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A PSICOLOGIA PENITENCIÁRIA E CARCERÁRIA

Por:   •  19/12/2018  •  1.928 Palavras (8 Páginas)  •  288 Visualizações

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Também se pode ver o criminoso como um profissional, para tanto, é necessário um tempo de aprendizagem, assim como nas demais profissões existentes. O processo de aprendizagem criminosa, determinados modos de se comportar iniciam-se como moda, passando a se tornar prática cotidiana e imitada por outras pessoas.

O comportamento criminoso pode ser aprendido pela interação com grupos íntimos através de técnicas e orientações, complexas ou simples. O delinquente é um profissional, por esse motivo, assim como os médicos, advogados, engenheiros e outros profissionais, precisam de tempo para aprender seu ofício, no seu caso à aprendizagem criminal.

Percebe-se que o crime é resultado de uma soma de fatores, é um fato biológico, psicológico e social. Porém essa associação não é suficiente para explicar o comportamento criminoso. Como se verifica aqui, o crime pode ser relacionado aos estratos inferiores presentes na sociedade, esse fato não responde o porquê do crime ser cometido fora dos estratos inferiores.

O preso enfrenta inúmeras dificuldades, na maioria dos casos perde o contato com a família, não possui profissão, está fora do mercado de trabalho, por isso é fundamental que ele receba um acompanhamento que lhe permita o retorno à convivência familiar e o acesso ao trabalho, como forma de contribuir para a reinserção na sociedade e evitar o retorno à atividade criminosa.

Portanto, a criminalidade surge a partir da desorganização social, ausência do poder Público, e da existência de áreas de pobreza, os locais degradados enfraquecem as instituições sociais, tais como escolas, família, creche, delegacias e hospitais. Além disso, deriva, também, das relações interpessoais superficiais, superpopulação, e falta de valores tradicionais.

Outro ponto importante a se verificar é que a partir do momento em que se aplica uma sanção, por decorrência de uma delinquência primária, ocorre uma mudança no individuo de identidade social, fazendo com que, provavelmente, continue dentro dessa nova identidade adquirida, repetindo sucessivamente a delinquência, sendo este efeito psicológico do ocorrido.

A intervenção do sistema penal, especialmente as penas detentivas, antes de terem um efeito re-educativo sobre o delinquente determina, na maioria dos casos, uma consolidação da identidade desviante do condenado e o seu ingresso em uma verdadeira e própria carreira criminosa.

Como uma pessoa pode ter vontade de matar outra pessoa? São anormalidades da pessoa na sua personalidade. A pessoa que mata sem motivos ela já possui uma maldade em sua alma, em seu interior, que mais cedo ou mais tarde acaba resultando em um homicídio. É importantíssimo descobrir antecipadamente este desvio de conduta das pessoas para tratar.

Como e quando é possível perceber essas alterações em uma pessoa? Geralmente é mais fácil perceber na infância. Crianças que fazem maldades com outras crianças. Essas são coisas importantes a serem analisadas e trabalhadas nas crianças.

Como as drogas influenciam na vontade de matar? A droga não influencia ninguém a matar. Trata-se de um fator facilitador para matar, mas não que seja o princípio. A pessoa que mata, o faz porque já possui algo de ruim e a droga apenas facilita. Tem gente que costuma falar: aquele cara ou aquela pessoa é louco porque usa drogas, mas na verdade, usa droga porque é louca.

Pessoas sem doenças mentais podem ter ataques de raiva e vontade de matar.

Algumas doenças mentais, entretanto, podem ter estas manifestações:

- depressões (podem aumentar a irritabilidade);

- quadros de mania do transtorno bipolar (aumenta a irritabilidade, principalmente se alguém contradiz o paciente ou tenta lhe impor limites);

- quadros ansiosos graves (podem aumentar a irritabilidade);

- psicoses (a pessoa tem delírios envolvendo alguém e se torna violento com esta pessoa);

- transtorno explosivo intermitente (TEI) - trata-se de um transtorno no qual as pessoas têm comportamentos extremamente violentos, que aparecem de modo muito súbito e em situações que a própria pessoa considera desproporcionais; por exemplo, numa discussão trivial sobre o preço de um produto, numa feira, a pessoa subitamente agride o vendedor e lhe dá uma surra.

Por que certas pessoas não conseguem conter o impulso violento que há em todos nós? O que leva alguns criminosos a ser tão cruéis?

Monstro, pervertido, anomalia da natureza, calculista, psicopata, doente… Esses são apenas alguns dos adjetivos usados para designar os assassinos cruéis. Chamá-los assim parece ter sobre nós o curioso efeito de um pequeno alívio, um desabafo que os apresentadores de televisão, os radialistas e os políticos sabem capitalizar como ninguém em seus discursos sobre a violência. Quanto mais execramos esses criminosos, mais nos sentimos diferentes deles, como um exorcista que, diante do demônio, fortalece a sua fé.

Os psicopatas sabem que estão fazendo algo errado, Eles simplesmente não sentem que estão fazendo algo errado. O motoboy Francisco de Assis Pereira é um dos que estão nessa lista. Em 1998, ele confessou ter assassinado dez mulheres no Parque do Estado, em São Paulo. A técnica do “Maníaco do Parque”, como ficou conhecido, era seduzir moças e depois estuprá-las e matá-las por estrangulamento. Ao confessar seus crimes, Pereira estava com o olhar sereno. Não demonstrou sinais de emoção ou de arrependimento e disse que, se retornasse às ruas, voltaria a matar. Ao contrário do que muita gente imagina ser diagnosticado como um sociopata não ajuda em nada na diminuição da pena. O motoboy foi condenado a 121 anos de prisão.

Outro ponto polêmico é o papel da pobreza na formação de assassinos frios. Ela pode até não explicar todos os casos, mas é claro que existe uma relação, mesmo que indireta. Em regiões pobres, há mais famílias desestruturadas, mais abuso e violência infantil e, consequentemente, mais assassinos frios. Viver numa sociedade que celebra o consumo e se sentir excluído dessa festa torna uma pessoa muito mais vulnerável ao ódio e à violência. Além do consumo, a violência tem outro atrativo para jovens excluídos: a sensação de poder. Com uma arma na mão, uma pessoa se sente uma espécie de Deus, com o poder sobre a vida e a morte de outro ser humano.

Conclui-se que para todo crime tem uma causa. Algumas causas vêm desde a infância, quando

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