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Psicologia

Por:   •  26/4/2018  •  1.737 Palavras (7 Páginas)  •  280 Visualizações

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É essencial que se mantenha a preservação do setting básico instituído com uma forma de assegurar a indispensável manutenção dos limites, da valorização do principio da realidade e da diferenciação dos respectivos papeis.

Função do terapeuta não é de assumir o papel de mae, ou pai, faltante, mas, sim, a de suprir, por meio de uma adequada função martenagem, essa deficiência que, certamente, acompanha a esse paciente. Um dos recursos técnicos considerados mais importantes no tratamento analítico com personalidades psicóticos consiste em propiciar a esse paciente o desenvolvimento gradativo da capacidade para estabelecer um diálogo interno consigo mesmo .Cabe enfatizar que sem perder a essência psicanalítica, esta plenamente justificada a utilização por parte do analista de uma Técnica de apoio desde que fique bem claro que o emprego de apoio não é o mesmo que dar conselhos, consolo, ser bonzinho, não frustra ou não estabelecer limites.

4- Colaboração multidisciplinar: os psicanalistas estão permeáveis às contribuições de epistemólogos, neurólogos, lingüistas e geneticistas, bem como das ciências cognitivas e da neurociência, alem da muito especialmente, moderna psicofarmacoterapia.

5- Tratamento múltiplo: é combinar com outros métodos alternativos ao método analítico, como diversas formas de psicoterapia, grupos de auto-ajuda, medicação psicotrópica, eventual hospitalização ou a utilização de um hospital-dia.

6- A pessoa real do analista: a influencia da “pessoa real do analista”, a qual vai muito alem de sua competência profissional de interpretar corretamente na transferência. Um sistema de coordenadas em forma de “L” em que o vertical são as interpretações do analista, e a horizontal a atitude psicanalítica interna do analista. Quanto mais bem-estruturado for o psiquismo do paciente, mais cabe a eficiência da função interpretativa do analista, no entanto quanto maior for o estado de regressão do paciente notadamente nas psicoses, mais cresce a relevância da pessoa real do analista que – mercê de sua sensibilidade ao sofrimento, respeito e tolerância as falhas e limitações, sua capacidade de continência e de sobrevivência ante as pulsões amorosas, eróticas, agressivas e narcisistas, seus valores, acreditar e, de fato, gostar do seu paciente psicótico, executa uma importante função de preencher primitivas faltas e falhas parentais.

Pelo contrario, a técnica de apoio exige muita competência por parte do terapeuta, tendo em vista que ela implica a capacidade de o analista conseguir sintonizar com os aspectos construtivos e as potencialidades latentes, que estão ocultas e bloqueadas no psiquismo desse paciente, e das quais ele mesmo não se da conta que possui.

Manejo da técnica analítica

Na época pioneira de Freud, as psicoses (então chamadas de “neuroses narcisistas”) não encontravam guarida na terapia analítica, sob o argumento de que todo investimento da libido do paciente teria sido retirado do mundo exterior, de modo que não haveria transferência,

logo, não caberia o recurso analítico. Da mesma forma, ninguém duvida que

existe, sim, uma “transferência psicótica” do paciente em relação ao analista, com características singulares. É útil diferenciar essa forma de transferência daquele conceito de “psicose de transferência”. O analista deve partir do princípio de que todo paciente psicótico, por mais desagregado que esteja, sempre tem uma parte não psicótica, à qual ele deve aliar-se.

O essencial que se mantenha a preservação do setting básico instituído com uma forma ou assegurar a indispensável manutenção dos limites da valorização do principio da realidade e da diferenciação dos respectivos papeis. As identificações projetivas costumam ser excessivas, porém o importante é que o terapeuta consiga discriminar o tríplice aspecto delas: como um mecanismo defensivo contra uma angústia de desmantelamento total da mente; como um importante meio de comunicação primitiva, por meio dos efeitos contra transferenciais que são despertados no analista; e como uma forma de invasão/fusão (podendo provocar uma “con-fusão” na mente do terapeuta) e controle onipotente.

Os aspectos contratransferenciais assumem uma importância fundamental, pelo fato de que costumam adquirir uma extensão e profundidade tais que tanto podem se constituir como uma excelente bússola empática ao analista que lhe permita navegar no mundo psicótico do paciente, como também pode acontecer que os difíceis sentimentos despertados na contratransferência do terapeuta (sensação de impotência, paralisia, tédio, ódio...) adquiram uma forma de “contratransferência patológica”, em cujo caso eles podem estancar, desvirtuar

ou até mesmo deteriorar de forma irreversível o método analítico. Assim, os múltiplos e frequentes actings devem ser entendidos como uma importante forma de comunicação. É de máxima importância o fato de que pacientes psicóticos não consigam dizer, com

o verbo, as angústias que sentem.

Cabe ao terapeuta não forçar o paciente a verbalizar o que ele sente, pois é muito provável que ele não consiga, mesmo a despeito de um esforço seu; pelo contrário, é tarefa do analista decodificar o sofrimento do seu paciente psicótico e fazer a devida nomeação daquilo que ainda não tem nome.

Sabe-se como os pacientes psicóticos são altamente sensíveis às frustrações, nas suas múltiplas formas, como as privações, perdas, ausências, falta de continente, falta de reconhecimento e outras equivalentes. Resulta daí que tais pacientes tendem a negar e evadir essas frustrações por meio de defesas patológicas, em vez de as enfrentar e modificá-las, o que se constitui em um dos fatores que mais se opõem ao crescimento da mente.

É indispensável levar em conta que, sempre, o paciente de natureza psicótica está cheio de... vazios, e que tais vazios, antigos e muito dolorosos, costumam ser substituídos por autarquias narcisistas de auto suficiência, ou por estruturas de falso self. Portanto, cabe ao analista, especialmente quando ele trate a paciente com fortes características psicóticas, ter uma série de atributos básicos, dos quais é preciso ressaltar aqueles correspondentes aos que, certamente, faltaram na maternagem original do paciente.

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