O ENSINO DE MATEMÁTICA
Por: Carolina234 • 18/4/2018 • 4.906 Palavras (20 Páginas) • 293 Visualizações
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O segundo Congresso internacional de matemática, realizado em 1900, David Hilbert, um dos mais importantes matemáticos do século XIX e XX, citou 23 problemas de matemática que deveriam ser alvos de pesquisas durante o século XX, e que de fato, o século XX foi marcado pela resolução dos 23 problemas de David Hilbert. A partir daí foram realizados diversos Congressos que ocorrem até hoje.
Em 1922, o eminente matemático Émile Borel visitou o Brasil, marcando presença em uma conferência na Academia Brasileira de ciência, sua visita originou visitas futuras de Jacques Hadamard (1924), Albert Einstein (1925), Marie Curie (1926) e Paul Langevin (1928), entre outros. Durante a Visita de Einstein no Brasil houve uma certa resistência dos cientistas positivistas, tentando ridicularizar Einstein na imprensa, onde houve reação da corrente modernizadora, que teve grande contribuição para o enfraquecimento do positivismo no país. Mas, mesmo com o enfraquecimento do positivismo, a matemática no Brasil ainda era ensinada seguindo os textos antigos de Cambérousse e outros positivistas.
De 1889 até 1930, foi denominado como a república velha, permanecia muitas características do império, que com a revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, gerando no Brasil a entrada na modernidade política e cultural, assim como a modernização da matemática. Após a revolução de 1930, o poder do Brasil ficou dividido em dois polos: o econômico em São Paulo e o político no Rio de Janeiro. As duas cidades passaram a ser foco de desenvolvimento, e foi criada em 1933 a Universidade de São Paulo, e pouco depois em 1934 a Universidade do Distrito federal no Rio de Janeiro, que era capital da república no momento.
Em 1933, foi criada a Universidade de São Paulo, reunindo algumas escolas já existentes. A universidade foi organizada administrativamente seguindo o modelo da universidade de Berlim. A universidade tinha por finalidade desenvolver pesquisas e ministrar cursos secundários e superiores. Foi contratado por Theodoro Ramos, professores italianos para as disciplinas de matemática e física, a escolha se deu por razões políticas, conforme relata o autor:
Embora tivesse excelentes contatos na França, Theodoro Ramos optou por contratar italianos para as cátedras de Matemática e Física. Uma especulação sobre as razões dessa opção apontam para o fato de estar havendo, por parte da importante comunidade italiana de São Paulo, na qual era evidente uma simpatia para com o governo fascista italiano, pressão para que fossem contratados cientistas políticos e sociais da Itália. (D’AMBROSIO, 2011, p. 73)
Era raro no início da Universidade de São Paulo alunos que estudavam exclusivamente matemática, a primeira turma de matemáticos foram formados por estudantes de engenharia. Engenharia era um curso bastante procurado na época, pois era uma profissão socialmente bem reconhecida. Já o curso especificamente de matemática era pouco atraente, até mesmo licenciatura, visto que na época não era necessário licenciatura para ministrar as aulas de matemática, o mesmo era ministrado por engenheiros. A obrigatoriedade de licenciatura para ser professor só foi exigida em 1950, após uma prolongada greve que envolveu todas as faculdades da época.
Em 1934, foi criada a universidade do Distrito Federal no Rio de Janeiro, que seguia uma linha diferente da abordada pelos italianos na Universidade de São Paulo, o ensino foi confiado ao matemático brasileiro Lélio I. Gama. A Universidade do Distrito Federal teve pouca duração, sendo fechada em 1937, e no ano seguinte foi criada a Universidade do Brasil, com uma faculdade nacional de filosofia, onde foi contratado assim como na Universidade de São Paulo professores italianos para ministrar as aulas de matemática.
Durante a segunda guerra mundial, foi interrompido o trabalho de pesquisa dos italianos na Universidade de São Paulo, pois alguns dos professores italianos retornaram para a Itália. Foi necessário o provimento imediato de novos professores para dar continuidade as pesquisas, e foi então confiado esse cargo a jovens de aproximadamente 25 anos com uma formação ainda incompleta como pesquisadores. Após o fim da segunda guerra mundial, o Brasil tenta novamente dar continuidade a cooperação europeia nas pesquisas, onde foi contratado alguns jovens franceses, dentre eles André Weil (1906-1998), que foi um dos mais destacados matemáticos do século.
Após o final da segunda guerra mundial, ocorre a expansão de pesquisa matemática, com a fundação de novas Universidades, dentre elas em 1946 a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1948 a Universidade de São Paulo resolve fundar uma nova unidade em São Carlos, entre outras.
Ainda de acordo com D’Ambrosio durante o governo de Getúlio Vargas foi priorizado inovações institucionais, representando uma nova etapa entre o estado, a ciência e a tecnologia. No final do mandato de Eurico Gaspar Dutra e início do novo governo de Getúlio Vargas, foram criados alguns órgãos de fomento. Em 1951, foi criado o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnológico. Ainda em 1951 foi criado o Concelho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (Capes). Em 1952 foi criado o instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), atual Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, órgão do CNPq. A história contemporânea de pesquisas matemáticas no Brasil gira em torno do Impa, apesar de ter sido criada diversas instituições excelentes, e que tenham criado programas de pós-graduação em toda região do país, com vinculo e suporte do Impa.
- Diferentes Enfoques no Ensino de Matemática
De acordo com o (PNAIC) Pacto Nacional pela Alfabetização na idade certa (2014) há ideias que vêm sendo equivocadas em relação ao papel que o aluno desempenha no processo de aprendizagem e sua relação com os números.
Em uma perspectiva tradicional, a aprendizagem ocorre por meio acumulativo e linear, onde o professor se limita em seguir uma progressão sistemática de definições de exercícios, apresentando os conteúdos passo a passo:
A aprendizagem entendida como o processo, em doses “homeopáticas”, da aquisição de conteúdos mais simples para os mais complexos, evidencia a ideia de um aluno desprovido de conhecimentos prévios, de capacidade intelectual e alienado em relação ao contexto sociocultural exterior aos muros da escola. Neste enfoque, pensa-se que o treinamento é o mais importante e que as noções numéricas são construídas por meio exaustivo da repetição e memorização. (PNAIC,
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