TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO
Por: Salezio.Francisco • 8/1/2018 • 1.773 Palavras (8 Páginas) • 413 Visualizações
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- Aspectos fisiológicos
Conforme Schwartzman (2001, p 44 e 45), não se conhece a causa básica do Transtorno de Déficit de Atenção, com ou sem Hiperatividade, mas admite-se que haja um importante componente genético, uma vez que é habitual que indivíduos idênticos como portadores destas condições tenham parentes próximos igualmente afetados. Segundo alguns trabalhos, este componente familiar poderia ser observado em cerca de 75% dos casos. Entre as explicações já aventadas para justificar os defeitos básicos presentes em pacientes com estas condições, podemos citar uma disfunção da formação reticular do tranco cerebral e/ou desequilíbrio entre os neurotransmissores noradrenalina e dopamina, uma vez que os medicamentos mais utilizados e que têm os melhores resultados nestes pacientes são drogas dopaminérgicas, ou seja, drogas que mimetizam ou que imitam os efeitos da dopamina.
Estudos também foram realizados em relação aos fatores ambientais e, Rohde e Halpern (2004, p 62) descrevem que agentes psicossociais que atuam no funcionamento adaptativo e na saúde emocional geral da criança, como desentendimentos familiares e presença de transtornos mentais nos pais, parecem ter participação importante no surgimento e manutenção da doença, pelo menos em alguns casos. Biederman et al. encontraram uma associação positiva entre algumas adversidades psicossociais (discórdia marital severa, classe social baixa, família muito numerosa, criminalidade dos pais, psicopatologia materna e colocação em lar adotivo) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. A procura pela associação entre TDAH e complicações na gestação ou no parto tem resultado em conclusões divergentes, mas tende a suportar a idéia de que tais complicações (toxemia, eclampsia, pós-maturidade fetal, duração do parto, estresse fetal, baixo peso ao nascer, hemorragia pré-parto, má saúde materna) predisponham ao transtorno. Recentemente, Mick et al. documentaram uma associação significativa entre exposição a fumo e álcool durante a gravidez e a presença de TDAH nos filhos, a qual se manteve mesmo após controle para psicopatologia familiar (incluindo TDAH), adversidades sociais e comorbidade com transtorno de conduta. Outros fatores, como danos cerebrais perinatais no lobo frontal, podem afetar processos de atenção, motivação e planejamento, relacionando-se indiretamente com a doença. É importante ressaltar que a maioria dos estudos sobre possíveis agentes ambientais apenas evidenciaram uma associação desses fatores com o TDAH, não sendo possível estabelecer uma relação clara de causa e efeito entre eles.
Rohde e Halpern (2004, p 62) indicam que, apesar do grande número de estudos já realizados, as causas precisas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ainda não são conhecidas. Entretanto, a influência de fatores genéticos e ambientais no seu desenvolvimento é amplamente aceita na literatura. A contribuição genética é substancial; assim como ocorre na maioria dos transtornos psiquiátricos, acredita-se que vários genes de pequeno efeito sejam responsáveis por uma vulnerabilidade (ou suscetibilidade) genética ao transtorno, à qual somam-se diferentes agentes ambientais. Desta forma, o surgimento e a evolução do TDAH em um indivíduo parece depender de quais genes de suscetibilidade estão agindo, de quanto cada um deles contribui para a doença (ou seja, qual o tamanho do efeito de cada um) e da interação desses genes entre si e com o ambiente.
1. TRATAMENTO, TERAPIAS
Existem diversos tipos de tratamento para o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e, geralmente, são realizados de uma forma multidisciplinar, ou seja, conta com o apoio de diversos profissionais, entre eles estão: Neurologistas, Psiquiatras, Psicólogos, e Pedagogos. Também são utilizados medicamentos psico-estimulantes como: Dimesilato, Lisdexanfetamina e Metilfenidato, mais conhecido como ritalina, que é o mais utilizado. Segundo Grunspun (2003, p 338) o uso das drogas na maioria das vezes é indicado para a comorbidade com nos distúrbios de atenção, especialmente no Distúrbio de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O Metilfenidato, na dosagem entre 10 e 30 mg ao dia, pode beneficiar alguns desses casos. O uso de ritalina pode vir a causar sonolência, taquicardia e náuseas.
O tratamento da doença feito por psicólogos é realizado com terapias, Knapp (2004, p 363) aponta que, a maioria dos programas atuais, funde estratégias e técnicas cognitivas e comportamentais em abordagens mistas para o tratamento das patologias na área da saúde mental de crianças e adolescentes, a educação das crianças, pais e professores é fundamental para o tratamento da TDAH e tem como objetivo ajudar a família e todos que estão envolvidos com o paciente a lidar com a doença e compreenderem melhor os sintomas. O tratamento deve ser regular e com sessões próximas, levando em consideração a filogenética e a ontogenética.
O diagnóstico da doença deve ser feito por profissionais qualificados por exigir um vasto conhecimento, pois existem várias doenças que apresentam os mesmos sintomas, o profissional deve não só avaliar os sintomas mas também as situações em que o paciente é exposto e o comportamento no seu dia a dia. São indicados para o diagnóstico: Neuropsiquiatrias, Neuropediatras, e Neurologistas. É uma doença que costuma ser diagnosticada na infância devido a falta de aproveitamento da criança na escola. Crianças com TDAH costumam carregar uma parcela da doença consigo o resto da vida. O diagnóstico precoce pode ajudar muito o individuo, antes que ele seja rotulado como “burro”, levando assim a uma depressão decorrente da baixa auto-estima.
2. PAPEL DO PSICOLOGO NO TRATAMENTO
3. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1988.
GRUNSPUN, H. Distúrbios Neuróticos da criança: Psicopatologia e psicodinâmica. 5° Edição. São Paulo: Atheneu, 2003.
KNAPP, P. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. 1° Edição. Porto Alegre: Artmed, 2004.
ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização. Jornal de Pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria, Artigo de Revisão, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: .
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