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ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO DE FORÇA ATRAVÉS DO TREINAMENTO PLIOMÉTRICO NO ATLETISMO: UMA REVISÃO

Por:   •  13/10/2017  •  2.028 Palavras (9 Páginas)  •  523 Visualizações

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De acordo com Maffiuletti e Komi, para a execução de movimentos o corpo executa inúmeras contrações e relaxamentos musculares e quando se trata de desempenho esportivo esses movimentos envolvem estiramentos rápidos dos músculos que compõe a fase excêntrica antes de ocorrer uma contração explosiva em uma fase concêntrica. Como exemplo, pode-se citar o movimento de bloqueio de um jogador de voleibol, que, antes de realizar o salto visando interceptar a bola do atacante adversário, realiza um semi-flexão (contração excêntrica do quadríceps) com o intuito de obter uma melhor impulsão (contração concêntrica). O que se postula é que o alongamento ativo, ou fase excêntrica, aumenta a potência da contração subsequente (fase concêntrica) do ciclo excêntrico-concêntrico.

A potência observada no ciclo excêntrico-concêntrico se deve ao reflexo de estiramento ou reflexo miotático seguido da liberação de energia elástica dos músculos envolvidos no movimento, a desempenho de movimentos esportivos que envolvem potência explosiva depende da ação máxima destes dois mecanismos. Regimes de treinamento pliométrico e do ciclo excêntrico-concêntrico são utilizados com grande sucesso por possibilitarem estratégias metodológicas de desenvolvimento de força e velocidade (potência = força x velocidade).

Tipos de saltos utilizados na Pliometria

Pode-se citar três tipos de saltos utilizados no método pliométrico como é mostrado por Barbanti (1986) citado por Almeida e Rogatto, 2007. Saltos horizontais onde o atleta projeta seu corpo pulando para frente; saltos verticais, com impulsões para cima e sem sair do lugar; e saltos em profundidade, que geram força reativa, onde o atleta cai de uma determinada altura, e após o amortecimento da queda realiza outro(s) salto(s). Em um exercício de treinamento pliométrico, a força da gravidade e a massa corporal são utilizadas para realizar uma fase muito importante, que é a de pré-estiramento rápido ou de estiramento, para ativar o reflexo de estiramento e os elementos naturais de recuo elástico do músculo (McArdle, Katch e Katch 2002, citado por Almeida e Rogatto, 2007).

Benefícios da Pliometria

Os efeitos benéficos do treinamento pliométrico, destacam McArdle, Katch e Katch (2002) citado por Almeida e Rogatto (2007), foram difundidos através de várias opiniões, mas as avaliações científicas e controladas são poucas, não havendo, portanto, um consenso sobre o número ideal de saltos em profundidade, mas que alturas entre 48 e 81 cm produziram graus variáveis de sucesso. Dantas (2003) afirma que, o treinamento pliométrico desenvolve a força explosiva, principalmente nos membros inferiores. McArdle, katch e Katch (2003) afirmam que a repetição regular desses exercícios proporciona em treinamento tanto neurológico quanto muscular capaz de aprimorar o desempenho de potência dos músculos específicos.

Há evidencia que, um programa de exercícios pliométricos de 10 semanas (totalizando 30 sessões) aplicado em atletas destreinados com idade de 13 a 15 anos, baseando-se em ideias de Verkhoshanski (2001), destaca que os resultados podem comprovar sucesso na melhoria da força muscular explosiva dos membros inferiores. Constatando o sucesso do resultado, presume-se que também é possível ser melhorados os fundamentos básicos, como por exemplo: ataque com cortada, bloqueios e saques, corrida de velocidade, saltos em distancia e triplo, ou seja, com o aumento da força muscular explosiva, subentende-se que os saltos requisitados para executar os fundamentos citados, obterão maior amplitude, sendo prováveis, melhores resultados em treinos ou partidas.

Cuidados na Aplicação da Pliometria

A intensidade, volume e frequência do treinamento pliométrico variam como uma função do nível de treinamento do atleta e do requerimento específico da modalidade esportiva. Toda ação pliométrica deve ser executada em máximo esforço e velocidade, caracterizando, portanto, uma máxima intensidade (por isso que é fundamental que o atleta tenha uma condição básica para desenvolvimento de força).

O aquecimento é de extrema importância antes de uma sessão de exercícios pliométricos. Como tal modalidade de exercício implica na realização de alongamento ativo de grupos musculares específicos, o que pode produzir maior lesão nas fibras musculares (Hunter, Faulkner, 1997). Após o aquecimento é importante aplicar exercícios de alongamento. A execução inadequada do aquecimento e alongamento pode conduzir um estiramento lesivo da musculatura, bem como até a ruptura de ligamentos e tendões solicitados no movimento pliométrico (Holmyard, Hazeldine, 1991).

Um ponto que merece atenção na elaboração do treinamento pliométrico com saltos em profundidade é a altura de queda do salto. A utilização de uma altura de queda inadequada pode trazer consequências como alteração na biomecânica do salto, ineficiência no padrão de transmissão de forças, dificuldade na coordenação do salto e até riscos mais pronunciados de lesão no tendão de Aquiles e estruturas articulares (Bobbert et al., 1987b; Hudson, 1986). Apesar do trabalho clássico de Verkhoshansky (1973) ter estabelecido alturas padronizadas para o desenvolvimento de força rápida (0,75 m) e força máxima (1,10 m), outras estratégias para obtenção das alturas necessitam ser buscadas.

Com relação aos saltos em profundidade, deve estar atento a altura da queda, sendo que se ultrapassar 1,10 m, o exercício se transforma em um esforço muito mais próximo daquele que é mantido para desenvolver a força máxima, e não para o treinamento da força explosiva (Hernandes Júnior 2002, citado por Almeida e Rogatto, 2007). Considera-se ainda que, a altura excessiva é fator contribuinte para o aumento de risco de lesões, como por exemplo: desgaste dos meniscos na articulação tíbio patelar, devido ao grande impacto inerente aos saltos, e até mesmo possibilidades de torções nas articulações requisitadas no ato de saltar logo após o amortecimento da queda.

Os cuidados citados devem assim proporcionar melhor aproveitamento dos grupos musculares envolvidos no treinamento e a eficiente utilização do treino pliométrico, evitando lesões articulares, e sobrecargas de treinamento que podem originar lesões pela fadiga muscular.

Conclusão

A presente revisão teórica mostra a importância do treinamento pliométrico para o desempenho esportivo e aponta inúmeros benefícios em diversas modalidades. O emprego do treinamento pliométrico pode ser um

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