EUCARISTIA E MORAL (DEBILIDADE MORAL PELA FALTA DO ALIMENTO ETERNO)
Por: Rodrigo.Claudino • 4/10/2018 • 2.549 Palavras (11 Páginas) • 331 Visualizações
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da vida pessoal, da íntima ligação que existe entre Deus e o homem,
protagonista da Revelação divina. É, de certo modo, o meio pelo qual o ser
humano, através de sinais visíveis, enxerga a realidade que está para além da
existência material, ou seja, a presença de Deus entre nós seres humanos que
caracteriza a verdade fundamental do cristianismo, onde Deus fez-se tão próximo
de nós que assumiu a nossa carne escolhendo perpetuar-se sob as espécies
eucarísticas que nos foi dado para alimento eterno.
Desde que o verbo eterno, em quem habita toda a sabedoria e toda glória, quis
cumprir a vontade do Pai se encarnando no ventre de Maria, assumindo a nossa
vida, o nosso destino, a nossa existência cotidiana e a nossa morte, para poder
nos salvar e dar-se como alimento; a nossa vida foi resgatada e santificada por
Aquele que é o Santo dos Santos, o Filho eterno do Pai que nos quer ter ao seu
lado na bem-aventurança eterna. “A Eucaristia (...) a celebração perpétua, de que
o próprio Deu nos faz o dom, da nossa própria salvação, eis o ato essencialmente
religioso da nossa vida, o ato que nos une pura e simplesmente a Deus”2. Os
nossos hábitos, momentos de oração devem encontrar na Eucaristia o seu auge,
pois, não se trata de somente conversamos, em oração com Deus, mas de modo
primordial, de estarmos com Deus que está sob as espécies de pão e vinho.
Passemos agora a uma análise daquilo que corresponde a nossa vida
cotidiana, ou seja, o que constitui a sua essência. Como prévio conhecimento
temos que saber ou pelo menos termos uma ideia bem elaborada de: quem
somos? Para que viemos? E para onde vamos? De modo geral, sabemos sermos
criaturas de Deus que através do Batismo e da fé em seu Filho Jesus Cristo nos
tornamos filhos deste mesmo Deus. Viemos a esse mundo por pura vontade de
Deus e aqui estamos por Amor e misericórdia do Deus de Jesus Cristo, e viemos
para dar testemunho deste Deus que é Amor. Quanto à última pergunta, tendo em
vista as duas primeiras respostas, resta-nos dizer que, vamos para a realização
final que tem por objetivo a nossa “divinização”, ou seja, o preenchimento de
2 RAHNER Karl – A Eucaristia e os Homens de Hoje, Edições Paulinas, Lisboa, p.186
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nosso ser com a presença de Deus em nós, a felicidade plena de nossa existência.
Dito isto, agora falemos como está o nosso cotidiano e se corresponde com as
três perguntas e respostas dadas. O apóstolo Paulo aos filipenses diz o seguinte:
“Anseio pelo conhecimento de Cristo (...) Não pretendo dizer que
já alcancei (esta meta) e que cheguei à perfeição. Não. Mas eu
me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui
conquistado por Jesus Cristo. (3, 10;12) ”3
A ânsia pelo conhecimento de Cristo como diz Paulo, deve ser o objetivo cotidiano de
todo batizado e o alimento a ser buscado, além do físico, deve ser aquele oferecido
pelo próprio Cristo ao dizer “tomai e comei” (26, 26)4. Sabemos ser obrigação de todo
batizado "Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição"5,
mas devemos nos perguntar se o fazemos apenas por obrigação de cumprir o preceito,
ou se de fato, busco receber por entender a real necessidade que tenho de alimentar
também o espirito. Queremos fazer parte do Reino de Deus, mas sem esse alimento não
teremos a força necessária para nos encontramos como convidados do Noivo. “Também
precisamos reconhecer o Reino de Deus como o horizonte pelo qual vivemos nossas
vidas cristãs”6, e não tem como continuamos vivendo em vista desse horizonte, sem
participarmos integramente da santa comunhão (santa eucaristia).
A Santa Mãe Igreja nos dá através de suas leis a orientação para,
convenientemente, podermos receber de Nosso Senhor este alimento eterno na
celebração da santa Missa;
“No domingo (...), os fiéis têm a obrigação de participar da
missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios
que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do
dia do Senhor e o devido descanso da mente e do Corpo. ” 7
Como percebemos, essa lei não é apenas para cumprimos de modo indiferente ao
objetivo espiritual. Sabemos que nessa participação na santa Missa, estando em
estado de graça, nela recebemos Jesus na santíssima eucaristia e depois de
3 FILIPENSES, In: A BÍBLIA de Jerusalém, São Paulo: Paulus, 2010
4 Idem, Mateus
5 CATECISMO da igreja Católica. ed. Loyola, São Paulo, Brasil, 2000, parágrafo: 2042
6 HARRINGTON, Daniel j. e KEENAN James F. Jesus e a ética da Virtude, edições Loyola, ano 2006,
Pag. 72
7 CÓDIGO
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