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A IMPORTACIAS DO LÚDICO NO ENSINO FUDAMENTAL

Por:   •  27/5/2018  •  2.051 Palavras (9 Páginas)  •  415 Visualizações

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Parece que o homem da ciência e da técnica perdeu a felicidade e a alegria de viver, perdeu a capacidade de brincar, perdeu a fertilidade da fantasia, da imaginação guiada pelo impulso lúdico. O brinquedo acabou sendo reduzido a um fenômeno marginal na paisagem da existência adulta, porque é modelada e determinada por fenômeno mais sérios tudo o que ele faz precisa ter resultados. O que interessa é o objetivo estranho do mesmo. (SANTIN,2001,p 23).

Brincar sempre fez parte do nosso dia a dia, como podemos verificar na fala de Wajskop (2001, p. 19), quando a mesma relata que: “Desde os primórdios da educação greco-romana, com base nas ideias de Platão e Aristóteles, utilizava-se o brinquedo na educação. Associando a ideia de estudo ao prazer. Platão sugeria ser, o primeiro, ele mesmo, uma forma de brincar “.

Observa-se que o brincar sempre esteve presente na história da humanidade e é fundamental pra o desenvolvimento da criança, pois ainda Wajskop (2001) relata que antigamente, utilizavam-se de dados, isto é, jogos didáticos que determinavam a importância da educação sensorial.

Por outro lado, o autor acima citado descreve que é apenas com a ruptura do pensamento romântico que a valorização da brincadeira ganha espaço na educação das crianças pequenas, ele que dizer que antigamente, a brincadeira era vista por muitos como uma fuga ou recreação e a imagem social da infância não permitia e nem aceitava um comportamento infantil, livre, que pudesse significar algum valor em si. O autor Wajskop (2001, p. 19) afirma que é a partir dos trabalhos de “Comenius (1593), Rousseau (1712) e Pestalozzi (1746) que surge um novo “sentimento de infância” que protege as crianças e que auxilia este grupo etário a conquistar um lugar enquanto categoria social”. Portanto, tal valorização ocorre, por estar fundamentada numa concepção idealista e protetora da infância, que segundo Wajskop (2001) aparecia em propostas educativas dos sentidos, fazendo uso de brinquedos e centrada no divertimento. Assim, conforme nos relata Wajskop (2001, p. 28)

A brincadeira, na perspectiva sócio-histórica e antropológica, é um tipo de atividade cuja base genética é brinca comum à arte, ou seja, trata-se de uma atividade social, humana, que supõe contextos sociais e culturais, a partir dos quais a criança recria a realidade através da utilização de sistemas simbólicos próprios.( Wajskop (2001, p. 28)

Sabendo-se que a brincadeira é uma atividade específica da infância, considerada como recurso didático, isto é, a brincadeira pressupõe uma aprendizagem social, aprende-se a brincar e brincado. Enquanto a criança brinca, expressa sentimentos, crenças e modos de pensar, agir e falar, onde a brincadeira estimula a participação de todos. É brincando que a criança dá asas a imaginação e por meio das brincadeiras, às crianças aprendem a viver e a conviver, a lidar com euforia e com as limitações. As brincadeiras e jogos são fundamentais para o desenvolvimento da motricidade, do raciocínio através do faz de conta, utilizado pela criança quando brinca. Compreendendo a relação das crianças com o brincar, devemos identificar as necessidades que o movem em direção a essa atividade. Segundo Garbarino (1992 apud BOMTEMPO, 2001, p. 69):

É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos, onde ela estabelece seu controle interior, sua autoestima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros.( Garbarino , 1992 apud BOMTEMPO, 2001, p. 69)

Além das funções mencionadas antes as brincadeiras podem ainda ser trabalhadas para aliviar tensão, garantindo um momento de lazer para as crianças, contribuem para o desenvolvimento de habilidades motoras, como agilidade, coordenação e equilíbrio. Além de facilitar o ensino de valores como respeito, tolerância e cooperação. As brincadeiras ajudam a criança a entender o mundo. Pois segundo Brougère (1990 apud BOMTEMPO, 2001, p. 68) “o mundo representado é mais desejável de um realismo real”, isto é, a brincadeira aparece, assim, como um meio de sair do mundo real para descobrir outros mundos, onde a intenção é projetar-se em um universo inexistente. Portanto a brincadeira, acontece quando ocorre com ou sem a presença do brinquedo pois para Brougère (2001) “a brincadeira é, igualmente, imaginação, relatos, histórias”.

O brinquedo serve de suporte para representações, para as histórias, sejam elas específicas ou retiradas de outros suportes, pois ao brincar a criança se integra entre atitudes e capacidades, onde os brinquedos se tornam verdadeiros objetos da brincadeira, esta vista como uma ação fundamental do brincar. Enfim brincadeira pode ser definida como uma forma de comportamento social que pressupõe uma aprendizagem porque é uma manifestação humana construída nos contextos de relações interindividuais.

Entretanto Vigotski (2000, p. 123) se contrapõe a tais concepções, ao afirmar que “acredita que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio do termo, de forma que se torna essencial mostrar o papel da motivação no brinquedo”. Vigotski deixa evidente que se todo brinquedo é, realmente, a realização na brincadeira das tendências que não pode ser imediatamente satisfeitas, então os elementos das situações imaginárias constituirão, automaticamente, uma parte da atmosfera emocional do próprio brinquedo, ou seja, ao brincar a criança poderá ou não estar mexendo com o seu emocional. Já Almeida (2000, p. 37) enfatiza que “O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a relação pensamento-ação e, sob, esse ponto, constitui provavelmente matriz de toda a atividade linguística, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação”. Diante disso, a brincadeira pode ser definida tanto como jogo, quanto como trabalho. O que irá definir o caráter da brincadeira serão o grau de espontaneidade e a intencionalidade que a caracterizará.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No transcorrer desse trabalho foi surgindo ideias a respeito da importância do lúdico no processo de ensino aprendizagem, desvelando que a ludicidade é um grande contribuinte para o desenvolvimento integral da criança, que merece atenção dos pais e dos educadores, pois é através das brincadeiras que a criança descobre a si mesmo e o outro. A criança exprime seus desejos, assim como nos sonhos, fantasias por meio dos jogos e brincadeiras, principalmente naquelas de faz de conta, onde seus sentimentos são expostos através do simbólico.

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