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Teoria e Prática Pedagógica VII.

Por:   •  15/6/2018  •  3.650 Palavras (15 Páginas)  •  364 Visualizações

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- Definição

A Paralisia Cerebral é o resultado de uma lesão cerebral, geralmente causada pela malformação do cérebro ou de um dano no desenvolvimento cerebral, isso ocorre antes, durante ou após o nascimento, na fase de desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC), a fase acontece desde o momento da concepção até os dois anos de idade.

A lesão é de caráter estacionário, ou seja, não piora com o decorrer do tempo, porém também não desaparecerá.

A lesão afeta o tônus muscular da criança, comprometendo seu desempenho ao movimentar-se. “O tônus muscular refere-se à quantidade de tensão ou resistência ao movimento em um músculo” (GERALIS, 2006, p.16).

Segundo GERALIS, “Essa lesão não prejudica os músculos nem os nervos que os conectam à medula espinhal - apenas a capacidade do cérebro para controlar esses músculos.”

O controle do tônus muscular vai permitir ou não o corpo atingir a posição correta para cada movimento desejado, com a lesão a criança poderá ter dificuldades para realizar movimentos como andar, mexer com os braços, manter a cabeça levantada, entre outras. Para GERALIS (2006), “Todas as crianças com paralisia cerebral, tem uma lesão na área do cérebro que controla o tônus muscular”.

- Causas

Em grande parte as causas da Paralisia Cerebral são desconhecidas, porém, podemos dizer que qualquer agressão ao cérebro em desenvolvimento, que causa uma lesão (período desde a concepção até dois anos de idade), pode levar a criança a PC. Essas agressões podem acontecer em três fases da vida da criança, conforme descritas pela ABPC - Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (2012):

- Pré-natais: são as lesões que ocorrem antes do nascimento. Algumas doenças da gestante podem comprometer a formação das estruturas neurológicas do feto dentro do útero, como a diabete, a pressão alta e infecções virais como a rubéola e a toxoplasmose, além do uso de certas substâncias pela futura mãe (Ex: álcool, drogas e tabaco).

- Peri-natais: são as lesões neurológicas que acontecem no período que vai do começo do trabalho de parto até 6 horas após o nascimento. É um período curto em que o bebê passa por grandes transformações a que tem que se adaptar rapidamente. A prematuridade, o baixo peso, o trabalho de parto muito demorado, entre outras situações, predispõem o sistema nervoso imaturo a não efetuar essa adaptação com a rapidez suficiente, ocorrendo então a lesão.

- Pós-natais: durante a infância, infecções como a meningite, traumas cranianos e tumores podem comprometer o sistema nervoso que ainda está se desenvolvendo. Quando esses problemas agudos são resolvidos, muitas vezes deixam “cicatrizes” que podem comprometer o desenvolvimento normal, levando às alterações clínicas típicas da PC. Após os dois anos de idade, o SNC encontra-se completamente desenvolvido, portanto, o mesmo tipo de agressão ao sistema nervoso após essa idade vai causar sintomas diferentes, não mais definidos como PC.

Explica a médica neurologista infantil Clarissa Bueno, do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMSUP) que além das diferentes áreas do cérebro, a doença também pode ser provocada por diversos motivos, que incluem asfixia, hemorragia intra-craniana, má-formação fetal e infecções. Segundo ela, as causas também influem na gravidade das malformações físicas dos pacientes. “No caso de hemorragias, as partes mais afetadas são os membros inferiores. Em casos de asfixia, o comprometimento costuma ser nos quatro membros e eventualmente na área de cognição”.

- Classificação e Características

As características variam de acordo com a área do SNC em que ocorreu a lesão, no córtex motor do cérebro, no núcleo de base ou no cerebelo.

Quando a lesão é no córtex motor do cérebro é chamada de PC Espástica, é o tipo mais comum e ocorre em 80% das crianças.

O córtex motor é a região responsável pelos movimentos, á criança tem menos força nos músculos e o tônus aumentado, chamamos isso de espacificidade. A criança que apresenta esta lesão fica com os músculos enrijecidos, o que torna seus movimentos muito mais difíceis, além de que os músculos que ficam mais tensos crescem menos que os outros e com o passar do tempo a criança vai desenvolvendo encurvamentos musculares, o que chamamos de contraturas, a criança também pode desenvolver deformidades por causa da influencia da tensão muscular no crescimento dos ossos, podendo ocasionar retardo nas ações que envolvem a coordenação motora.

A lesão na área mais profunda do cérebro, conhecida como núcleos de base ou cerebelo é chamada de PC Extrapiramidal e é responsável pela modulação dos movimentos. Neste caso, a lesão faz com que a criança tenha movimentos involuntários, mais precisamente na face, nos braços e no tronco. Os movimentos involuntários podem interferir na fala, na alimentação, nas habilidades de agarrar, alcançar e em ações que seja necessário os movimentos coordenados. A PC extrapiramidal ocorre em aproximadamente 10% das crianças.

O tipo mais raro é a lesão que afeta o cerebelo, chamamos de PC Atáxico, parte que controla o equilíbrio e a coordenação. Esta lesão afeta os movimentos nas mãos, pernas e tronco causando tremores. Esta lesão afeta 10% das crianças.

- Prevenção

Como as causas da paralisia cerebral geralmente são indefinidas, uma maneira de prevenção consiste em um bom acompanhamento pré-natal e uma boa assistência ao recém-nascido.

De acordo com dados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP (2012), os riscos de paralisia nos recém-nascidos no Brasil atingem cerca de 10 em cada 100 mil crianças, e visando diminuir esses números, a neurologista infantil Clarissa Bueno ressalta a necessidade de manter um maior acompanhamento da saúde da gestante. “Os exames de rotina, estudos da condição de saúde da gestante e o pré-natal são indispensáveis, além da existência de boas condições para o parto”, declara a médica.

Há a necessidade de novas pesquisas para descobrir as diversas causas da PC e assim facilitar o desenvolvimento futuro de um método de prevenção mais efetivo e específico.

- Diagnóstico

Para identificar se uma criança tem PC, é necessária uma análise

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