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Superando o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Por:   •  21/2/2018  •  3.241 Palavras (13 Páginas)  •  355 Visualizações

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A coexistência de uma grave crise no sistema educacional intensificou as análises acerca do tema e hoje se encontra um número razoável de literaturas de abordagens críticas, tendo todas por objetivo entender como se tem processado ao longo do tempo as defasagens na aprendizagem, assim como as dificuldades do ensino formal de atender as necessidades dos alunos com necessidades especiais e definir a natureza de uma nova abordagem educacional.

Segundo Porto (2011) embora existam algumas análises e questionamentos acerca de métodos didático-pedagógicos, estes ainda não contribuíram eficientemente para reverter o processo de dificuldades de aprendizagem dos alunos com diferentes graus de hiperatividade, tornando ainda mais complexa a continuidade do ciclo escolar até o Ensino Médio.

Sob as condições de fracasso escolar um grande número de crianças que tem recorrido ao sistema de recuperação escolar e ao tratamento psicopedagógico devido aos problemas de aprendizagem, levando-se em consideração muitas delas não tem um atendimento adequado, devido a escassez de profissionais para atender as necessidades das crianças.

Bianchetti e Freire (2003) analisam que os educadores na maioria estão despreparados para lidar com um aluno que requer um aprendizado especial, necessita de suporte de outros profissionais, embora a maioria das escolas públicas tenha essa defasagem de apoio pedagógico. Segundo Silva (2003, p. 33):

A criança hiperativa apresenta predisposição e gasta muita energia na quantidade e o ritmo de movimentos acima do normal. A movimentação da criança é tanta que ela precisa ser vigiada o tempo todo, pois corre riscos de se envolver em situações perigosas. A criança hiperativa tem mais energia e menos necessidade de sono e repouso.

Assim, constata-se que a criança hiperativa gasta muita energia acima do normal, o que exige dos pais e educadores, a constante vigília para evitar situações perigosas. Portanto, analisa-se que é no ambiente escolar que a criança hiperativa demonstra as características da hiperatividade como a dificuldade de concentração e a constante impulsividade característica do comportamento hiperativo.

Bandim (1997, p. 22) avalia que existem diagnósticos diferenciados

que apontam que alguns adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, em Remissão Parcial. Este diagnóstico aplica-se aos indivíduos que não mais têm o transtorno com todos os seus aspectos característicos, mas ainda retêm alguns sintomas que causam prejuízo funcional.

Conforme o Instituto Paulista de Déficit de Atenção – IPDA, muitos estudos em neurolinguística têm sido realizados com crianças hiperativas associadas às atividades rotineiras educativas e as condições que favorecem a afetividade. Essa estratégia educativa é uma forma de favorecer o desenvolvimento cognitivo da criança em um novo paradigma para a educação baseados na afetividade.

Saltini (2002) e Moreno (1997) priorizam um modelo de educação compromissado com a formação de pessoas amorosas, através da afetividade em atividades educativas com constantes interações sociais se poderá atingir uma boa vivência com o meio.

Nessa perspectiva, a criança com distúrbios de TDAH necessita de uma nova estruturação de projetos educacionais que almejem a construção de um cidadão feliz, que favoreça uma formação que possa ser estimulante e contínua nas rotinas de atividades, diante de um comportamento sempre inquieto e desatento. Ao mesmo tempo em que essa criança poderá estar aberta para novos estímulos.

A TDAH exerce um forte nível de excitação e de concentração de energia nas atividades diárias da criança, portanto uma rotina de atividades diversificadas e interativas poderá exercer um impacto positivo na qualidade de vida da criança.

A afetividade é um componente essencial nas atividades educativas que devem ser expressas por meio de interação social. Conforme Saltini (2002, p. 76):

A afetividade como componente que envolve fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões que mantém correlações psicossomáticas básicas e influencia nas ações humanas. Nas escolas os conteúdos tendem a privilegiar somente a dimensão cognitiva, desprezando os aspectos da natureza humana, como a afetividade expressa nos sentimentos e ações. Portanto, compreende-se a necessidade do ensino privilegiar os conceitos de afetividade e a sua importância como componente de formação do indivíduo.

Desse modo, uma mudança de paradigma implica também na execução da ação mediante a substituição do contato superficial pela interação afetiva com os objetos e as pessoas para que a criança possa atingir um nível de harmonia consigo.

Como as rotinas escolares não conseguem preencher as necessidades especiais da criança com TDHA, suas posturas se refletem em frustração e insatisfação constante associada às posturas de resistência.

Cabe ao educador reconhecer que uma intervenção é necessária para que a criança possa ter um atendimento individualizado que se caracteriza pela aplicação de ações estimulantes em termos de atividades educativas envolvendo uma relação direta com um fazer pedagógico inovador que impõe a inserção de novas linguagens do corpo na educação e as oportunidades de trabalhar as diversas dimensões expressivas que se pode explorar com a criança (SEKKEL; GOZZI, 2003).

Segundo Schimidt (2003, p. 125):

É preciso substituir a homogeneidade pelas diferentes conjunturas nas técnicas de ensino que podem ser aplicadas para favorecer uma dimensão simbológica, manifestações culturais com o corpo que detêm muitos sentidos educativos, interacionais, afetivos e comunicacionais para auxiliar na busca da própria auto-regulação, no qual a hiperatividade e a desatenção disfarçam a condição essencial da síndrome que se reflete em uma busca alienada de objetivos e sentidos para a existência.

A criação de diferentes rotinas educativas é um desafio para os educadores que precisam também atender as necessidades de outras crianças no mesmo ambiente educativo.

A inclusão social de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais tem provocado debates e discussões entre pedagogos, psicólogos, pais e leigos, o que demonstra o caráter complexo e controverso da inclusão, porque lida com situações de adaptação social e políticas públicas que exigem mudanças no ambiente

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