A Psicologia Hospitalar
Por: Kleber.Oliveira • 5/12/2018 • 1.350 Palavras (6 Páginas) • 388 Visualizações
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Na atualidade é preciso fazer críticas e pensar sobre a psicologia hospitalar de maneira mais abrangente, tendo em vista que o que caracteriza o atendimento hospitalar é o setting, que num resumo é a instituição, o hospital. Mas numa compreensão mais ampla podemos pensar em psicologia da saúde, que vai compreender o paciente de maneira total, em seu estado físico, emocional e espiritual, entendendo que o adoecimento de uma dessas instâncias afeta diretamente as outras.
Dificuldades não tenho, me relaciono super bem com os médicos e com o restante da equipe, tanto do hospital público quanto do privado. Tenho uma postura ativa dentro da equipe, questiono, opino, busco informações, também não tenho dificuldades com os pacientes atendidos. No que toca as especificidades, muda muito do hospital público para o privado. Por exemplo, num apartamento particular posso solicitar que família se retire para que o atendimento seja apenas com o paciente, já no hospital público as vezes é mais difícil que a família se retire por não haver espaço para essa família e ainda quando a família se retira ainda assim os leitos são coletivos, então sempre haverá alguém, algum interlocutor, além de mim e do sujeito hospitalizado. Dessa maneira tento não entrar em detalhes muito profundos sobre a vida do paciente para não expor suas questões. Isso se dá também pelo tipo de abordagem teórica utilizada, detalhes demais talvez não façam diferença na psicoterapia breve, questões muito clínicas sobre estruturação de personalidade, Édipo, entre outras.
Para ser um psicólogo hospitalar ou da saúde eficaz é necessário estudar, estudar e estudar. Pode parecer clichê mas sempre digo isso “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.” (C. Jung). Estudar é extremamente necessário e além do estudo a empatia e o senso crítico sobre suas limitações. Não é porque você usa um jaleco branco que você é Deus, é preciso ser sensível. Ter um bom relacionamento interprofissional ciente do lugar que ocupa dentro da equipe sempre de maneira ativa, fazendo-se presente, de maneira que seu trabalho seja relevante para a melhoria do sujeito hospitalizado. Como já falei antes, tenho uma relação saudável com a equipe e isso ajuda muito na resolubilidade das problemáticas apresentadas pelos pacientes, trabalhamos todos para a melhoria do estado de saúde dos sujeitos ali encontrados.
Bem, como todos nós um dia vamos morrer é preciso pensar sobre a morte. A vida é meio assim, estamos todos preparados para consumir, comprar, explorar o potencial de ter, mas para falar de morte, de finitude, me parece que as pessoas não estão preparadas ou dispostas. Acredito que devemos pensar sobre as perdas que temos durante a vida, sejam elas materiais ou afetivas e compreender que a morte faz parte da vida, é um ciclo a se cumprir e quanto menos apegados fomos às posses, mas facilmente compreenderemos a morte como um estágio de passagem natural, vivenciando assim de maneira mais saudável o luto.
O maior dilema que vejo nos atendimentos é o medo do paciente de ficar hospitalizado, paciente nenhum gosta de hospital. É aquela questão, o hospital talvez nos aproxime da simbolização de morte, se for UTI pior ainda, então quanto mais distante disso, melhor para eles. Contudo não compreendem que dentro ou fora do hospital a questão não está em simplesmente morrer, mas, enquanto vivo, como posso desfrutar do máximo de saúde possível, para enfim de fato gozar da vida até que a mesma chegue ao fim.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como sempre, estas entrevistas enriquecem demais a nossa formação. Fazer a psicoliga fora das paredes da universidade torna a nossa ciência mais real e a formação mais crítica e transparente. Poder ouvir um profissional nos deixou muito contente e ao perceber que sua prática segue aquilo que temos estudados ficamos satisfeitos.
Grande parte do que foi levantado, para não dizer tudo, está dentro daquilo que temos estudado. Ao tratar da humanização do atendimento, da técnicas utilizadas, do uso da psicoterapia breve e das reflexões sobre a morte e o morrer. Podemos verificar que Marta é uma profissional alinhada com a prática ética e cuidadosa da psicologia hospitalar de maneira que está sempre buscando atualizar-se para que sua prática seja efetiva.
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