Projeto Calendario de Leitura

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leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entrega-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO, 1982, p.59 citado por GIRALDI, 1983, p.91)

Em algumas escolas ainda existe uma realidade totalmente desfavorável à leitura, consequentemente à escrita e em outra essa leitura é usada nas aulas de Língua Portuguesa apenas como um pretexto para se ensinar gramática. Porém, nota-se que este tipo de atividade em nada contribui para o desenvolvimento sócio comunicativo do aluno, somente a fixação de normas, como se a língua fosse morta, (uma literatura desvinculada da verdadeira essência da obra literária), portanto, não encontra respaldo nos PCNs, pois a leitura no 3º e 4º ciclos deve ser ensinada com o objetivo de proporcionar ao aluno o domínio da fala pública, ou seja, sua habilidade comunicativa.

Desta maneira, percebe-se que o aluno deve ler um texto sempre objetivando a sua compreensão, e para compreendê-lo precisará acionar conhecimentos em sua memória, seja este linguístico, enciclopédico ou interacional, que podem ser mediados pelo professor em sala de aula ou por outras pessoas fora dela. Assim, ainda é importante enfatizar que os alunos nestes ciclos que foi citado acima, estão passando por uma fase muito delicada, a infância e a adolescência, e cabe ao professor aproveitar esse momento em que o aluno começa a ter maior autonomia, em que estão mais preocupados com sua autoimagem para propiciar a estas atividades de reflexão sobre a linguagem. A seleção de textos deve privilegiar gêneros que apareçam com mais frequência na realidade social e no universo escolar dos alunos, deve ser feito de forma que atenda esse público, despertando o interesse pela leitura.

O professor deve fazer uma sequência de atividades para as leituras, como diz Lopes-Rossi:

O professor deverá organizá-lo em sequências de atividades como: seleção de certa quantidade de textos do gênero a ser estudado: distribuição destes textos para os alunos; levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero; comentários sobre aspectos discursivos dos gêneros; atividades para observação de seus aspectos temáticos e composicionais. (Lopes-Rossi, 2003a, p. 78)

Percebe-se que os gêneros, como instrumento de estudo proporcionam avanços significativos no quesito ensino-apresndizagem. Então é importante citar aqui o que pensa Lopes-Rossi (2003) a respeito da leitura:

“As atividades de leitura também devem levar os alunos a perceber: a temática desenvolvida pelo gênero em questão: sua forma de organização (distribuição de informações); e sua composição geral, que inclui determinados elementos não-verbais, como: cor, padrão gráfico (diagramação típica), fotos, ilustrações, gráficos e outros tipos de figuras ou recursos”. (Lopes-Rossi, 2003a, p. 77)

Tudo isso são elementos que proporcionam uma leitura dinâmica, capaz de despertar no aluno o interesse pela linguagem, um olhar crítico, contribuindo para a formação de um ser modificador e transformar, tal como é.

Sendo assim, este projeto propõe um trabalho com os seguintes gêneros textuais: contos, poemas, bulas, lendas, notícias jornalísticas, receitas, cartas, bilhetes. Que serão feitas a partir de um calendário, e em seguida fixadas em um mural.

Portanto, este projeto propõe atividades de leitura que devem ocorrer durante todo o ano letivo, ou, ainda, ao longo da vida escolar do aluno, objetivando desenvolver neste, habilidades críticas e o uso da linguagem em diferentes situações do cotidiano, fatores que servirão de auxílio tanto no espaço escolar como na sociedade em que é parte integrante.

1.3 – OBJETIVO GERAL

Despertar nos alunos o interesse pela leitura.

1.3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Mostrar ao aluno a importância da leitura

 Propiciar a leitura diária em sala de aula

 Amenizar os problemas de leitura no aluno

 Conhecer diversos gêneros textuais

 Levar o aluno a se tornar um leitor assíduo

1.4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com estudos realizados através de diferentes autores, permite dizer a leitura é uma atividade de um elevado grau de importância para a vida do homem perante a sociedade. Em virtude disso, muitas discussões têm surgido em torno da prática de ensino da língua. Segundo Delmanto (2009) a escola deve ter a preocupação cada vez maior com a formação de leitores, ou seja, a escola deve direcionar seu trabalho para práticas cujo projeto não seja apenas o ensino da leitura em si, mas desenvolver nos alunos a capacidade de fazer uso da leitura, como também da escrita para enfrentar as dificuldades da vida em sociedade.

A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres “vazios” a quem o mundo “encha” de conteúdos; não pode basear-se numa consciência especializada, mecanicistamente compartimentada, mas nos homens como “corpos conscientes” e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo. (FREIRE, 1987, p. 67)

Aprender a ler significa, aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós próprios, o ler não se restringe apenas a dar sentido as letras e as palavras, mas, que através deste ato o indivíduo consiga interagir o hábito da leitura nos educandos. A principal função da escola, que é de formar sujeitos sociais, implica garantir uma ação educacional voltada para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, da sua capacidade de interpretar e produzir, para que ele se torne capaz de ler e pronunciar o mundo.

A leitura vista como instrumento de mudança sócio-cultural, coloca sobre a escola responsabilidade de facilitar o acesso da mesma às crianças. Ao analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais, de Língua Portuguesa, que propõe: [...] “um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os alunos o acesso aos sabores linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos”. (PCNs, 1998, p.15)

A prática de leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender

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