TRANSPORTE DOS ALIMENTOS PRODUZIDOS NAS COMUNIDADES

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Levando para o contexto da região norte, no Amazonas, a situação torna-se mais escassa, enquanto os grandes produtores de terra firme sofrem com a falta de higiene e manutenção nos veículos diminuindo a qualidade produtos, diminuindo as vendas e aumentando os preços, os pequenos produtores, que utilizam da agricultura como única forma de sustento, sofrem com a falta do próprio veículo para transporte, ficando retidos a levar seus produtos para o melhor ponto de venda que, no caso de municípios próximos a capital, esse melhor ponto seria a própria capital.

Com a recente construção da Ponte Rio Negro que interliga a cidade de Iranduba à capital Manaus, o fluxo de transporte em todos os meios recebeu melhorias que ajudam no desenvolvimento do município, que antes era limitado pela dificuldade em seu acesso que se dava apenas por via fluvial, espera-se agora por parte dos agricultores que, com o acesso por via rodoviária ao município, o método de escoamento da produção rural possa alcançar todos os produtores, incluindo portanto, os produtores de várzea.

Pinheiro e Leite (2009, p.9) concluíram que o transporte dos alimentos do interior à capital ainda era ineficiente, tanto por via fluvial como por via rodoviária, essa última por sua vez, não era considerada com a Ponte Rio Negro, ainda em construção, mas com a via AM-070, que cortava a cidade de Iranduba até o porto Cacau Pereira. É possível levantar a hipótese de que o modelo atual de transporte não seja adequado ou não esteja sendo aplicado da maneira correta e necessita de ajustes.

O presente projeto irá estudar a agricultura familiar no interior do Amazonas, com ênfase no sistema de transporte de alimentos produzidos na zona rural para a zona urbana. O estudo será realizado nas comunidades ribeirinhas que moram na várzea do município de Iranduba, que segundo dados do IBGE (2010) fica a cerca de 25 quilômetros da cidade de Manaus, capital do Amazonas, fazendo parte, portanto, de sua região metropolitana. Iranduba é uma pequena cidade que foi registrada recentemente, em 1981. Sua economia é regida principalmente pela área de serviços e agropecuária, que também atua na economia do estado.

Com os resultados obtidos neste estudo, será possível identificar todas as contrariedades no modelo adotado pelos órgãos governamentais do estado em seus incentivos fiscais e políticas públicas e permitirá que um novo modelo possa ser desenvolvido visando atender ao máximo possível de produtores, com um menor tempo de deslocamento e melhor qualidade no transporte, esse novo modelo, se comprovado sua efetividade após os testes de adaptação, poderá ser utilizado não apenas para o município de Iranduba, mas também para outros municípios do interior do estado que externam a mesma situação.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Estudar o atual sistema de escoamento dos alimentos produzidos nas áreas rurais em Iranduba.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar, por meio das atividades de análise, as possíveis falhas do modelo utilizado.

- Averiguar outras formas de transporte, objetivando um uso conjunto e sistematizado de transporte fluvial e rodoviário com baixo custo.

- Propor um modelo que adapte os recursos disponíveis com um possível suporte aos produtores de várzea.

ESTRATÉGIA METODOLÓGICA

O estudo ocorrerá na cidade de Iranduba, interior do Amazonas, que faz parte da região metropolitana de Manaus, sendo sua maior parte realizada com os moradores e agricultores das comunidades de várzea. Alguns locais em Manaus também serão visitados para coleta de dados. Iranduba era antigamente parte de um pequeno núcleo populacional que juntamente com outros, se estabeleceu as margens da capital logo após a implantação da Zona Franca. A passagem para município autônomo aconteceu em 1981. “Um dos destaques de Iranduba, é o fato de o mesmo ser o único localizado hoje entre os rios Negro - de águas escuras e praias de areia branca - e Solimões - água barrenta e possuidor de rica vida animal” (IBGE, 2010).

ACESSO AO MUNICÍPIO

O acesso principal ao município pode acontecer por via rodoviária, fluvial e aérea, a AM-070 é a principal via de acesso rodoviário, partindo da Ponte Rio Negro saindo da capital Manaus, o porto de Manaus e o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes dão acesso respectivamente por via fluvial e aérea, partindo de Manaus. Iranduba fica ligada também a Manacapuru pela AM-070.

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Figura 1: Localização de Manaus e Iranduba no canto inferior esquerdo, lado direito é possível ver o encontro entre o Rio Negro e Rio Solimões.. Imagem: Google Earth.

DEMOGRAFIA/GEOGRAFIA

Segundo o último Senso demográfico de 2010, Iranduba possui 40.781 habitantes e a população para 2014 era estimada em 45.250, possui a segunda maior demografia do estado com 18,42 habitantes por quilômetro quadrado, possui uma área de 2.214.251 km², sendo caracterizado como uma pequena cidade e fica distante 25 km de Manaus. Suas coordenadas geográficas são as seguintes: 03º 17' 06 de latitude sul e 60º 11' 09 de longitude W. Gr.

ECONOMIA

A economia da cidade gira em torno de três setores principais, agropecuária, serviços e indústria, a agropecuária é o principal sendo responsável por mais da metade do PIB do município, segundo dados do último senso demográfico. O cultivo de alimentos como frutas e hortaliças, como também a atividade pesqueira dominam esse setor mas com o lento desenvolvimento do município, muitas pessoas procuram emprego na capital, onde há maior oferta.

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Figura 2. Demonstração do PIB de Iranduba. Fonte: IBGE (2010)

CLIMA

Segundo a classificação climática mundial de Köppen-Geiger (1936), a região Amazônica possui um clima predominantemente tropical, com ar úmido e chuvas constantes. A temperatura média é da ordem de 25°C e a precipitação pluviométrica anual é distribuída de modo irregular, registrando em torno de 2.900 mm na porção central, e na fronteira com a Venezuela precipitações atingindo em torno de 1.100mm e período seco mais prolongado. Algumas regiões apresentam variações