clínicas e o eletroencefalograma geralmente permite o diagnóstico de estado de mal epilético. O início e o fim de um ataque epilético podem ser determinados por razões comportamentais, mas temos de reconhecer que estes dois critérios operacionais nem sempre coincidem.

Em relação ao tempo de duração das crises, foi dito

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