A Psicologia Comunitária

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Portanto, é diante dessas adversidades que a psicologia comunitária lida diariamente e isso que torna essa área tão desafiadora, cada pessoa é um desafio novo e todos os dias são diferentes, a sociedade já não é a mesma e tudo isso afeta a profissão no geral, assim como explica a psicóloga F.V:

“A sociedade precisa de respostas um pouco mais abrangentes e eficazes, a gente está ai se deparando com arranjos familiares diversificados. Então a psicologia vem com essa coisa do “não preconceito”, “vamos olhar para isso”, “vamos entender como está isso”.

Estas situações fazem com que o psicólogo se concentre na situação como um todo, não somente visando a parte mental, mas também a parte social e assistencial

- FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Na hora da formação profissional um bom curso de graduação que englobe todas as áreas da psicologia é indispensável, deste modo você será um profissional mais completo e escolherá qual a área da psicologia que combine melhor com você. Durante o curso uma boa opção é fazer cursos complementares que te interessem para uma melhor aprendizagem e conhecimento, o estágio, dito por muitos entrevistados é essencial, pois com ele você adquire grande experiência na área que você deseja atuar, além de ser ótimo para a base curricular. Após a graduação, de acordo com os entrevistados não é uma obrigação fazer a pós-graduação, mas sim uma necessidade, é algo fundamental para se tornar um profissional completo, fazer cursos além da pós-graduação que te mantenham atualizado e te preparem mais para o campo de atuação que você deseja. Assim como nos contou a psicóloga F.V:

“Vai muito do profissional, de buscar coisas além da faculdade, o que a faculdade te dá é extremamente importante, mas você tem que buscar além, para que consiga fazer uma intervenção com mais qualidade e com mais eficácia, principalmente na área social.”

Com o decorrer dos estudos do curso de Psicologia estávamos moldando um cronograma de como delinearia a formação de um psicólogo, mas após coletarmos as entrevistas e nos aprofundarmos neste cotidiano comprovamos que as coisas não são como imaginávamos ou idealizávamos. A formação é muito mais complexa não basta passarmos cinco anos dentro de uma universidade e pensarmos que já estaremos totalmente preparados e aptos para a vivência profissional. Claro que o conteúdo introduzido no curso é de fundamental importância na formação do profissional, mas existem vários conhecimentos, vivências e experiências que só teremos após a conclusão do curso, e que atingiremos a partir do interesse individual, o que é instintivo de cada individuo. Tomando este ponto de partida estaremos navegando em um oceano ilimitado de conhecimento, aprendendo cada vez mais como exercitar e aplicar tudo que foi absorvido e desenvolvendo uma nova didática de apresentação.

Na Psicologia Comunitária não é diferente, pois a aprendizagem continuada é de extrema importância para o profissional que resolve seguir esta vertente, o que exige do profissional envolvido na tarefa se articular em diferentes direções, sendo receptivo a outros saberes, aos imprevistos e as eventuais mudanças de percurso.

Estas situações necessitam de sujeitos criadores e ativos. Decorrente a estas ações estes profissionais em particular toma para si certa responsabilidade de gerar acontecimentos, pois neste contexto social não há possibilidade de obediência cega a padrões uniformes e rituais preestabelecidos. Para que isso aconteça é de total necessidade a continuidade da aprendizagem e que esta se estruture na prática, na vivencia de experiências e no exercício de projetos que articulem e transformem o aprendizado acadêmico em uma autentica produção de saberes compartilhados.

- MERCADO DE TRABALHO

O que nós percebemos a partir das entrevistas realizadas no campo de atuação da psicologia comunitária é que a situação atual do mercado de trabalho depende muito daquilo que a pessoa está procurando. Dentro da psicologia comunitária houve uma expansão muito grande com a abertura de concursos públicos para a atuação dentro da área social, teve uma valorização nesse aspecto, e é uma área que tende só a crescer.

Nos últimos quinze anos, tem aumentado muito o trabalho do psicólogo na área comunitária, porque qualquer projeto social prevê a inserção de um psicólogo dentro dessa área e a maior parte desses projetos são estabelecidos dentro de comunidades com o objetivo de ajudar essas pessoas. Nas atividades compartilhadas ao psicólogo, tem muita ajuda do assistente social, como uma ferramenta de suma importância, dessa forma a psicologia vem para ajudar principalmente na área de assistência social. Contribuindo para a formação da identidade social e individual do sujeito. Como a tendência da psicologia comunitária é crescer cada vez mais, se tem uma necessidade de trabalhar em cima desse campo e se faz necessário ter mais profissionais com coragem de participar e que queiram investir nesta área social, ou seja, profissionais que estejam interessados em questões referentes à comunidade.

A entrada no mercado de trabalho desses profissionais é através de currículos por e-mail, entrevistas, dinâmicas de grupo, concursos públicos e alguns são convidados para atuar neste ramo. A remuneração neste setor é ainda baixa e ainda requer muita valorização, pois se analisarmos o psicólogo comunitário tem um salário inferior ao de um trabalhador braçal. Assim como comentou a psicóloga L.N: “E dentro dessa área comunitária, como eu já falei em várias outras respostas, a remuneração é baixa, então é inversamente proporcional ao nosso trabalho, que é muito, muito intenso. Mas eu fico muito feliz.”.

Isso demonstra que para o psicólogo que resolve se aventurar por estes caminhos da Psicologia Comunitária a remuneração não é a parte essencial do trabalho, mas a satisfação em fazer o que gosta e ajudar ao próximo é a grande paga neste trabalho.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

FUNÇÃO SOCIAL

Todo psicólogo possui uma função social, pois ajuda as pessoas a se “ajustarem” às condições de vida. Mas, especificamente a função social de um psicólogo comunitário é atuar para a comunidade e na comunidade, apresentando práticas que fortaleçam a população atendida, empoderando os mesmos, oferecendo apoio e desenvolvendo a autonomia para enfrentarem as situações de vulnerabilidade social. Este profissional ganhou