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Brincadeiras na educação infantil

Por:   •  8/1/2018  •  2.206 Palavras (9 Páginas)  •  413 Visualizações

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No terceiro ano de vida, a criança já é capaz de caminhar nas pontas dos pés e saltar, gosta de utilizar o triciclo como seu primeiro meio de transporte e locomoção. Nessa fase a criança já possui coordenação e maior domínio da lateralidade , o que lhe possibilita a conquista da autonomia, gosta de fazer novas descobertas e comunicá-las as pessoas mais próximas.

- 1.1.2 Desenvolvimento da Linguagem

A linguagem depende tanto da motricidade, quanto da inteligência. Assim o aparelho fonador exige uma movimentação complexa, precisa e ritmada. Os sons devem ser distintos e, enquanto isso não acontece na linguagem oral,a aprendizagem da escrita e da leitura torna-se bastante dificultosa. A inteligência se faz necessária para simbolizar por palavras (conjunto de sons) os objetivos, pessoas e ações. Mais tarde, quando da aprendizagem da linguagem escrita, é importante a inteligência para simbolizar as palavras por um conjunto de letras. Portanto, a criança que possui dificuldades na fala, encontrará sérios problemas na alfabetização. Sendo assim é necessário verificar os problemas ligados à linguagem e tratá-los, se possível antes da alfabetização. A linguagem pode ser observada sob dois aspectos: forma e conteúdo da expressão. A forma de expressão pode apresentar distúrbios de articulação( troca de letras e pronunciamento dos sons de forma pouco perceptível). O conteúdo deve expressar a compreensão e a verbalização do pensamento. Em se tratando da primeira infância, a criança emite apenas sons guturais e, com a descoberta do aparelho fonador , passa repetir os sons( lalá, dada, mamãe, papai, etc). Mais tarde aparece as frases.

As palavras substituem as ações físicas. Se considerarmos o ato da fala também como uma ação física, diríamos que certas ações físicas substituem outras, de outro nível. Uma pessoa,quando começa a falar, pode, através da fala,deixar de realizar certas ações motoras, que passam a ser simbolizadas. A linguagem é fundamental, não só para a construção de um nível cada vez mais elevado de pensamento , mas mesmo para a estrutura de outros atos motores.

- 1.1.3 Desenvolvimento Mental

Até por volta de um ano e meio, a criança desenvolve os problemas por meio de uma ação ,movimento e tateio. Já aos dois anos de idade, ela é capaz de evocar e representar os movimentos sem executá-los. Mediante a ação mímica, ela representa os acontecimentos que a interessam. Por exemplo: imitando o barulho do motor, faz um objeto girar pelo chão, tal como o pai faz ao dirigir o carro. Ao lado da mímica aparece o jogo representativo, o qual funciona de forma compensatória, de acordo com os desejos e temores da criança. Sendo assim, a boneca apanha,chora, mama, toma injeção, etc.

É muito importante que possamos compreender o movimento das crianças como linguagem, pois é necessário que cada criança seja livre para agir em seu ambiente, intencionalmente organizado por um adulto, mas que lhe proporcione a oportunidade de transformar, criar, adaptar, interagir e integrar-se ao meio.

- 1.1.4 Desenvolvimento Motor

Na primeira infância, a criança aprende a controlar os músculos, faz exercícios no berço e brinca sozinha tentando agarrar objetos. Aos poucos o controle motor vai se aperfeiçoando, permitindo uma melhor coordenação e lateralização dos movimentos. Com a substituição do engatinhar pela marcha, a criança enfrenta o difícil problema do equilíbrio vertical. Por volta de 1 ano e 8 meses, já com o andar automatizado, a criança está continuamente em movimento e sua experiência motora é bastante intensa. No final dessa fase, já conhece de certa forma o ambiente e está pronta para explorá-lo.

Nos primeiros anos de vida tem lugar aquisições perceptivas e motoras,decisivas no projeto da autonomia progressiva do corpo,considerando as ações de posicionamento ( controle postural), locomoção ( transporte do corpo no espaço) e manipulação ( domínio do objeto).

2 Características da Infância

A infância pode ser classificada como: aprendente, não aprendente, boa, ruim,saudável, doente,protegida, de classe popular,enfim, há muitas formas de se conceber e considerar a infância.

Pensando, nessas múltiplas infâncias, é necessário distanciar-se da idéia da infância ingênua, pura,que precisa ser protegida e educada pelos adultos, no qual se instituiu após a Idade Média.

Até a Idade Média não havia uma concepção de um mundo infantil, com características peculiares que as diferissem das do mundo adulto. Assim, a criança medieval tinha acesso a toda forma de conhecimento social e cultural dos adultos. Segundo Postman (1999,p.29, apud Bemvenutti, Alice e vários autores no livro O lúdico na prática pedagógica,pág.55),inexistia o sentimento de infância relacionada à educação. Esse autor também se utiliza de Ariès em sua discussão sobre a invenção desta.

O que podemos dizer,então,com certeza é que no mundo medieval não havia nenhuma concepção de escolarização, de pré- requisitos de aprendizagem seqüencial, nenhuma concepção de escolarização como preparação para o mundo adulto. Como resume Ariès, “ a civilização medieval tinha esquecido a ´paidea´ dos antigos e ainda não sabia nada sobre educação moderna. Esta é a questão principal: não tinham idéia alguma de educação. Se um menino da Idade Média ia à escola, começava aos dez anos de idade,provavelmente mais tarde. Vivia sozinho em alojamentos na cidade,longe da família. Considerava normal encontrar adultos de todas as idades na sua turma e não se julgava diferente deles.

No mundo medieval,crianças e adultos conviviam cotidianamente com todas as situações de uma vida social, pois não havia a separação de conhecimentos que eram permitidos somente para adultos e dos quais as crianças deviam ser poupadas. Sem a idéia de educação para a infância dissociada dos adultos,não havia discriminação quanto ao que as crianças deveriam ou não aprender.

Somente com o advento da Modernidade é que se vê nascer a idéia de infância. Portanto,esta é uma história recente,na qual é possível perceber que a infância não é somente uma questão biológica ou cronológica, mas o produto de uma constituição cultural e social. A cultura moderna constituiu o sujeito infantil com base num discurso no qual ele é diferente do outro, outro este que é o adulto. Dessa foma, seria necessário preparar esse sujeito, educá-lo para a vida adulta, como bem observa Bujes (2000, p.28,

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