Leitura e escrita na educação infantil
Por: Ednelso245 • 28/11/2017 • 2.791 Palavras (12 Páginas) • 549 Visualizações
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Outro aspecto que se observa em nossa escola é a excessiva preocupação com a escrita e a pouca atenção que se dá para o desenvolvimento da leitura. O insucesso escolar é avaliado principalmente em termos do desempenho da criança na produção da escrita.
A disseminação maior de métodos sintéticos, nas escolas é o b+a = ba, o ba + be + bi + bo + bu, ou ainda o fônico, pode também ser motivada pela ênfase maior dada à atividade de escrita, a qual envolve, no inicio da aprendizagem, uma operação basicamente de composição, embora mais tarde ela possa ser acompanhada completamente por uma operação de decomposição mental do léxico visual já adquirido (KATO, 2005).
A prática de grande número de escolas privilegiar as atividades de escrita, parece fazer supor que a produção segue-se automaticamente a recepção, em outras palavras, se o professor ensinar o aluno a escrever, o aluno aprenderá automaticamente a ler.
Para Ferreiro (2000, p. 104), as metodologias comumente usadas pouco exploram a capacidade demonstrada pelos auto-alfabetizados de extrair significados dos estímulos disponíveis. A aprendizagem é vista não como um processo ativo, mas meramente repetitivo.
As crianças aprendem a decodificar letras em sons no caso da leitura, e a codificar sons em letras no caso da escrita, sem no entanto produzir sentido nessas atividades.
3 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E A ESCRITA PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS NAS SÉRIES INICIAIS
Existem inúmeras tentativas para definir ou explicar o processo ler. As características mais comuns encontradas são de que ler é um processo de reconhecimento de palavras em termos de identificar o som correspondente e estabelecer relações entre o significado; de domínio do alfabeto para saber distribuí-lo de modo a formar palavras, frases e textos (FEIL, 2003).[d]
A escola, sendo a entidade que tem a incumbência de ensinar a ler, vem definindo a leitura de um modo bastante estático e mecânico. Confunde o processo de ler em um simples reconhecimento de palavras em páginas impressas. Existe uma nítida separação entre o mecanismo da leitura e o pensamento, reduzindo a leitura a um ato mecânico.
Segundo Feil (2003, p. 64) é comum uma criança ler um texto, podendo-se dizer até que:
de maneira correta (pronúncia, pontuação.... Mas se for solicitada para contar ou falar sobre o texto, não sabe. Na verdade, está criança não leu, pois ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. (numa visita, a uma escola rural, unidocente, uma criança estava “lutando” com um texto de sua cartilha. O texto descrevia a “Minha Escola”. Na primeira linha estava escrito: “Minha escola tem quatro pavimentos”. Quando indagar se sabia o que era pavimento, a criança ergueu seus olhos, olhou ao seu redor e disse: “Não sei, deve ser janela” [todo prédio de sua escola possuía quatro janelas].
A verdadeira leitura consiste na captação de significado, numa crescente comunicação entre o leitor e o texto. Implica em aprender a descobrir, reconhecer e utilizar os sinais da linguagem.
Para tornar viável a leitura como processo de relação entre o domínio da mecânica e o pensamento, é absolutamente necessário recorrer ao método natural, trazendo a vida para dentro da escola. É preciso repensar o que está oferecendo para a criança, selecionando palavras, frases, textos, histórias que permitam a criança inúmeras experiências, como falar, observar, experimentar, registrar e principalmente, viver com intensidade e satisfação.
Para Feil (2003, p. 65) é importante lembrar que:
os primeiros contatos com a leitura são fundamentais para a formação de um bom leitor. Porém, a leitura que for apresentada sob forma lúdica, agradável e significativa, certamente se estará aí proporcionando o nascimento de um bom e verdadeiro leitor. Porém a leitura que for apresentada sob uma forma opressora, estática, mecânica, fragmentada e isolada da realidade, não criará hábito de ler. Pelo contrário, afasta a criança da leitura, pois todo o livro lhe trará recordação das experiências negativas que os livros didáticos lhe fornecerão.
Raramente se encontra criança ou adolescentes numa biblioteca por vontade própria. Se aí os encontrarmos, é para executar tarefas exigidas pelos professores e em que nada contribuirão para a aprendizagem. Pois é sabido que as “pesquisas” não passam de cópias de trechos de um livro. A criança a partir de “sua pesquisa”, não é capaz de atribuir-lhe uma significação, não consegue relacionar o texto com a realidade (não reconhece nele o tipo de leitura que o seu autor pretende dar) e, consequentemente, não consegue se entregar à leitura e rebela-se contra ela, sem que consiga posicionar-se diante do problema.
Para modificar esta situação é urgente que a escola redefina o conceito de leitura. O passo inicial, talvez, seja o de retirar as cartilhas pré-fabricadas das salas de aula e colocar a criança em contato com bons livros (literatura infantil), mesmo ainda não sabendo ler (FEIL, 2003).
A criança deve descobrir o prazer pela leitura antes de aprender a ler. Ela precisa querer sentir necessidade de decifrar o meio através da leitura. Só então é que se pode iniciar devem cesso encaradas como uma segunda etapa da aquisição da linguagem e devem dar oportunidade à criança de manifestar a necessidade de mais uma via de compreensão e expressão ideias, pelo desenvolvimento do pensamento, do vocabulário e da sociabilidade.
Muitos educadores e principalmente Piaget, alertam sobre a importância da observação na evolução do pensamento infantil. A criança passa por etapas bastante definidas, fazendo-se refletir sobre todas atitudes e atividades.
A leitura também como não poderia ser diferente passa por fases que devem ser observadas antes de pretendermos exigir da criança uma leitura que esteja além ou aquém de suas capacidades.
4 PERCURSO METODOLÓGICO
O campo da pesquisa constitui-se do Colégio Decisão, localizado na Avenida Senador Helvídio Nunes Nº. 3967, Bairro Junco, CEP 64.600-000, em Picos - PI, telefone (89) 3422-8531, com os professores das séries iniciais do turno manhã da referida escola.
Os dados da investigação foram coletados com os professores, perfazendo um total de 2 docentes. Para a obtenção das informações foram utilizados diferentes instrumentos de coleta, tais como: conversa informal para
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