Prática de ensino em língua espanhola
Por: Salezio.Francisco • 23/2/2018 • 2.097 Palavras (9 Páginas) • 480 Visualizações
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Para o enfoque comunicativo o aprendiz deve se comunicar de maneira eficaz. Precisa aprender a se comunicar em situações reais da vida, adquirir competência gramatical necessária para uma boa comunicação e dominar as quatro sub-competências para obter uma aprendizagem completa. O aluno deve ser um negociador ativo e estar apto para identificar suas falhas e buscar supri-las; seu interesse e seus objetivos são fundamentais para o sucesso ou fracasso do aprendizado.
O professor tem o papel de gerenciador do processo. Ele deve ser um participante independente dentro do grupo e facilitador do processo de comunicação entre os alunos. Analisando as necessidades, dando conselhos e esclarecendo os pontos obscuros dos processos, o professor poderá diminuir os ruídos que a diferença de cultura que produzem na comunicação em língua estrangeira. É sobre o professor que recai a tarefa de selecionar conteúdos interessantes e promover situações concretas de comunicação. As atividades devem sempre apresentar um motivo para que haja a comunicação e uma informação útil que deverá ser comunicada.
É importante ressaltar que não um método definitivo de ensino. O enfoque comunicativo prepõe a utilização de conteúdos e tarefas que tenham como objetivo o desenvolvimento da capacidade de se comunicar em outra língua. O uso de cada prática deve ser sondado e testado pelo professor. A metodologia deve estar centrada no aluno, por isso é importante saber quais são os interesses e as necessidades dos alunos antes de impor um programa inflexível.
O DISCURSO E A PRÁTICA:
A nadie se le puede enseñar nada, solo ayudarle a descubrirlo dentro de uno mismo,
Galileo Galilei
Foram observadas seis aulas de Espanhol em uma turma de terceiro ano médio. A turma possuía média de 42 alunos e as aulas aconteciam em dois horários geminados, as sextas-feiras, as 13:50 da tarde. A composição do grupo é bastante heterogênea; a turma formada por alunos de cursos de aceleração, ensino regular da mesma instituição, ensino regular de outras instituições e de outros municípios. O nível sócio-cultural varia de Média-baixa a desfavorecida.
Durante a entrevista inicial realizada com a professora foi possível levantar as seguintes informações de sua formação profissional. É graduada em Letras, com habilitação em Português e Espanhol pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Concluiu recentemente um curso de Pós-Graduação em Espanhol na Universidade Estadual de Feira de Santana. Trabalha a 5 ( cinco ) anos na área e dá aulas no ensino médio e fundamental de escolas públicas e privadas. No entanto, a orientamos para que relatasse somente as atividades desenvolvidas no Colégio do Educandário Pestalozzi, instituição em que se realizaram as observações.
A professora definiu seu método de ensino como comunicativo. Segundo ela, o objetivo para utilizar o método comunicativo é permitir que os alunos tenham informações de diversos tipos e que possam se comunicar em diferentes situações. Não há livro didático ou manual adotado como instrumento pedagógico. As atividades e conteúdos são planejados nas atividades complementares (Ac), em acordo com outros professores. Particularmente ela prefere trabalhar com unidades temáticas que tenham alguma relação com o dia-a-dia dos alunos.
A respeito das aulas ela revela que tem se esforçado muito, mas não há, ainda, condições de trabalhar como de fato gostaria. Afirma que tem encontrado dificuldade pelo fato de as turmas serem imaturas, provenientes de cursos de aceleração e terem estudado inglês no ensino fundamental. Estes são alguns dos motivos pelos quais diz que nem sempre fala em espanhol com os alunos. Os conteúdos são explicados sempre em língua portuguesa e os alunos não falam espanhol sem que estejam sendo solicitados nas atividades. A avaliação da turma é processual e se realiza em todas as aulas, através das atividades e avaliações da unidade.
Apesar aparecer bem fundamentada e ter consciência das dificuldades que enfrenta a professora não consegue conduzir seus alunos a uma postura mais independente e envolvida. Os alunos parecem não ter conhecimento da importância de se aprender línguas, nem da responsabilidade a eles reservada. Por isso, ela propõe que a Universidade promova cursos, seminários e oficinas, com os professores e alunos, a fim de disseminar os avanços atingidos em escolas especializadas entre as escolas públicas. Os alunos precisam estar envolvidos e ter consciência do que representa saber uma língua estrangeira.
Observado as aulas eu pude perceber que o desenvolvimento real está distante do que vem a ser uma aula comunicativa. Depois da atividade de rotina (chamada e conversa inicial) a professora faz um apanhado do que foi trabalhado na última aula. Os alunos parecem esquecidos e participam pouco. Quando as atividades e conteúdos são trazidos pela professora a aula flui melhor, porém, quando os conteúdos são escritos no quadro para serem copiados no caderno, a reação da turma é sempre negativa.
Os alunos têm crenças como a de que aprender espanhol é mais fácil que aprender inglês, que o espanhol é fácil por parecer com o português e que não é necessário falar bem, basta acertar os exercícios e ter boas notas. Notado a falta de conversação em sala eu perguntei a um aluno se eles conseguiam falar e compreender o suficiente para dar informações a um visitante. Ele disse que sim, desde que o turista fale devagar. Disse que a maior parte não fala quase nada, mas que alguns alunos falam bem porque tiram boas notas.
Os conteúdos e atividades podem ter uma proposta comunicativa, mas as tarefas acabam sendo realizadas de maneira tradicional. Quando se utilizam gravações e vídeos a aula é mais animada e chega a movimentar toda a turma; no entanto, não consegue uma dinâmica de comunicação e assemelha-se mais às repetições do método audio-língual.
A meu ver falta uma vivencia abrangente dos fatos da língua; uma prática que estimule a criatividade dos alunos. O processo é mais de análise da estrutura da língua e de seu significado em português (como se diferencia e se parece a língua materna). A formação que os alunos podem obter deste processo é meramente instrumental e será alcanças só pelos mais esforçados. Não quero defender que o aprendizado deverá ser algo fácil ou prazeroso, mas é preciso que seja agradável e tenha um significado maior para que o estudante sinta-se interessado.
Conclusões:
Não se pode
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